segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O EXÉRCITO EGÍPCIO NÃO PODE RECUAR


O Egito fechou completamente os pontos de acesso em sua fronteira com a faixa de Gaza, a partir do meio-dia de 19 de agosto. Isto ocorreu depois que os terroristas dispararam contra um ônibus com soldados egípcios perto da cidade fronteiriça de Rafah no Sinai. 24 pessoas morreram. Este foi o maior ataque a destacamentos do exército nos últimos anos no Egito. O exército egípcio realiza na península do Sinai uma operação massiva contra os terroristas - partidários da irmandade muçulmana.

 
No próprio Egito e no exterior a nova direção do país toma todas as medidas para não conduzir uma guerra em "várias frentes".
 
O governo de transição de Hazem El-Bebliaui conseguiu obter o apoio do rei da Arábia Saudita, Abdallah Bin Abdul Aziz. Em 18 de agosto ele exigiu que todos os países cessassem a intervenção nos assuntos internos do Egito. No Cairo este passo do monarca saudita é comparado à démarche de Er-Riad no distante 1973. Então o rei Faisal ameaçou o Ocidente, no auge da guerra árabe-israelense, com "embargo do petróleo". E manteve a palavra.
 
Ao mesmo tempo na França o ministro do exterior do reino, príncipe Saud Al Faisal, anunciou o alcance de compreensão mútua com Paris a propósito do desenvolvimento ulterior da situação no Egito. Ele convenceu o presidente François Hollande a "dar uma chance" ao governo provisório da república árabe para restabelecer a segurança no país, realizar o mapa do caminho do período de transição e realizar eleições.
 
Bruxelas convoca nos próximos dias uma reunião extraordinária de ministros do exterior sobre os últimos acontecimentos no Egito. Não se planejava realizar o conselho de ministros do exterior da UE antes de meados de setembro. Nele será debatida a questão de ações ulteriores da UE em relação a novas autoridades egípcias. A União Européia exorta a cessar a violência e iniciar um diálogo com a Irmandade Muçulmana, ameaçando, caso contrário, suspender a ajuda financeira e econômica.
 
A questão do congelamento dos fornecimentos de armamentos ao Egito já foi praticamente combinada pelos principais países da UE.
 
No próprio Egito em breve a Irmandade Muçulmana poderá ficar fora da lei. O governo examina a questão da proibição total desse movimento. Isto foi anunciado pelo primeiro-ministro do governo de transição Hazem el-Beblaui. "É impossível compromisso com quem tem as mãos sujas de sangue", disse ele.
 
A Irmandade tentou evidentemente repetir o enredo da Primavera Árabe de 2011. Mas na situação criada no Egito isto é simplesmente impossível. E a situação no mundo árabe também mudou muito - diz o analista da Escola Superior de Economia russa, Leonid Isaev.
 
"O exército do Egito simplesmente não pode partir para o compromisso. Ele já não pode concordar com o retorno tanto da antiga constituição como do ex-presidente islamita Mursi. É uma loucura. Ele também não pode se liquidar a si próprio. O exército egípcio não pode recuar."
 
"O Egito não ficará de joelhos diante de ninguém e não se submeterá a ditames e ameaças", declarou o ministro da defesa Abdul Fatah Al-Sisi, cada vez mais popular no país. Na república árabe foi decretado estado de emergência. As autoridades ordenaram liberar dos presentes e fechar depois de cada oração todas as mesquitas. Isto é feito para não permitir a repetição do que aconteceu na mesquita Al Fath, na praça Ramsés no Cairo, que durante 24 horas se tornou abrigo de centenas de islamitas.
 
Pela primeira vez, nas últimas duas semanas no Cairo, a noite de 19 de agosto decorreu tranquilamente. Desde sexta-feira (16 de agosto) mais de 170 pessoas morreram na capital. Desde o início das agitações, que começaram em 3 de agosto, depois que o exército depôs o presidente islamita Mohamed Mursi, o número de vítimas, segundo alguns dados, aproxima-se de oito centenas de pessoas.
 
Alguns especialistas russos temem que a proibição da Irmandade Muçulmana radicalize o momento e obrigue a Irmandade a passar para a tática de "terror urbano". Esta opinião foi expressa em entrevista à Voz da Rússia pelo especialista em problemas da Ásia Central e Oriente Médio, Semen Bagdasarov:
 
"A guerra civil no Egito não será uma guerra parecida com a síria. Ela irá decorrer no esquema de atos terroristas por todo o país e ataques a delegacias de polícia, objetivos militares e administrativos. A guerra civil já é inevitável."
 
Enquanto isso no Egito ganha popularidade o ministro da defesa e vice-primeiro-ministro general Al-Sisi, que reprimiu com "mão de ferro" as revoltas de rua dos islamitas em 16-18 de agosto. Ele se torna evidentemente amado pelo povo. Seus retratos estão pendurados nas ruas não apenas do Cairo, mas também de outras cidades.
 
No entanto as agitações já causaram dano a um dos principais ramos do Egito - o turismo. A União Russa da Industria do Turismo informa sobre a redução brusca da venda de viagens ao Egito e desistência de tours já pagos. A União prevê que nos próximos dias o volume de recusas será de 30%. O número de russos com passagens ao Egito já pagas é avaliado em 40 mil pessoas. Atualmente descansam no Egito cerca de 50 mil turistas da Rússia.


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