O mais conhecido combatente contra o regime do apartheid na África do Sul morreu aos 95 anos em sua casa em Johannesburgo, nesta quinta-feira. Apesar de ele ter abandonado o posto de presidente da África do Sul, há 14 anos, foi precisamente ele quem foi considerado até hoje como "a consciência da nação". O veterano da política africana levou até ao fim dos seus dias uma vida bastante ativa.
Mandela morreu vítima de uma infecção pulmonar. Dizem que essa doença foi uma consequência direta da tuberculose que o afetou durante os 27 anos de reclusão na Ilha Robben, junto ao Cabo da Boa Esperança. Se se somar todo o tempo de prisão de Nelson Mandela, obteremos quase 31 anos: nenhum presidente da atualidade possui na sua biografia "universidades prisionais" tão longas.
Ele foi dirigente do Congresso Nacional Africano (ANC), chefiou a sua ala armada Umkhonto we Sizwe (A Lança da Nação). A partir de 1964, cumpria, na Ilha Robben, pena de prisão perpétua por tentativa de derrubada do regime do apartheid. Só foi libertado em 1990. No julgamento, Mandela declarou que estava sendo julgado por querer construir na África do Sul uma sociedade democrática, onde todas as raças e povos pudessem viver em paz e harmonia. Não se pode dizer que a África do Sul já tenha chegado a esse estado ideal, mas, de qualquer forma, se acabou com o apartheid.
Não se pode indicar, na África atual, qualquer político que possa igualar o calibre de Nelson Mandela, considera o historiador da Academia das Ciências da Rússia Apollon Davidson:
"Nelson Mandela, tal como Mahatma Gandhi, era contra as guerras e pela reconciliação nacional. Ele conseguiu quase o impossível – evitar um derramamento de sangue. No limiar entre os anos 80 e 90, há um quarto de século, a África do Sul parecia a todos os politólogos internacionais estar à beira de uma terrível guerra civil entre negros e brancos. Mas ela não aconteceu. Nem sequer houve tumultos sérios. Não se derramou sangue na África do Sul."
Em 1993, Mandela foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz, de 1994 a 1999 foi presidente da República da África do Sul.
Ele fez a sua formação jurídica nas prisões, tendo estudado como externo em faculdades de Direito de várias universidades ao mesmo tempo. Ele é membro honorário de 50 universidades internacionais. Muitas cidades por todo o mundo lhe erigiram monumentos (incluindo uma estátua no centro de Londres), o seu nome foi atribuído a ruas e praças, estádios e estabelecimentos de ensino. Ele não cresceu numa família modesta: Mandela era o filho mais velho de um chefe da tribo Tembu. Isso, de resto, não lhe concedia quaisquer privilégios especiais, que na RAS somente eram atribuídos à minoria branca.
Nelson Mandela influenciou a realidade não só africana, mas de todo o mundo, na opinião do analista do Instituto dos Países Africanos da Academia das Ciências da Rússia Anatoli Savateev:
"Nelson Mandela é um dos políticos mais influentes do mundo moderno. O seu significado não é só definido pelo papel político que desempenhou na vida da República da África do Sul. Ele se distinguia pelos seus elevados princípios éticos. Ele fez regressar a ética às relações entre raças e entre os diferentes grupos sociais."
Não se pode dizer que toda a República da África do Sul esteja unanimemente de luto por Mandela. Muita da população branca considerava-o, e a todo o Congresso Nacional Africano, como um vulgar grupo terrorista. Mas para a maioria negra Nelson Mandela era quase um deus, era uma referência moral e o libertador da escravidão.
A vida pessoal de Mandela não foi nenhum mar de rosas. A sua primeira esposa, Evelyn, morreu em 2004. A segunda esposa Winnie foi condenada, em 1991, a seis anos de prisão por cumplicidade em homicídio. O seu filho mais velho, Makgatho, morreu de AIDS em 2005 e o mais novo, Thembekile, morreu num acidente de avião. O mesmo destino sofreu, em 2010, sua bisneta. Mandela deixa três filhas. Pelo terceiro, e último, casamento ele era casado com Graça Machel, a viúva do líder moçambicano Samora Machel.
Fonte: Voz da Rússia
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