O governo japonês aprovou uma resolução que autoriza, pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as tropas desse país a usar a força no estrangeiro em determinadas circunstâncias, mesmo que o Japão não tenha sido atacado. Até agora isso era proibido pela Constituição do país.
A resolução revoga uma série de limitações às ações militares em operações integradas em forças da ONU no estrangeiro, durante as quais os militares japoneses praticamente não estavam autorizados a usar as armas. Agora já têm esse direito. Já há várias décadas que o Japão mantinha esta linha, refere o perito russo em assuntos japoneses Dmitri Streltsov:
“Esse processo se iniciou há mais de 20 anos, quando o Japão estabeleceu como objetivo a subida de seu estatuto internacional e sobretudo seu papel político nas organizações internacionais e na ONU, passando a ser uma potência importante não só econômica, mas também política. Não foi por acaso que foi escolhido este momento para aprovar a resolução que autoriza as tropas japonesas a usarem a força no estrangeiro. Esse documento reflete a especificidade do momento atual, quando o Japão enfrenta novos desafios e ameaças à sua segurança. Eles estão associados ao fator do crescimento político-militar da China e ao agravamento da situação na península da Coreia.”
Nesse contexto, brevemente deverá também ser revisto o conceito da aliança estratégica do Japão com os EUA. Apesar do primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe continuar se pronunciando pelo seu aprofundamento, Tóquio contudo já não se satisfaz apenas com promessas verbais por parte dos EUA. O Japão quer se tornar ele próprio em garante da estabilidade na região com recurso às suas próprias forças, refere Dmitri Streltsov:
“Isso se deve a que no último ano em Tóquio talvez tenham surgido dúvidas quanto ao possível envolvimento dos EUA ao lado do Japão no caso de ocorrerem conflitos locais, nomeadamente em torno das disputadas ilhas de Senkaku (Diaoyu). O Japão tem razões para esses receios.”
A aprovação desta resolução foi a viragem mais importante na política de defesa de Tóquio desde 1954 e foi acompanhada por grandes manifestações de protesto. Mais de 70% dos japoneses são contra o alargamento dos poderes dos militares, receando que, alterando os fundamentos de sua constituição pacífica, o seu país possa ser envolvido numa guerra ou num conflito internacional.
A isso se seguiu imediatamente uma reação negativa da China, o que não favorece a diminuição da tensão em torno das disputadas ilhas de Senkaku. Isso é simultaneamente alarmante para os outros países da região, que ainda não esqueceram o passado militarista do Japão, refere o orientalista Valeri Kistanov:
“O orçamento militar do Japão está aumentando. Neste momento ele é da ordem dos 45-47 bilhões de dólares. Esse aumento é realizado sob o lema da ativa contribuição para a paz. Shinzo Abe apresentou mesmo a expressão “pacifismo ativo”, mas essas palavras não podem tranquilizar seus vizinhos. O alargamento das competências das forças japonesas de autodefesa provoca uma grande preocupação não só da China, mas mesmo do outro aliado dos EUA na Ásia que é a Coreia do Sul. Os países vizinhos consideram que todas as ações do premiê Abe na área da política de defesa se destinam apenas ao renascimento do militarismo japonês e já não se inibem de classificar o chefe do governo japonês como um falcão da política externa, um nacionalista e revanchista.”
Podemos esperar que a política de Abe apenas irá agravar a situação na região da Ásia-Pacífico. A aprovação da resolução irá provocar não apenas críticas, mas também atos de resposta da China e dos outros países da Ásia, refere Valeri Kistanov.
Fonte: Voz da Rússia
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