terça-feira, 13 de agosto de 2013

FUGITIVO MAIS PROCURADO PELO FBI DEPOIS DE BIN LADEN É ACUSADO DE HOMICÍDIO E CRIME ORGANIZADO



James “Whitey” Bulger, um dos mais célebres mafiosos americanos do século XX, foi considerado culpado de 11 homicídios e uma série de outras acusações relacionadas com crime organizado.

O veredicto, dado esta segunda-feira, num tribunal em Boston, trouxe um ponto final a um caso que iludiu as autoridades durante décadas: depois de ser o líder da máfia irlandesa em Boston durante as décadas de 1970 e 1980, James Bulger desapareceu em 1995 e esteve em fuga durante 16 anos, deixando no ar a dúvida de se alguma vez seria capturado.

Durante anos, foi o homem mais procurado pelo FBI, a seguir a Osama bin Laden, e a recompensa por informações que conduzissem à sua captura – no valor de dois milhões de dólares – foi a maior alguma vez oferecida pela agência de investigação por um fugitivo americano.

Coincidentemente, os dois homens, Bin Laden e Bulger, foram capturados no mesmo ano, 2011, com menos de dois meses de intervalo. Bulger estava a viver com a sua namorada de há muito tempo numa apartamento junto à praia de Santa Monica, na Califórnia, quando foi detido, a 22 de Junho de 2011.

James Bulger (“Whitey”, a alcunha que costuma acompanhar o seu nome e que significa “branquela”, refere-se ao cabelo loiro platinado que o distinguiu desde jovem) não teve qualquer reacção ao ouvir o veredicto do júri na segunda-feira.

Durante o julgamento, que durou dois meses, foi descrito como um mafioso que matava as suas vítimas a sangue-frio. Entre outras coisas, Bulger foi acusado de estrangular duas mulheres com a suas próprias mãos, alvejar dois homens na cabeça depois de amarrá-los a cadeiras e interrogá-los durante horas, e matar dois homens à queima-roupa quando saíam de um restaurante em Boston. Segundo testemunhos ouvidos em tribunal, a seguir, Bulger dormia uma sesta, enquanto os seus subordinados limpavam a cena do homicídio, o que incluía a remoção dos dentes das vítimas para que não pudessem ser identificadas se os seus corpos viessem a ser encontrados.

Mas aquilo que faz de James “Whitey” Bulger um dos mais míticos gangsters do século XX nos Estados Unidos é o facto de ter conseguido corromper o FBI como nenhum outro criminoso. Bulger e o seu grupo da máfia irlandesa, o Winter Hill Gang, subornaram agentes do FBI e da polícia local e estadual, dando-lhes envelopes de dinheiro e caixas do melhor vinho em troca de informação sobre investigações e escutas, de forma a manterem-se sempre um passo à frente das autoridades.

Bulger também foi um informador do FBI de Boston entre 1975 e 1990, fornecendo informação sobre os seus rivais de um outro gangue mafioso, bem como sobre membros do seu próprio grupo, enquanto continuava a matar e intimidar, sob a protecção da agência.

No início deste mês, Bulger anunciou que não iria depor no julgamento. “Sinto que fui privado da oportunidade de ter uma defesa adequada”, queixou-se. “Tanto quanto posso dizer, não tive um julgamento justo e isto é uma farsa, portanto façam de mim o que quiserem”, disse. “É tudo. Essa é a minha palavra final.”

Após quatro dias e meio de deliberações, o júri considerou Bulger culpado de grande parte das acusações que pendiam sobre ele, incluindo extorsão e lavagem de dinheiro, conspiração e tráfico de droga. O júri também considerou que 11 dos 19 homicídios de que era acusado tinham sido provados em tribunal.

Segundo a agência Associated Press, uma mulher que se encontrava na sala do tribunal quando o veredicto foi anunciado gritou para Bulger, enquanto ele estava a sair, imitando o som de uma metralhadora: “Rat-a-tat-tat, Whitey!” A sentença está marcada para dia 13 de Novembro. Bulger poderá ser condenado a prisão perpétua. Mas, dada a sua idade, mesmo uma sentença mais modesta poderá equivaler a prisão perpétua. James “Whitey” Bulger tem 83 anos.
 
Fonte: Publico
 
Segue o link do Canal no YouTube e o Blog
http://www.youtube.com/naoquestione
http://nao-questione.blogspot.com.br/?view=flipcard
Gostaria de adicionar uma sugestão, colabore com o NÃO QUESTIONE

Nenhum comentário:

Postar um comentário