Os arquivos secretos e inéditos do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), mostram, segundo o jornal, a criação do chamado "Plano de Informações Estratégicas Militares", que descreve o esquema de espionagem organizado pelo Brasil, onde cinco órgãos de busca participavam da coleta de informações. Quatro deles eram vinculados às Forças Armadas, e o quinto era o Itamaraty, Agência Brasileira de Relações Exteriores, ao qual cabia a tarefa mais ampla na captação de dados.

O levantamento sobre a organização das Forças Armadas dos vizinhos, dados sobre instalações de defesa, informações sobre logística militar e movimentos guerrilheiros nos países observados, seguiam rigorosa orientação com envio de informações devidamente fixadas pelos militares. Informações consideradas mais relevantes, deveriam excecionalmente serem repassadas para o governo brasileiro no ato de sua obtenção.

Fatos dessa natureza, que envolvem a "concessão de informações", tornam-se cada dia mais comuns no país. Recentemente, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, se reportou publicamente anulando um suposto "convênio" assinado entre o órgão e a Serasa Experian, em que seriam repassados dados de 141 milhões de eleitores brasileiros, para que a empresa pudesse "enriquecer" seu cadastro de proteção ao crédito no país. Porém, novos escândalos colocam mais uma vez em xeque a idoneidade do órgão, como o surgimento de uma entidade do setor funerário acusada de utilizar a Internet para vender dados compilados pelo TSE sobre eleitores brasileiros já falecidos. Fato que demonstrou que o acordo do TSE com a Serasa Experian não foi o único a envolver a liberação de informações sob a guarda da Justiça Eleitoral brasileira.

Tais arquivos evidenciam claramente a constante e progressiva vulnerabilidade das pessoas frente ao incontestável paradigma "espionagem". Nunca esse ditado foi levado tão a sério quanto nos dias de hoje. A invenção da Internet e a popularização das tecnologias tornou a comunicação entre as pessoas algo muito mais fácil. Estabelecer e respeitar os limites dentro desta comunicação é o que se tem tornado cada vez mais difícil.

Até que ponto podemos adentrar a vida alheia? Com que direito a segurança passa a ser uma importunação? Qual o limite entre o direito de se investigar e o dever de se reservar? É notável que o bom senso individual, político e social já não é um bom medidor de limites. Os sistemas não medem esforços para executar o que lhes convém. O bom senso distorcido abre espaço para esse tipo de ataque como se não houvesse consequências, remetendo a ideia de que cada vez mais a tecnologia é tida como "anarquia" e a vida alheia, como uma "terra sem lei".

Fonte: Voz da Rússia

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