Entre as sete mulheres escolhidas para o novo Governo italiano, Cecile Kyenge, 48 anos, foi nomeada para ministra da Integração. É a primeira negra a chegar ao governo do país. Defensora da entrega da nacionalidade imediata a crianças nascidas em Itália que sejam filhas de imigrantes, Kyengeestá a ser alvo de comentários racistas por parte de elementos da extrema-direita italiana.
Mas não é a única mulher a ser ameaçada.
“Será
mesmo necessário um ministro de cor? Com todo o respeito pela senhora”. A frase
é de Alessandro Loi, padre na paróquia de Lotzorai, na Sardenha, e foi
publicada recentemente na página do pároco no Facebook. O “ministro de cor” é
Cecile Kyenge, uma médica oftalmologista da República Democrática do Congo que
chegou a Itália aos 18 anos e que integra desde Abril o novo Governo de Enrico
Letta.
O
comentário é um dos muitos que nos últimos dias têm sido dirigidos a Kyenge,
antiga deputada do Partido Democrata, que estabeleceu como uma das suas
primeiras tarefas como ministra preparar um dossier sobre o racismo
institucional.
A
italiana quer ir mais longe e conseguir que seja revogado o crime de imigração
ilegal e tornar mais acessível aos estrangeiros a entrada no mercado de
trabalho. Junta aos seus objetivos a “luta contra a violência sexista,
racista, homofóbica e de qualquer natureza”. No topo da lista está ainda a
naturalização automática de crianças nascidas de pais imigrantes e não apenas
aos 18 anos, como determina a atual lei italiana.
A
sua etnia e as posições que tem assumido enquanto deputada e agora como
ministra colocaram-na na linha de fogo da extrema-direita italiana. Termos como
“zulu”, “negra anti-italiana” ou “macaca congolesa” têm surgido em sites e
blogues em Itália. A ministra tem dado apenas uma resposta a estes comentários:
“Não sou de cor, sou negra e digo-o com orgulho”.
<<<Opinião NÃO QUESTIONE>>>
Como a cor da pele de uma pessoa pode causar tanta polemica até hoje?
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