Aumento do contingente militar da OTAN levou novos problemas aos habitantes da Letônia. Ações provocadoras de soldados já causaram vários incidentes com a população local, reforçando os ânimos antimilitaristas no país.
O prefeito da cidade de Ventspils classificou publicamente o comportamento de militares da aliança como indecente e queixou-se deles junto da direção da OTAN. As autoridades da Letônia consideraram a posição do prefeito como ameaça à segurança do país.
O número de militares de outros países da OTAN está cada vez maior na Letônia. Com o crescimento do contingente permanente aumenta a quantidade de manobras. Entretanto, peritos políticos advertiam reiteradas vezes o governo contra a tensão adicional na Letônia em resultado desse fenômeno, porque no país são fortes ânimos anti-OTAN. Ao mesmo tempo, os próprios militares estrangeiros estão contribuindo para aumentar o número de adversários de sua presença no território da república.
Mal entrando na terra letã, militares da OTAN armaram uma briga em Riga, lançando desta vez fúria contra taxistas locais que traziam soldados fortemente bêbados para hotel. Marinheiros da OTAN bulhavam toda a noite em Ventspils, tranquila cidade portuária da Letônia. Em resultado, essa festa também terminou com uma briga com jovens locais, muitos dos quais foram obrigados a solicitar assistência médica e um marinheiro holandês foi internado numa unidade de terapia intensa.
O prefeito de Ventspils, Aivar Lembergs, apoiado estavelmente durante muitos anos pela população, decidiu defender sua cidade, chamando de provocante o comportamento de soldados e destacando que em dois dias o agrupamento militar da OTAN havia criado muito mais incidentes do que durante o Dia da Cidade, quando dezenas de milhares de pessoas visitam Ventspils:
“Em geral, sempre recebemos hóspedes com alegria. Mas, infelizmente, marinheiros militares da OTAN comportavam-se como porcos, urinando em vias públicas, provocando pessoas e violando a ordem, leis da Letônia e regras de conduta. Ficamos muito chocados com seu comportamento”.
Lembergs comunicou ainda que pretende dirigir-se à direção da OTAN para se queixar da atitude de seus subordinados. Mas a manifestação do prefeito em defesa da moralidade e das leis do país foi recebida com pedras na mão. O ministro da Defesa, Raymond Vejonis, expressou-se a favor de soldados da OTAN, declarando que as declarações do autarca de Ventspils ameaçam, nem mais nem menos, a segurança do país.
Lembergs foi criticado também pelo ministro das Relações Exteriores, Edgars Rinkevics, que assinalou que a mensagem do prefeito de Ventspils sobre o comportamento de militares, dirigido ao secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, contém afirmações indelicadas e não corresponde à posição oficial da Letônia. O ministro mencionou, naturalmente, a Rússia. Em suas palavras, “a infamação da OTAN em condições, quando a sociedade letã depara com a propaganda hostil e agressiva da Rússia, deve ser categoricamente reprovada”.
Tal atitude das autoridades está reforçando ainda mais os ânimos antimilitaristas de cidadãos. Vendo que elas tentam justificar o comportamento provocante de militares da OTAN, os habitantes do país lembram-se de um ditado esquecido: todos são iguais perante a lei, mas alguns são “mais iguais” que outros. O fato de os estrangeiros terem escapado frequentemente de uma boa leva a pensar que a independência da Letônia está realmente ameaçada. Mas a Rússia não tem nada a ver com isso.
Fonte: Voz da Rússia
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