As consequências de um possível default nos EUA podem se tornar um desastre para toda a economia mundial, e não apenas para os Estados Unidos. Se os políticos norte-americanos não conseguirem chegar a um acordo sobre o aumento do teto da dívida do Estado, já os primeiros minutos após o default (falência) serão fatais para os mercados mundiais.
A dívida nacional dos EUA é atualmente de 16,7 trilhões de dólares. Se não forem autorizados novos empréstimos, o governo ficará sem dinheiro depois de 17 de outubro. Entretanto, já no final do mês há que pagar juros sobre títulos no valor de quase 6 bilhões de dólares.
Se os Estados Unidos começarem a se permitir atrasos de pagamentos de suas dívidas, a reação do mundo financeiro não se vai fazer esperar. Os primeiros a reagir serão os mercados de ações e moedas. Os principais índices mundiais podem perder imediatamente mais de dez por cento. E o mercado de ações dos EUA estará ainda pior – ele vai perder um quinto do seu valor, acredita o especialista do portal analítico ET-TRADE Ilia Sizov:
“Nos primeiros minutos, obviamente, será um choque e haverá pavor, uma saída em massa de todos os ativos financeiros. Haverá uma forte valorização do dólar em relação a moedas de países em desenvolvimento e de exportadores de matérias primas. Os títulos dos EUA primeiro reagirão com uma subida de rendimentos, e depois a situação vai normalizar – os especuladores começarão a comprar títulos. Não penso que isso vá durar mais de três semanas. Se esta situação durar meses, será um caos.”
Especialistas dizem que inicialmente o dólar, paradoxalmente, irá subir acentuadamente. Apesar de que a credibilidade nos compromissos do governo dos EUA pode vacilar. E é justamente para o dólar que serão primeiramente transferidos ativos financeiros depois de uma possível moratória técnica, ou seja, incumprimento. Apesar de todos já estarem bastante fartos da pirâmide da dívida do governo dos EUA, o dólar continua a ser a principal moeda de reserva. Portanto, o menor aumento de risco no sistema causa o aumento da demanda pelo dólar.
No entanto, se os Estados Unidos estarão insolventes por um período mais longo, o dólar vai perder credibilidade, diz o diretor da empresa Finam Management Nikolai Solabuto:
“Em tal situação, obviamente, vai aumentar a demanda por ouro. Seu preço vai começar a crescer até seus máximos históricos anteriores. E nós iremos dizer que o ouro é a única moeda universal. E com tais conversas haverá uma saída de todos os ativos.”
Simplificando, o sistema financeiro em sua forma atual deixará de existir. Se a credibilidade dos títulos do tesouro for destruída por completo, seguirão falências de bancos ao redor do mundo, porque eles estão entre os maiores detentores da dívida dos EUA. Comenta o chefe do departamento de análise da empresa de investimentos e finanças Metropol, Mark Rubinshtein:
“Desaparecerá a principal ferramenta de pagamento nos mercados financeiros, os títulos dos EUA, e isso levará a um colapso total dos mercados financeiros. Títulos do Tesouro dos EUA são usados como garantia para enormes quantidades de transações no mercado global. Por conseguinte, se não houver garantias, não haverá negócios.”
Os fluxos financeiros não são apenas uma fonte de lucros especulativos, mas também o sistema circulatório de toda a economia. A grande questão é se ela sobreviverá a uma paragem da “circulação”. Em qualquer caso, a recente crise financeira de 2008 parecerá uma brincadeira. Obviamente, tal perspectiva assusta os maiores jogadores na arena mundial, que são de fato credores dos Estados Unidos como compradores de seus títulos de governo. Eles já expressaram sua preocupação com a situação, por exemplo, as autoridades da China e do Japão.
Mas é claro que a solvência do Estado deve preocupar em primeiro lugar os próprios políticos norte-americanos. Afinal, mesmo uma moratória técnica – quando obrigações de pagamentos de dívidas não são cumpridas em algum momento, mas a capacidade de pagamento, em princípio, não levanta dúvidas – pode prejudicar significativamente o bem-estar dos norte-americanos comuns, diz o chefe do departamento de análise da empresa de gestão Russky Standart, Serguei Suverov:
“Em primeiro lugar cairá o preço das ações de títulos do Tesouro dos EUA – em 15-20 por cento, vão subir as taxas de juros sobre os empréstimos, inclusive no crédito à habitação. O crescimento pode ser de 2-3%. Os preços dos imóveis podem entrar em colapso – em torno de 10-15%. Ou seja, os americanos comuns vão se sentir substancialmente mais pobres.”
Mas se a crise se prolongar, o dólar simplesmente se transformará em simples papel, continua o especialista:
“Se acontecer um incumprimento de grande escala, o dólar arrisca-se a perder o estatuto de moeda de reserva. O pior cenário é a substituição do dólar por uma outra moeda norte-americana pois, caso, serão desvalorizadas as poupanças.”
De que forma os americanos irão pagar os bens e serviços até ser lançada a emissão de dinheiro novo é uma grande questão. No mínimo, isso ameaça reverter a economia para o século XVIII, quando a Europa apenas começava a usar dinheiro de papel amplamente. No pior dos casos, será um retorno ao início da civilização, com suas trocas naturais.
Fonte: Voz da Rússia
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