sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ONU PREVÊ CRISE NA PRODUÇÃO DE COCO


Este outono foi muito fértil em prognósticos agrícolas assustadores. O último deles foi apresentado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Deste vez, a organização prognostica uma crise na produção de coco.

A procura mundial da produção deste ramo cresce 10% ao ano, enquanto a produção aumenta somente em 2%. Os problemas estão relacionados com o envelhecimento dos coqueiros nos principais países produtores desta matéria-prima, que é amplamente usada na indústria alimentícia e indústria cosmética.

Se um coqueiro pode potencialmente dar 100 frutos por ano, agora o rendimento na região Asiático-pacífica, o principal fornecedor de cocos, é de cerca de 40. A idade da maior parte das árvores lá já ultrapassou 50 anos, e depois desta marca o rendimento irá apenas cair.

No entanto para as Filipinas, por exemplo, o cultivo dos cocos é o principal ramo de exportação, que equivale a 5% do PIB. Outros grandes fornecedores são a Índia e a Indonésia.

1Aliás, na Índia já deram atenção ao problema do envelhecimento das plantações, sendo as plantas velhas substituídas por novas. As novas árvores são capazes de dar frutos dentro de 2-3 anos. O emprego de fertilizantes modernos possibilita aumentar a colheita de cocos em 50-100%. Além disso existem dados que indicam que de 20 a 40% da safra perde-se em virtude de pragas e doenças das árvores, pelo que é bastante considerável o potencial para melhorar a situação.

O que não se pode dizer de outro produto muito valioso, ao qual também preveem aumento de preços e escassez. Trata-se do chocolate. No próximo ano, em virtude da seca, está prevista a redução da safra de amêndoas de cacau na África Ocidental, que fornece cerca de 70% da matéria-prima mundial para a produção de chocolate. Desde o início deste ano os preços da matéria-prima subiram já em mais de 20%. Reflete-se também o aumento do consumo nos EUA e Europa Ocidental: o consumidor prefere cada vez mais o chocolate escuro, que leva mais amêndoas de cacau do que o chocolate ao leite.

Espera-se também o encarecimento do vinho. Recentemente, a companhia financeira Morgan Stanley informou que, de acordo com os resultados do ano passado, a procura da bebida ultrapassou a oferta em 300 milhões de caixas, o que representa um recorde em toda a história de observações. Sendo que a produção reduziu-se ao nível mínimo.

Aliás, este ano pode corrigir a situação. Assim, a Organização Mundial do Vinho e Viticultura (OIV) prevê um nível de produção “impressionante”: 281 milhões de hectolitros contra 258 hectolitros em 2012. Espera-se um aumento de cerca de 20% na Espanha, em 7% na França. No novo mundo, por exemplo, a Argentina produzirá 27% mais vinho do que no ano passado.

O mercado traz regularmente notícias que obrigam a pensar na própria carteira e no estomago. Entretanto, a situação dos alimentos em geral agora parece estável. Desde a primavera deste ano, os preços mundiais dos alimentos caem. Em agosto, o índice de preços de alimentos da FAO constituiu 201,8 pontos em comparação com o recorde histórico de fevereiro de 2011, quando o índice aumentou para 238 pontos. Em primeiro lugar a atual redução de preços está relacionada com o restabelecimento da produção de grãos depois das secas de 2012. Em 2013-14 prevê-se uma colheita recorde a nível de 2,5 bilhões de toneladas, o aumento será de quase 8%.

Mas os riscos permanecem. O principal é a possibilidade de aumento brusco dos preços se os caprichos do tempo se repetirem. Qualquer seca semelhante àquela que ocorreu em 2012 nos EUA ou na CEI, poderá aumentar os preços em 15-40%, prevê a FAO.

O quadro a longo prazo desperta muitas questões. Segundo avaliações da ONU, para alimentar todos os habitantes da Terra até 2050 deve-se duplicar o volume de produção. Sendo que já agora, graças à falta de novas áreas de plantio, o aumento de riscos ecológicos e o baixo nível de investimentos na agricultura, as possibilidades da indústria alimentar estão no limite. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico exortou recentemente os países do mundo a renunciar o mais depressa possível aos antigos métodos de política agropecuária e dar ênfase às inovações e aumento da produtividade.

Em face a isto, os cientistas propõem métodos muito extravagantes de solução do problema da alimentação da crescente população da Terra. Assim, recentemente, um grupo de estudantes do Canadá recebeu o prêmio de um milhão de dólares pela proposta de fazer farinha a partir de grilos especialmente criados. O amplo consumo de insetos na alimentação é considerado seriamente como um dos meios de prevenção da crise alimentar.

No verão passado, degustadores experimentaram solenemente o primeiro hambúrguer de carne artificial, produzida a partir de células- tronco de vaca. Apesar de, aparentemente, o bolinho artificial pouco lembrar o verdadeiro, os especialistas ficaram satisfeitos em geral. É verdade que a produção desse hambúrguer não foi barata - custou cerca de 370 mil dólares.

Naturalmente que o progresso técnico-científico não deve ficar parado e, com o tempo, a tecnologia ficará mais barata com certeza. Mas, ainda assim, a solução do problema alimentar deve ser procurada muito mais perto. Assim, o especialista indiano Devinder Sharma calculou que os alimentos que são produzidos agora seriam suficientes para 11,5 bilhões de pessoas. Simplesmente deve-se distribuir melhor os alimentos que já existem e usá-los com parcimônia.

Todos os anos são desperdiçados 1,3 bilhões de toneladas de alimentos, as perdas econômicas de tal atitude em relação aos produtos são avaliadas em 750 bilhões de dólares. A maior parte destas perdas (54%) pesa na consciência dos produtores. O restante perde-se no processo de elaboração, venda e consumo.

1A saída pode ser tanto o aumento do rendimento da produção, como a melhoria do sistema de monitoramento da oferta e procura. Já existem as “primeiras andorinhas”, em 2011, por iniciativa do G20, foi criado o Sistema de fornecimento de informações sobre o estado dos mercados agropecuários, que contribui para o aumento da transparência nos mercados mundiais de alimentos. Simplificando - permite comparar melhor os dados sobre reservas e procura de alimentos e ajuda a estudar os mecanismos da formação de preços.

Fonte: Voz da Rússia

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