sexta-feira, 6 de junho de 2014

A CASA INOVADORA E SUSTENTÁVEL DE BAMBU QUE FLUTUA EM CASO DE INUNDAÇÕES


Sempre existem milhares de soluções para um único problema, basta olhá-lo por outros ângulos e analisá-lo sob um ponto de vista prático, que é o caso desse projeto. Trata-se da LIFT House: (Low Income Flood-proof Technology ou, em tradução livre: Tecnologia à prova de Inundações de Baixo Custo) uma solução inovadora para a habitação sustentável para comunidades de baixa renda em áreas sujeitas à inundações.

A casa foi feita para flutuar de acordo com a elevação do nível da água, e recuar ao nível do solo quando o nível baixar posteriormente, ou seja, em vez de restringir a passagem de água, a estrutura anfíbia trabalha com a natureza para conseguir proteção contra enchentes.

O projeto foi pensado e construído por Prithula ProSun, como resultado de sua tese de mestrado da Universidade de Waterloo, do Canadá, para auxiliar famílias de baixa renda que vivem em casas improvisadas na cidade de Dhaka em Bangladesh, que sofrem (e alguns perdem a vida) durante graves inundações por conta do transbordamento de rios, drenagem inadequada e chuva de monção.


A casa flutua por conta de duas técnicas: uma fundação de ferro-cimento oca e uma fundação com armação de bambu cheio de garrafas pets usadas, garantindo estabilidade na estrutura da casa que permanece estática no eixo vertical. Além disso, essas duas fundações são responsáveis por captar e filtrar a água da chuva durante o período chuvoso, que é armazenada e pode ser usada o ano todo. O material escolhido para a construção foi o bambu, que além de barato é abundante e de fácil reposição.




A casa foi projetada para ser autosuficiente, sem conexões com o sistema de abastecimento da cidade, que muitas vezes no entorno que essa população vive é muito precário. A LIFT possui também dois painéis solares de 60W que abastecem a casa para usar iluminação e ventiladores. O banheiro de compostagem compartilhada permite aos moradores criarem adubo a partir dos resíduos humanos que podem ser vendidos ou aplicados na horta após 10 anos de uso, a urina vai para o jardim através de uma tubulação no subsolo e funciona como fonte de nutrientes.






O projeto piloto foi testado com sucesso em 2010 e agora é o lar de uma família com cinco pessoas. Ele se concretizou devido a uma bolsa de pesquisa do Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento (IDRC).

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