As tropas soviéticas deixaram o Afeganistão há 25 anos. Mas até hoje continua a busca de soldados desaparecidos naquela guerra.
Nikolai Bystrov caiu prisioneiro e chegou a ser guarda-costas do comandante dos “mujahideens” (rebeldes), Ahmad Shah Massoud. Agora ele passa vários meses por ano no Afeganistão ajudando um comitê especial a buscar os antigos soldados soviéticos, desaparecidos naquela guerra. Nikolai Bystrov e Yuri Stepanov, que voltou ao país de origem com a ajuda de Nikolai, relataram à Voz da Rússia as suas histórias.
Nikkolai Bystrov nasceu em 1964 no território de Krasnodar. Com 18 anos foi convocado para o serviço militar. Poucos meses depois, foi feito prisioneiro no Afeganistão. Tentou fugir mas esta tentativa fracassou. Foi espancado cruelmente mas sobreviveu por milagre e teve um encontro com o comandante dos “mujahideens”, Ahmad Shah. Depois da segunda tentativa fracassada de fuga, resignou-se ao destino. Aprendeu a língua, aprendeu a viver entre os afegãos e converteu-se ao Islã. Dois anos mais tarde, Massoud concedeu aos prisioneiros a possibilidade de voltar à pátria. Mas Bystrov resolveu ficar:
“Massoud reuniu-nos todos, - um total de sete pessoas, - e disse: "Quem quer ir para o estrangeiro? Quem quer ir de volta para a União Soviética? Ou para a América, para Inglaterra, Paquistão ou Irão?”. Mas naquela época todos temiam voltar ao país. Todos disseram: “Queremos ir para a América”. Um disse: “Quero ir para a França”. E somente eu não levantei a mão. Ele perguntou: "E você por que não levanta a mão?" - Respondi: “Não quero ir para lado nenhum”.
Bystrov serviu durante muitos anos na guarda pessoal de Ahmad Shah. Não deixava entrar ninguém, sem a revistar antes, no aposento do seu chefe: fossem jornalistas, dignitários ou, inclusive, amigos. Mais tarde, casou com uma familiar longínqua do seu chefe. Agora eles têm três filhos e toda a família vive na Rússia. Bystrov retornou para a sua terra natal apenas onze anos depois.
Agora ele trabalha no Comitê Encarregado dos Assuntos dos Soldados Internacionalistas e quase todos os anos passa vários meses no Afeganistão. O Comité procura aí os restos mortais dos soldados soviéticos desaparecidos naquela guerra, e trazem-nos de volta para a Rússia:
“Quero encontrar todos os rapazes. Pois eu voltei vivo. Quero devolver os restos mortais aos pais, para que eles tenham paz espiritual sabendo que o filho voltou, embora não vivo, e pode ser sepultado. Conheço a gente do Afeganistão, conheço a sua mentalidade, os seus hábitos. Vou fazer isso enquanto eles colaboram comigo. Eles sempre falam comigo, não se recusam. Sabe, uma guerra não está terminada enquanto não está enterrado o último soldado. E eu quero pôr fim a esta guerra”.
Estas suas viagens ao Afeganistão ajudaram a trazer de volta para a Rússia também os soldados sobreviventes, que caíram prisioneiros mais ou menos no mesmo tempo que Bystrov. Um deles é Yuri Stepanov. Ele passou mais de vinte anos na prisão dos “mujahideens”. Eis a sua recordação do regresso à pátria:
“Mais tarde, quando obtivemos os passaportes afegãos, chegamos a Cabul e Nikolai explicou-nos como era a situação na Rússia. Explicou que a Rússia era diferente e que era preciso ajudar o grupo de busca”.
Um quarto do século depois da conclusão da guerra, a busca de soldados desaparecidos continua. Nikolai Bystrov e os que trabalham com ele estão certos: é preciso esclarecer o destino de cada soldado desaparecido no Afeganistão.
Fonte: Voz da Rússia
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