terça-feira, 8 de outubro de 2013

SÍRIA INICIA PROCESSO DE DESARMAMENTO – POR ENQUANTO PELOS SEUS PRÓPRIOS MEIOS


As autoridades sírias começaram a desmantelar as suas reservas de armas químicas. Sob observação dos peritos da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), os militares sírios inutilizaram parte das ogivas e equipamentos. Moscou e Washington estão satisfeitos com as ações de Damasco, mas ainda restam questões a serem resolvidas.

Foram usados maçaricos de corte a gás e rebarbadoras angulares com os quais, perante os inspetores da OPAQ, os soldados do exército sírio destruíram ogivas de mísseis e equipamento para mistura de substâncias químicas. Essa foi uma das etapas da liquidação dos arsenais químicos, a primeira e a mais simples, comenta o membro do Conselho Social da Comissão Militar-Industrial do governo russo Mikhail Khodarenok:

"As armas químicas são componentes militares recheados com uma substância tóxica. No início se procede à desacoplagem da parte de ataque do seu portador, isso tanto pode ser um aparelho de dispersão (um recipiente do qual é pulverizado o agente tóxico), como uma ogiva de um míssil tático ou um obus de artilharia. Depois da desacoplagem é feita a desmontagem e a destruição da substância tóxica propriamente dita."

Se os próprios sírios conseguem proceder à desmontagem do equipamento e à destruição da chamada "ferragem", obviamente sob controle internacional, já a destruição das substâncias tóxicas é um processo muito mais complexo. Se pode neutralizar, digamos, o gás mostarda, do qual Damasco possui segundo alguns dados quase 300 toneladas, com recurso a dispositivos móveis em território sírio.

Já para destruir as substâncias com que se produz o gás neuroparalizante sarin são necessários complexos sistemas permanentes. Não faz sentido construi-los na Síria: demora muito tempo, é muito caro e não é seguro. Por conseguinte, os componentes do sarin devem ser transportados para fora do país, mas nenhum país se mostrou ainda disposto a recebê-los, refere o editor principal da revista Arsenal Otechestva (Arsenal da Pátria) Viktor Murakhovsky:

"Essas dificuldades subsistem com o gás sarin por uma razão muito simples: o processo da sua neutralização decorre ou por reação química, como fazemos na Rússia, ou por combustão, como é feito nos EUA e agora também na Líbia. A lei proíbe a entrada em território da Rússia de substâncias tóxicas militares. Os norte-americanos também dificilmente concordarão em deixá-las entrar. Assim, o país que deveria receber os componentes do gás sarin deveria ser, naturalmente, a Líbia. Nesse país essas instalações já estão montadas e está em curso um processo de desmantelamento de armas químicas. Eu penso que os EUA conseguirão convencer a Líbia a receber as substâncias tóxicas sírias."

Tecnicamente a Líbia é realmente a melhor escolha. Outra questão é o fato de aí se viver hoje uma situação extremamente instável. As autoridades locais reconhecem abertamente que não conseguem garantir a ordem e a estabilidade. Logo, transportar armas químicas diretamente para as mãos de grupos terroristas é pelo menos insensato.

Por enquanto Damasco está a transportar as armas químicas dos diferentes pontos do país para depósitos centrais. Isso deverá facilitar o processo de desarmamento. O Ocidente, porém, vê com desconfiança essas ações das autoridades sírias, temendo que os militares possam dessa forma tentar esconder parte das substâncias tóxicas.

Em geral, todas as partes reconhecem que Damasco está cumprindo os seus compromissos para o desarmamento químico. Num encontro à margem da cúpula da APEC na Indonésia, o ministro das Relações Exteriores da Federação Russa Serguei Lavrov e o secretário de Estado dos EUA John Kerry expressaram a sua satisfação pelo decorrer desse processo e sublinharam a necessidade de pôr um fim à guerra na Síria pela via política.

Um passo nessa direção deverá ser a conferência internacional para uma regulação pacífica que recebeu o nome de "Genebra 2". A sua realização é esperada já para meados de novembro. A data concreta deverá ser brevemente determinada pelo secretário-geral da ONU Ban Ki-moon e pelo seu representante especial para a Síria Lakhdar Brahimi. Isso se as forças da oposição sírias não fizerem provocações, se Bashar Assad continuar a colaborar na liquidação dos arsenais químicos e se os terceiros países desistirem das suas intenções de intervir no conflito.

Aliás, este último "se" poderá realmente ser crucial. Até agora houve muitos a desejarem financiar a guerra contra Bashar Assad, mas já para financiar o processo de paz ainda ninguém está a fazer fila.

Fonte: Voz da Rússia

Segue o link do Canal no YouTube e o Blog
Gostaria de adicionar uma sugestão, colabore com o NÃO QUESTIONE

Este Blog tem finalidade informativa. Sendo assim, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). As imagens contidas nesse blog foram retiradas da Internet. Caso os autores ou detentores dos direitos das mesmas se sintam lesados, favor entrar em contato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário