terça-feira, 3 de junho de 2014

SERÁ O FIM DOS TEMPOS PARA AS BANANAS?

    Situação com infestação mortal por fungo virulento é pior do que se pensava

Segundo o Popular Science, há algumas semanas um grupo de cientistas se reuniu na África do Sul para discutir possíveis formas de frear a extinção da fruta. Uma das estratégias propostas seria isolar áreas não afetadas do continente africano, onde as bananas são essenciais nas vidas de milhões de pessoas.

No entanto, um relatório publicado após a reunião revelou que a situação é pior do que o esperado. Em Moçambique, por exemplo, onde os cientistas acreditavam que apenas uma única plantação se encontrava condenada, a praga provocada pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp. cubensis — ou Foc-TR4 — já se espalhou de 125 acres para mais de 3,5 mil, condenando 7 milhões de bananeiras, ou seja, toda a produção do país.
O tamanho do problema


Anualmente, a produção bananeira gera um montante de US$ 8 bilhões e, de acordo com as Nações Unidas, mais de 400 mil pessoas encontram na fruta sua principal fonte de calorias. O problema na África é que, embora outros países além de Moçambique também produzam bananas, a população é extremamente dependente do cultivo, como é o caso de Uganda e Ruanda, por exemplo, onde o consumo per capta é de mais de 250 quilos.

A escassez da fruta é sinônimo de fome para muita gente, e uma das questões levantadas durante a reunião na África se refere à forma como a praga chegou a Moçambique. Uma das teorias é a de que o fungo pode ter sido introduzido através de uma pequena porção de terra contaminada presente nos calçados ou ferramentas trazidas por trabalhadores de outro país — como a Filipinas, por exemplo —, deixando bem claro o quão virulento o fungo pode ser.


Outra teoria levantada pelos pesquisadores é a de que o Foc-TR4 já se encontrava no solo, entrando em ação quando as bananas começaram a ser produzidas. Independente do que desencadeou a praga, é evidente que as plantações não contavam com a estrutura necessária para lidar com a situação. Segundo o artigo, muitas compartilhavam as instalações destinadas à drenagem de água, o que pode ter facilitado a contaminação de um cultivo para outro.

O trânsito da população através das fazendas também pode ter contribuído para promover a infestação e, efetivamente, o responsável por uma das fazendas admitiu que mais de 2,5 mil pessoas circulavam diariamente por suas terras a pé, sem falar nos cerca de 100 veículos que entravam e saíam da propriedade diariamente. De qualquer forma, ficou evidente a facilidade e rapidez com a qual o fungo mortal se espalha, e a dificuldade em isolar o problema.
Freando o banapocalipse


Segundo um dos maiores produtores de banana do mundo, a solução seria encontrar uma variedade de fruta que substitua a Cavendish — também conhecida como caturra —, que parece ser o principal alvo da praga. Nesse sentido, os produtores já começaram a testar uma fruta modificada que, conforme explicaram, além de ser mais doce do que a que está entrando em extinção, é altamente resistente ao fungo.

Essa variedade — conhecida como GCTCV 219 — foi desenvolvida através do cruzamento de plantas mais resistentes selecionadas manualmente e, se um dia as restrições com respeito à produção de transgênicos forem mais brandas, os cientistas esperam criar frutas imunes a esses tipos de pragas.

Contudo, de acordo com os pesquisadores, a melhor solução está em mudar o foco, partindo da monocultura atual — essencialmente baseada em clones das mesmas plantas — e investir na variedade, especialmente nas mais resistentes. Aliás, embora outras classes de banana atualmente não sejam consideradas próprias para a exportação, existem muitas frutas muito mais saborosas do que a “comercial” caturra.
Fim dos tempos bananeiros?


A situação com as bananas da variedade caturra é bem preocupante, já que 45% da produção mundial se baseia nessa fruta, e o crescimento anual é de 7%. E conforme a monocultura se espalha, também se espalha o risco da crise que poderá afetar as vidas de milhões de pessoas. Outra questão importante é prever — e evitar — que o fungo chegue à América Latina.

Contudo, com um período de incubação entre 2 e 3 anos e a grande circulação de trabalhadores pelo mundo, é possível que o Foc-TR4 já esteja por aqui. Isso significa que talvez tenhamos que explorar outras — e mais saborosas — variedades de banana, mas só o tempo dirá se o apocalipse realmente já está chegando para as nossas plantações também.

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