Segundo previsões de cientistas franceses, até ao ano de 2050, a população da Terra atingirá 10 bilhões de habitantes. A população da África duplicará, enquanto a da Europa diminuirá. Tal cenário poderá levar a significativas mudanças no panorama político e econômico mundial.
Daqui a 40 anos, a população terá um aumento de três bilhões de pessoas, que irão engrossar o universo atual de 7,141 bilhões de pessoas. Será esse um bom ou um mau sinal? Ora, do ponto de vista econômico, será um mau sinal, sem dúvida. Os três bilhões exigirão um elevado consumo de novos recursos que já não são suficientes para todos os habitantes do planeta. Melhor dizendo, os recursos disponíveis não cobrem as necessidades de todos. O problema está na distribuição desequilibrada dos bens da nossa civilização.
Antigamente, também havia guerras por recursos e disputas territoriais. O homem, como espécie tem praticado sempre um modelo de comportamento expansionista. Em vez de nos limitarmos às necessidades, preferimos viver à larga, ressalta Yuri Verovets, chefe da agência de preparação de quadros qualificados Head Hunter:
“Em última análise, a eficácia de um regime político depende dos fatores demográficos. Nas áreas mais povoadas, com o maior potencial humano, o consumo de recursos se mantém mais elevado. Isto se reflete na vida política, mas como se repercute, é difícil dizer.”
O aumento populacional pressupõe o crescimento da utilização de recursos naturais, a expansão de áreas cultiváveis e industriais, de resíduos de toda a espécie e, enfim, uma progressiva extinção da biodiversidade. Hoje, costuma-se descrever o futuro em tonalidades pós-apocalípticas: bilhões de pessoas a habitar um planeta deserto, abandonado e repleto de lixo tóxico e resíduos radiativos. Um triste cenário em que o valor da vida humana seria, pois, equivalente a um rolo de papel higiênico. Até se fala na eutanásia de velhos e de doentes com a posterior transformação em fertilizantes. Se este quadro pessimista se concretizar nem que seja em parte, a democracia como instrumento político deixará de existir.
Todavia, tal cenário fantástico e surrealista também pode vir a realizar-se na Europa próspera, tendo em conta o fator africano. Nesse continente, se acreditarmos nas previsões para 2050, viverá 25% da população mundial, ou seja, quase 2,5 bilhões de pessoas, o que é duas vezes superior ao número de habitantes africanos nos dias de hoje.
Em sua opinião, o vice-diretor do Instituto de Demografia, Serguei Zakharov, a pressão migratória da África sobre os países de expressão anglo-saxônica vai crescer ainda mais:
“Aqui deve conduzir-se uma política ponderada de integração de imigrantes, visto que as barreiras artificiais não impedirão o seu fluxo dinâmico. Tanto mais que os países industrializados continuam a envelhecer, precisando de mão-de-obra e de novas forças intelectuais.”
Nos últimos 30 anos aumentou ainda – de centenas de milhares para 20 milhões e mais – a população muçulmana da Europa. Os muçulmanos europeus e americanos têm travado grandes discussões sobre o seu papel na sociedade ocidental. Será que lhes convém mais integrar-se, separar-se ou tentar converter o Ocidente ao Islamismo? - Interroga-se Tony Blankley, que foi redator e articulista do periódico The Washington Times, autor do livro "A Última Chance do Ocidente: Sairemos Vencedores na Batalha das Civilizações?" (The West's Last Chance: Will We Win the Clash of Civilizations?). Segundo ele, muitos muçulmanos residentes na Europa se comportam condignamente ao desejar se integrar culturalmente na sociedade ocidental. Mas, por outro lado, o número cada vez maior de muçulmanos se manifestam hostis para com os habitantes nativos da Europa. Muitos até chegam à conclusão que a renúncia à integração seria seu imperativo religioso, deduz Tony Blankley.
Bem ou mal, temos de reconhecer que, com tais tendências demográficas, as transformações políticas na Europa serão inevitáveis. Um quadro análogo se verifica nos EUA. Ali, a comunidade muçulmana tende a crescer a ritmos muito mais acelerados. Significará isto que o Islã político irá prevalecer, tornando-se num modelo dominante do futuro regime político? Uma série inteira de peritos expõe dúvidas a esse respeito, pondo em causa a importância vital da questão de sobrepovoamento.
Fazem lembrar ainda que, pela primeira vez, a conhecida frase “a nossa população é tão grande que a Terra dificilmente nos sustenta” pertence ao ilustre teólogo cristão Tertuliano do século II depois de Cristo. Na altura dele, a população da Terra se estimava em 200 milhões. Antes dele, tais receios tinham sido formulados por Platão, Aristóteles e Confúcio.
Para os otimistas, o sobrepovoamento não é uma noção absoluta, devendo ser analisada tendo em conta tais fatores como a base alimentar, os recursos naturais e o espaço geográfico. A produção de alimentos vai crescendo mais depressa do que a população. Há quem diga que, se for estruturada corretamente, poderá cobrir as necessidades da população 8-10 vezes maior do que a atual. As habitações ocupam menos de 1% da superfície terrestre. Dito de outra forma, a Humanidade não alcançou ainda os limites de seu desempenho expansionista. E os países euro-atlânticos tornar-se-ão polos de tal crescimento.
Se as conclusões dos otimistas estão certas, então a questão africana poderá ser resolvida. Será possível elevar o nível de vida dos africanos. Isto se repercutirá na vertente demográfica. Quanto mais rica for a pessoa, tanto mais despesas terá com seus filhos e tanto menor será o seu número. Assim, o nivelamento das regiões irá reduzir os fluxos migratórios, diminuindo a pressão demográfica.
Por isso, o Ocidente vai sobreviver, evitando mudanças político-sociais radicais relacionadas com o sobrepovoamento, se souber autolimitar-se. Presentemente, convém “levar uma vida mais modesta”. Tal poderia vir a ser um lema sensato de nossos descendentes, se eles tomarem juízo.
Fonte: Voz da Rússia
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