sexta-feira, 9 de agosto de 2013

DIA DA GLÓRIA MILITAR NA RÚSSIA – A VITÓRIA DE GANGUT


Hoje é o Dia da Glória Militar no calendário russo. No dia 9 de agosto de 1714, uma esquadra russa comandada por Pedro, o Grande, venceu os suecos na Batalha Naval de Gangut (Hanko). Foi precisamente nessa batalha que a Rússia confirmou seu direito a ser considerada como uma grande potência naval.

A invicta marinha sueca dominava então o Mar Báltico. Esse domínio era um sério obstáculo ao desenvolvimento das ligações econômicas da Rússia com os países da Europa Ocidental. Depois da derrota do exército de Carlos XII em terra firme, em Poltava, a Rússia necessitava de uma vitória naval, refere o doutor em Ciências Históricas Alexander Bokhanov:
"Pelo Báltico passavam as ligações marítimas diretas com os centros comerciais alemães, com a Holanda e a Inglaterra. Os suecos controlavam todas essas ligações e taxavam a saída para o mar. Isso fazia com que as exportações russas tivessem custos incrivelmente elevados e falta de competitividade."
Uma marinha regular russa no Báltico se tornou uma prioridade para Pedro I. Além disso, o mar era seu elemento favorito e sua verdadeira vocação, refere Serguei Klimovsky do Museu Militar Naval Central de São Petersburgo:
"Ele se apaixonou pelo meio aquático logo aos dezasseis anos de idade, quando achou perto de Moscou o famoso bote que depois foi apelidado de "avô da marinha russa". Esse bote está conservado no Museu Militar Naval Central em São Petersburgo. Foi com ele que teve início sua paixão pela marinha e pela construção naval. Ele não traiu essa vocação até o fim de seus dias."
No verão de 1714, a esquadra russa, composta por 99 galeras escoltadas por 17 naus, saiu para o Golfo da Finlândia. Segundo o plano de Pedro, o Grande, as galeras de fundo chato eram a melhor solução para atravessar as estreitas passagens entre os ilhéus da Península de Hanko (Gangut, em russo). Junto a seu promontório aguardavam os 16 navios de linha e 5 fragatas da esquadra sueca.
Pedro I conseguiu enganar o inimigo. Ele simulou transferir parte de suas galeras para o lado norte de Hanko. Para isso, ele ordenou a construção de um pavimento de madeira, atravessando o istmo da península, com dois quilômetros e meio de comprimento. Os suecos caíram nessa armadilha e transferiram parte da esquadra, incluindo sua maior nau, Elefanten, para a baía norte. Pouco depois, surgiu uma calmaria e os veleiros suecos deixaram de poder manobrar, obtendo as galeras russas uma vantagem evidente. Trinta e cinco galeras remaram pelas passagens estreitas para o lado norte, onde se travou o combate decisivo. Nesse combate Pedro apostou na abordagem como tática. A infantaria de marinha escalava pelo costado dos navios suecos e travava um combate corpo a corpo, conquistando um navio após outro. Entre eles combatia o czar russo, de dois metros de altura, com a sua espada na mão, aterrorizando o inimigo. Em Gangut, os marinheiros russos apresaram 10 navios suecos, incluindo o navio-almirante Elefanten. Foi uma vitória brilhante, continua Serguei Klimovsky:
"Depois da Batalha de Gangut, todas as operações militares foram transferidas para território sueco. Foram essas vitórias que pesaram na decisão dos suecos em concluir o Tratado de Nystad. Sem a Frota do Báltico, e sem suas vitórias, é possível que esse tratado de paz não tivesse sido assinado."

Ainda na véspera da saída da esquadra russa para o mar, Pedro I solicitou ao comando naval que lhe fosse atribuída a patente de vice-almirante. Isso foi-lhe recusado. Os comandantes da marinha decidiram que o czar obteria a nova patente se se distinguisse em combate. A brilhante vitória na Batalha de Gangut abriu a tão aguardada saída para o Mar Báltico. A Pedro, o Grande, foi atribuída a patente de vice-almirante e todos os marinheiros receberam medalhas com a inscrição "A Diligência e a Fidelidade vencem a Força".
 
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