quarta-feira, 7 de agosto de 2013

PRIMEIRA VIAGEM DE CIRCUM-NAVEGAÇÃO RUSSA COMEMORA 210 ANOS

 

Há duzentos e dez anos, partiram do porto de Kronshtadt, para uma viagem de três anos, os veleiros russos Nadezhda (Esperança) e Neva, comandados por Ivan Kruzenshtern e Yuri Lisyansky. Duas décadas depois, os navegadores russos já tinham realizado pelo menos vinte viagens à volta do mundo usando diferentes itinerários.

A Rússia, cujas costas eram banhadas por doze mares pertencentes a três oceanos, não podia ficar para trás nas descobertas marítimas, o que era perfeitamente compreendido pelos oficiais de marinha russos que, até essa altura, já tinham acumulado uma grande experiência.
 
Não foi fácil obter apoios para a organização de uma expedição à volta do mundo, mas Ivan Kruzenshtern tinha fortes argumentos. Além do estudo dos futuros itinerários do Báltico para o Oceano Pacífico para a marinha russa, havia a possibilidade de se desenvolver o comércio com a China e o Japão. Os fundos para a primeira circum-navegação foram fornecidos pelo imperador Alexander I e pela Companhia Russo-Americana. Os navios e equipamentos foram comprados na Inglaterra. As guarnições foram recrutadas a partir de marinheiros voluntários russos. Para as pesquisas científicas foram convidados astrônomos e naturalistas alemães. No início do século XIX, não eram muitas as potências que se podiam permitir expedições tão ambiciosas, refere Mikhail Amosov, membro do conselho científico da Sociedade Russa de Geografia:
 
“A Rússia possuía, nessa altura, grandes possessões na costa do Oceano Pacífico, que eram a Kamchatka, a Chukotka, a costa do mar de Okhotsk e a América Russa, que agora é o estado norte-americano do Alasca. No entanto, não havia ligações seguras com esses territórios, os aviões e ferrovias ainda não existiam. Por isso foi decidido estabelecer uma ligação marítima.”
 
Durante essa viagem foram exaustivamente estudadas as ilhas Curilhas, as costas de Sacalina e da Kamchatka, assim como várias ilhas japonesas. Foram descobertas ilhas ainda desconhecidas do Arquipélago do Havaí. Além disso, Kruzenshtern testou novos métodos de pesquisa hidrográfica e é, por isso, considerado um dos fundadores da oceanologia e da meteorologia modernas. Nessa expedição participou também Fabian Gottlieb Thaddeus von Bellingshausen. Passados 14 anos, durante outra viagem de circum-navegação, ele iria realizar, em conjunto com Mikhail Lazarev, uma descoberta de importância mundial. Os navegadores russos conseguiram se aproximar da Antártida e descrever a costa do sexto continente, até então desconhecido.
 
Atualmente, centenas de jovens cadetes da Marinha Russa participam em viagens de circum-navegação a bordo de veleiros, conta Alexander Saveliev, um dos organizadores das voltas ao mundo:
 
“Nos portos de Vladivostok, Kaliningrado e Murmansk nós temos três excelentes veleiros. São eles as barcas Sedov e Kruzenshtern e a fragata Pallada. Todos eles realizam com regularidade expedições de circum-navegação da Terra, que são importantes para o treinamento dos cadetes, mas são ainda mais como missões humanitárias.”
 
No dia 20 de julho, regressou de mais uma viagem de circum-navegação o veleiro russo Sedov. O navio percorreu em 14 meses de viagem 47 mil milhas marítimas, tendo visitado trinta e dois portos estrangeiros. Esta viagem foi realizada em homenagem dos 210 anos da expedição de Kruzenshtern e Lisyansky.
 
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