A mais moderna estação de radares Konteiner, construída nos arredores da cidade de Kovylkino na Mordóvia, entrou em funcionamento. Esta estação permitirá às forças de defesa aéreo-espaciais russas detetar, na frente ocidental, a deslocação de praticamente quaisquer aparelhos voadores e fixar lançamentos de mísseis de cruzeiro a uma distância de até 3.000 km.
O saber é a garantia da tranquilidade
Um sistema contínuo de radares nas direções fulcrais é uma garantia de uma segura defesa antiaérea. Mas a desintegração da URSS conduziu a que, neste campo, se tenham formado “lacunas” percetíveis. Primeiro, muitos dos componentes da defesa antiaérea e sistemas de prevenção de ataques de mísseis (SPAM) ficaram fora das fronteiras russas. Segundo, os que ficaram no território do país ou, estando no estrangeiro, ficaram sob o controle da Rússia, foram-se tornando obsoletos. Entretanto, os aliados da URSS no Leste da Europa tornaram-se membros da OTAN. Tudo isto junto significou uma ameaça crítica para a segurança do país, visto que o controle do espaço aéreo se tornou precisamente um fator determinante da guerra moderna, mesmo que, do ponto de vista político, a probabilidade de conflito a Ocidente seja significativamente menor do que há 30 anos atrás.
A estação Konteiner, instalada na Mordóvia, foi a primeira das estações de radares da nova geração que detetam para lá do horizonte. Juntamente com as estações Voronezh com sistemas SPAM, ele deve restabelecer o sistema contínuo de radares russo.
Física e geografia
O raio de ação das estações clássicas de radares à face da Terra era limitado pelo horizonte. A onda de rádio difunde-se em linha reta. Ela não é capaz de contornar o globo terrestre. Por isso, os aparelhos que voam a baixa altitude para além do horizonte podem fugir à observação. Além disso, quanto maior é a distância da estação, maior é a zona morta que o radar não consegue controlar.
O fabrico de radares que detetam para além do horizonte (RSAH) começou ainda nos anos 40. Inicialmente, a aposta foi feita nas ondas compridas, capazes de dar a volta à superfície da Terra. Porém, para esses diapasões eram necessárias antenas de tamanhos ciclópicos e enormes potências (eles eram bastante grandes também para RSAH de ondas curtas). Isto levou a que a investigação nesse sentido tenha perdido as perspetivas.
Então, os engenheiros apostaram nas ondas curtas. Elas difundem-se na atmosfera da Terra a uma distância que depende apenas da potência do transmissor, refletindo-se numerosas vezes na ionosfera. Há muito tempo que este princípio é empregue com êxito nas comunicações via rádio a longa e ultralonga distância, porém, durante muito tempo, considerou-se impossível a deteção de objetos na atmosfera com a ajuda de ondas curtas.
A estação 5N32 Duga foi o primeiro radar dessa categoria. Três radares foram instalados nos anos 80 na Rússia: perto de Komsomolsk-no-Amur e, na Ucrânia, perto de Chernobyl e Nikolaev. As estações foram consideradas bastantes promissoras, porém, a catástrofe de Chernobyl, primeiro, que obrigou à evacuação dos arredores, e, depois, a desintegração da URSS puseram fim à exploração desses edifícios.
Nos anos 90, entraram em funcionamento duas novas estações: Telets (Touro) e Volna (Onda), construídas pelo complexo científico-produtivo Instituto de Ligações de Rádio a Longa Distância.
Depois disso, no início dos 2000, as Podsolnukh (Girassol) e Laguna. Estas estações de radares, construídas na costa, eram utilizadas para o controle do espaço marítimo e aéreo no raio de 200 milhas da zona econômica. Elas funcionam segundo o princípio de um “raio à superfície”, utilizando a capacidade das ondas curtas de rádio de se difundirem para além do horizonte através da difração ao longo da superfície marítima. Também então, nos anos de 1990, começou a criação de um novo radar que se veio a transformar no objeto 29B6 Konteiner.
Segundo os dados existentes, a estação pode detetar alvos a uma distância superior a 3.000 km e a uma altura até 100 km. Além disso, a estação é capaz de determinar, com alta precisão, as coordenadas do objeto detetado. Mais, o Konteiner tem um setor de visão com uma largura de 180 graus, o que permite diminuir a quantidade de estações para o controle permanente e, ao mesmo tempo, aumentar a densidade do campo de localização do radar através da sobreposição mútua do campo de deteção. Uma vantagem substancial da estação são as suas caraterísticas econômicas: o radar é montado de módulos produzidos nas fábricas, o que simplifica e reduz o preço da sua construção.
O complexo na Mordóvia é constituído por um grande número de torres com antenas montadas, bem como por vários módulos com aparelhagem para analisar os sinais. É indispensável assinalar que, ao lado da cidade de Kovylkino, se encontra apenas o complexo de recepção. O transmissor RLS 29B6 encontra-se a cerca de 300 km dele, no distrito de Nizhny Novgorod, perto da cidade de Gorodets.
A segunda estação Konteiner será construída no Extremo Oriente. Até 2020, planeia-se pôr em funcionamento, segundo vários dados, até seis estações de controle por radar. Em conjunto com os radares Voronezh, elas garantirão a cobertura total do perímetro das fronteiras russas. Isso permitirá detetar tanto o lançamento de mísseis balísticos, como voos da avião, incluindo de aviões e drones, mísseis de cruzeiro, incluindo aqueles que são dificilmente detetáveis.
Fonte: Voz da Rússia
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