Ao suspender sua visita oficial aos Estados unidos programada para o mês que vem, Dilma Rousseff torna evidente as limitações encontradas pelo Brasil em responder de maneira contundente às acusações de espionagem encampadas pelo governo norte-americano, que segundo Edward Snowden teria monitorado de maneira ilegal as comunicações de empresas e autoridades no país.
Não que Dilma tenha errado em sua decisão. De fato, não há ambiente para um encontro entre os chefes de Estado no instante em que o anfitrião é acusado de vasculhar informações confidencias do outro em busca de vantagens na competição econômica internacional. Mas, analisaoa em sua plenitude, o episódio escancara o fato de que o Brasil, tirante o cancelamento da visita, não tem muito mais a fazer a este respeito.
Tentativas não faltam em virar o jogo. Logo após o vazamento das denúncias, Dilma enviou seu ministro da Justiça a Washington para cobrar explicações do vice-presidente norte-americano. Mais recentemente, o novo ministro das Relações Exteriores também arrumou as malas e seguiu para lá na tentativa de negociar uma saída, talvez um pedido de desculpas dos EUA, a respeito da crise diplomática. Todas as iniciativas, porém, foram infrutíferas.
Agora mesmo, o governo brasileiro faz lobby pelo combate à espionagem entre governos. O Itamaraty e a própria presidente Dilma Rousseff pretendem divulgar a proposta de algum tipo de controle em fóruns internacionais, sondando parceiros para essa missão.
Em julho último, durante a reunião do Mercosul, Argentina, Uruguai e Venezuela sinalizaram apoio à ideia brasileira. Agora, o governo quer debater a questão durante encontro da União das Nações Sul-americanas (Unasul), com os países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos e, por fim, tentar convencer os integrantes dos BRICS (grupo de emergentes composto pelos Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
As chances de sucesso desse tipo de empreitada nunca devem ser descartadas, apesar do quadro não ser favorável. Por incrível que possa parecer, as dificuldades são maiores com países como Chile, Colômbia e, mais acima, o México, mercados que, embora vizinhos, são economicamente muito afinados com os Estados Unidos.
No entanto, mais importante do que dividir com outros países a busca por soluções, o Brasil precisa enfrentar sozinho sua dura realidade evidenciada por Snowden, um mero funcionário terceirizado da rede de espionagem norte-americana: a fragilidade do país no que tange à segurança de suas informações estratégicas.
Durante décadas, o Brasil tem negligenciado seu programa espacial, motivo pelo qual não possui um único satélite exclusivamente dedicado para suas comunicações críticas, como as demandas de militares ou do gabinete da presidência da república. Somente agora foi anunciada uma iniciativa do tipo e o lançamento do tal satélite, se tudo ocorrer conforme o planejado, deve ocorrer de uma base alugada, fora do Brasil. Talvez assim, o país garanta um pouco mais de segurança para seus agentes estratégicos e caminhe, ao menos um passo, na direção da soberania nacional.
Fonte: Voz da Rússia
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