Em
meio a confusão durante assembleia ontem, a Apeoesp (sindicato
dos professores) suspendeu a greve da rede estadual de São Paulo. A resolução
foi tomada em manifestação na avenida Paulista, que reuniu cerca de mil
pessoas, de acordo com a PM.
Apesar da maioria
dos professores presentes na assembleia votarem pela permanência da greve,
iniciada no dia 22 de abril, a presidente
de Apeoesp, Maria Izabel Noronha, anunciou o fim da paralisação. Após o
anúncio, parte dos docentes se revoltou contra a sindicalista.
Os manifestantes chegaram a tomar as três
faixas da avenida Paulista, no sentido Consolação, e começaram a lançar latas,
papéis e garrafas de plástico no carro de som do sindicato, que ficou
encurralado. Houve confronto e a polícia militar interveio.
Em seguida, o carro
de som desceu uma das laterais do Masp, mas a altura do veículo impossibilitou
a passagem embaixo de um viaduto em direção à avenida 9 de Julho. A presidente
do sindicato teve de ir a pé e pegar um táxi. Em entrevista, Maria
Izabel Noronha negou que tenha decidido contrariamente ao resultado da
assembleia.
No confronto, quatro policiais ficaram
feridos levemente. Dois manifestantes foram detidos, um sob acusação de agredir
policiais e outro por ter tentado fazer uma fogueira na avenida Paulista. Os
detidos foram levados para a 78° DP (Distrito Policial).
Reunião com secretário
O fim da greve acontece após uma reunião
da Apeoesp com o secretário de Educação Herman Voorwald hoje pela manhã. Na
conversa, ficou acordado que os docentes receberão pelos dias parados caso seja
feita a reposição. Também ficou acertada a retomada de negociações salariais em
agosto, segundo a secretaria estadual de São Paulo.
Reajuste salarial
Entre as reivindicações da categoria estão o
aumento salarial de 36,74% e a implementação de uma lei nacional, que prevê que
33% da jornada de trabalho dos professores seja destinada à preparação de aulas
e à formação continuada.
A proposta de reajuste do governo, em projeto
na Assembleia Legislativa, é de 8,1% neste ano. Além disso, a secretaria da
Educação afirma que a rede prevê desde 2012 que 1/3 da jornada do professores
seja de atividades extraclasse. Segundo nota enviada pela assessoria, os
professores de jornada de 40 horas semanais têm 32 aulas de 50 minutos e o
restante do tempo para outras atividades.
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