Na mídia sul-coreana surgiram informações sobre grandes mudanças que terão ocorrido na direção da Coreia do Norte, referindo que Jang Sung-taek terá sido afastado dos postos que ocupava. Ele é marido da tia de Kim Jong-un e desempenhou o papel de regente durante os primeiros dois anos da sua governação, ajudando o jovem governante do país a entrar na sua função.
A divulgação da saída de Jang Sung-taek ainda não foi confirmada, mas parece verosímil. Desde a primavera deste ano que Jang Sung-taek reduziu consideravelmente as suas aparições públicas.
A história mundial demonstrou que o trabalho de regente não só é honroso e lucrativo, mas também é difícil e perigoso. Quando um jovem monarca toma o gosto pelo poder, um regente envelhecido se vai tornando numa fonte de irritação e hostilidade. Um regente inteligente sabe que essa evolução dos acontecimentos é inevitável e tenta por isso não irritar o monarca que tutela. Nesse caso, o regente poderá contar com uma aposentação honrosa e uma velhice desafogada.
Contudo, a história demonstra que a maioria dos regentes são pessoas ambiciosas e por isso não percebem muito bem quando devem parar. O resultado é a irritação do monarca ser exteriorizada, mais tarde ou mais cedo, e o regente acaba por enfrentar a queda em desgraça, a prisão ou o cadafalso.
Isso é aplicável a praticamente todos os sistemas monárquicos e poucos terão dúvidas que, do ponto de vista prático, a Coreia do Norte atual é uma monarquia absoluta. Porém, ela também tem a sua especificidade que, segundo se supõe, também influenciou o destino de Jang Sung-taek.
Kim Jong-un ocupou o cargo mais alto do país de uma forma repentina. Tudo indica que o seu pai, Kim Jong-il, pensava ainda ter pela frente muitos anos de vida e que teria tempo para preparar Kim Jong-un para os assuntos da governação. Mas a história decidiu de outra forma e Kim Jong-il faleceu prematuramente em dezembro de 2011.
Ao ascender inesperadamente a um poder absoluto, Kim Jong-un se descobriu rodeado de conselheiros e dignitários de seu pai. Todos eram pessoas significativamente mais velhas e radicalmente diferentes pelas suas ideias. Na prática, o jovem dirigente é obrigado a governar o país pelas mãos de pessoas da geração de seu pai, por vezes da geração de seu avô. É evidente que uma situação destas iria criar uma tensão psicológica em qualquer país, mas numa Coreia do Norte de tradições confucionistas essa situação é completamente inadmissível para o novo governante.
Para governar o país Kim Jong-un terá de remover todos os dignitários de seu pai e substitui-los por pessoas da sua confiança e com quem se possa entender. Só depois disso é que ele pode pôr em prática o seu próprio rumo político, e aqui nem tem importância qual será esse rumo.
Kim Jong-un e os seus assessores começaram a remover os dirigentes da velha geração potencialmente perigosos ainda na primavera e no verão do ano passado. O seu primeiro alvo foi o exército. Em julho de 2012 foi demitido de suas funções e desapareceu o general Ri Yong-ho, uma das figuras principais do grupo de regentes que Kim Jong-il nomeou para apoiar o jovem Kim Jong-un pouco antes da sua morte. Juntamente com Ri Yong-ho da arena política desapareceram também vários generais influentes.
Já então, muitos observadores políticos previam que Kim Jong-un iria em breve se ocupar dos altos dignitários partidários. Foi o que parece ter acontecido. Provavelmente Jang Sung-taek foi a primeira vítima devido precisamente ao seu vulnerável papel de regente.
Tudo indica que um destino semelhante aguarda muitos outros dignitários da geração mais velha.
Nos próximos meses e anos poderemos assistir a muitas demissões no aparelho de Estado da Coreia do Norte. Dentro de três ou quatro anos nós não iremos, provavelmente, ver nas fotos coletivas da direção norte-coreana nenhuma das caras bastante conhecidas, excetuando a cara do próprio Kim Jong-un, claro.
Essa purga do velho aparelho representa um passo indispensável, sem o qual Kim Jong-un não poderá colocar em prática a linha política que ele considera adequada. O tempo dirá qual será essa linha, mas é completamente evidente que ela será posta em prática por pessoas diferentes, provavelmente da faixa etária do próprio Kim Jong-un.
Fonte: Voz da Rússia
Segue o link do Canal no YouTube e o BLOG
Gostaria de adicionar uma sugestão, colabore com o NÃO QUESTIONE
Este Blog tem finalidade informativa. Sendo assim, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). As imagens contidas nesse blog foram retiradas da Internet. Caso os autores ou detentores dos direitos das mesmas se sintam lesados, favor entrar em contato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário