sexta-feira, 20 de setembro de 2013

ALEMANHA: O DESTINO DAS ELEIÇÕES SERÁ DETERMINADO POR CÉTICOS EUROPEUS?


As eleições gerais na Alemanha, a realizar-se no próximo domingo, dia 22, têm um âmbito pan-europeu evidente. O seu resultado vai determinar não somente a futura correlação de forças no país, mas também a continuação, ou, pelo contrário, a revisão dos atuais programas anti-crise da União Europeia. Está em jogo o destino da zona do euro e de todo o projeto de integração paneuropeia, firma o nosso comentarista Piotr Iskenderov.

As últimas pesquisas sociológicas emaranharam definitivamente a situação. Elas apuram que a União Social-Cristã da atual chanceler federal Angela Merkel tem grandes chances de sair vencedora nestas eleições. Mas nas condições políticas da Alemanha, o mais importante não é um partido concreto mas o caráter da coalizão governante. E neste plano a vitória da União Social-Cristã pode resultar uma vitória de Pirro visto que o seu aliado tradicional, o Partido Democrático Liberal, mal conseguiu obter o mínimo de votos, à volta de 6%, para criar a sua bancada no parlamento.

Esta disposição agoura que a atual coalizão centro-direita vai obter um total de 44% das cadeiras no parlamento. Mas os seus oponentes do centro-esquerdo vão obter um por cento a mais, ou seja, 45%. Tudo isso pode criar um verdadeiro impasse político na Alemanha. O êxito de dois participantes não padronizados das eleições, - os antiglobalistas do “Partido dos Piratas” e do eurocéticos do partido “Alternativa para a Alemanha” – pode agravar a situação ainda mais. Estes últimos pugnam pela saída mais breve possível da zona do euro. Os dois partidos têm chances de não somente entrar, - pela primeira vez na sua história, - no parlamento alemão, bundestag, mas também de ultrapassar na corrida eleitoral vários “veteranos” da luta política dos partidos.

Vladislav Belov, perito em problemas da Alemanha do Instituto da Europa junto da Academia de Ciências Russa, explicou na palestra com a Voz da Rússia, que o crescimento da popularidade dos antiglobalistas e dos eurocéticos é resultado da diminuição do prestígio dos partidos tradicionais e de novos métodos ativos que os “novatos” utilizam no trabalho com o eleitorado.

Na Alemanha constata-se a diminuição das fileiras dos grandes partidos tradicionais visto que eles não podem oferecer nada de essencial. Mas uma pesquisa revelou que o “Partido dos Piratas” tinha já em fins de 2011 um rating de 9% ao nível federal. E se na sociedade alemã continuar a existir realmente o descontentamento com os partidos tradicionais, e os “piratas” lançarem mais alguns slogans estalantes sobre a liberdade ou algum outro tema atual, eles bem que podem conquistar cadeiras no parlamento.

Roman Ebener, representante da organização alemã Abgeordnetenwatch, admitiu na entrevista à Voz da Rússia que a política alemã se afasta cada vez mais das necessidades sociais. É uma plataforma de internet, criada para manter contato com o eleitorado e que oferece a informação detalhada sobre os políticos alemães – sobre a sua instrução, hobbies, rendimentos, etc.

O problema da política alemã consiste em que ela se afasta cada vez mais da sociedade. Muitas pessoas deixaram de participar da vida política do país pois consideram que a sua opção não pode exercer influência real sobre o resultado. Isso faz por sua vez que estas camadas da população não apresentem candidatos. E, por conseguinte, a cúpula política continua a mesma.

Está claro que o impasse político interno na Alemanha e, ainda menos, o triunfo do “Partido dos Piratas” e da “Alternativa para a Alemanha” não correspondem absolutamente aos planos da direção da União Europeia que considera Berlin uma “locomotiva anti-crise”. Aliás, não vale a pena sobreestimar a eficiência das receitas alemãs de combate à crise. Em 2006 na Alemanha foram publicadas memórias do ex-chanceler Gerhard Schroeder, em que o autor delineou com uma precisão espantosa a esfera dos atuais Estados problemáticos da União Europeia: ele apontou então Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha. Existe um pequeno pormenor: estes países foram enumerados como... modelos do êxito da União Europeia. É evidente que os antiglobalistas e os eurocéticos irão votar no próximo domingo precisamente contra um “êxito” deste tipo.

Fonte: Voz da Rússia

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