Empresários russos estão se preparando para defender os seus direitos em mercados estrangeiros. No primeiro ano de participação na Organização Mundial do Comércio foram identificadas 79 medidas discriminatórias existentes contra as exportações russas nos países da OMC. Estes dados foram apresentados na reunião da direção da União Russa de Industriais e Empresários. Agora, os empresários pretendem intensificar a resolução de disputas em órgãos reguladores da OMC e apresentar respectivas queixas contra cada medida protecionista identificada.
Como mostrou a primeira experiência de participação da Rússia na OMC, a adesão à organização não garantiu uma exclusão automática das medidas de proteção para as exportações russas. Muitos países, tentando proteger seus produtores, agem contra as regras. A União Europeia é o líder em número de medidas protecionistas, seguida pelos EUA, Índia e China, disse o diretor geral do Centro de Comércio Internacional Vladimir Salamatov:
"Em primeiro lugar, tais medidas são aplicadas em relação à indústria química, à metalurgia, à indústria de rolamento de tubos e outros ramos industriais. A revisão de correções energéticas que a UE aplica a um grande número de produtos russos, permitirá remover várias das 79 medidas identificadas. A tarefa dos empresários é colocar perguntas, ajudar em investigações, preparar dossiês. E o governo, por iniciativa das empresas, deverá realizar as medidas legais necessárias no âmbito da Organização Mundial do Comércio."
Empresários propõem iniciar este processo pelo desenvolvimento de um regulamento especial da interação entre governo e empresas sobre questões da OMC. O documento permite reagir mais rapidamente às tentativas de discriminação de produtos russos no exterior.
Quanto ao mercado interno, aqui, segundo a União Russa de Industriais e Empresários (RSPP, na sigla russa), as previsões negativas não se tornam realidade. Em um ano de adesão da Rússia à OMC o custo de importações provenientes de países estrangeiros menos próximos aumentou não mais que três por cento. Isto significa que não houve um aumento acentuado do fluxo de mercadorias importadas para o mercado russo após a entrada na OMC: apenas alguns setores sentiram consequências mais ou menos significativas.
Passado um ano após a adesão da Rússia à OMC, 86% das empresas russas pesquisadas pela RSPP ainda não sentiram mudanças, mas isso fez as empresas pensarem sobre como melhorar a sua eficácia, nota o chefe do RSPP Alexander Shokhin:
"Já muitas empresas russas acreditam que numa série de posições a adesão à OMC requer mudanças, por exemplo na política de pessoal, e maiores requisitos de qualificação para trabalhadores. 70% das empresas indicam como consequências reais da adesão à OMC o aumento da concorrência."
Alguns setores da indústria necessitam medidas de apoio. São, por exemplo, a metalurgia, a engenharia agrícola e a agricultura. Até 2020, na Rússia está vigente um regime preferencial e ainda há tempo para adaptar essas indústrias ao mercado livre, nota Alexander Shokhin:
"Dado que na Rússia ainda durante cerca de 8 anos estará em vigor um período de transição para várias posições, temos oportunidades de elaborar em conjunto com o governo e os legisladores medidas para proteger o mercado interno pertinentes às regras e normas da OMC, e de avaliar a eficácia dessas medidas."
Atualmente, o estado apoia os setores mais carentes, compensando parte do custo dos juros sobre empréstimos. Especialistas também sugerem trabalhar para a introdução de regulamentos de qualidade dos produtos importados. Isso permitirá evitar falsificações importadas baratos, e, simultaneamente, aumentar a demanda por análogos russos de qualidade no mercado nacional.
Fonte: Voz da Rússia
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