O país do futebol, da diversidade cultural, das riquezas naturais e da maior biodiversidade, é também o país da corrupção. Episódios que sacodem a sociedade, que acaloram as discussões e se impõem a intelectuais e indoutos, conhecidos como o “jeitinho brasileiro” colocam o país mais adiante no rol da corrupção mundial.
No relatório sobre a percepção da corrupção ao redor do mundo divulgado nesta terça-feira (3) pela Transparência Internacional, o Brasil piorou, caindo três posições no ranking. Da 69ª no ano passado, o Brasil ocupa agora a 72ª posição este ano e está no grupo de países onde a corrupção é crônica.
Os efeitos dessas facetas são evidenciados claramente nos mais variados segmentos da sociedade. Seja de políticas públicas desfasadas, ao rombo na Previdência, de instabilidade do sistema político à retração econômica do PIB, ou de descaso ambiental às paulatina e esquivas privatizações.
O estudo da ONG, que é referência mundial na análise da corrupção, analisou a percepção da corrupção em 177 países. Mais de dois terços dos países avaliados atingiram um índice abaixo de 50 de uma escala que vai de 0 (percebido como altamente corrupto) até 100 (percebido como mais transparente).
O Índice de Percepção da Corrupção é baseado essencialmente em opiniões de corrupção nos setores públicos em uma combinação de pesquisas e avaliações de especialistas sobre corrupção durante um ano. As informações são verificadas de acordo com os critérios da Transparência Internacional.
Para a ONG, a corrupção no setor público continua sendo um problema gravíssimo e um desafio para o mundo, principalmente em relação ao financiamento de partidos políticos, à polícia e ao sistema judiciário. O Brasil, ainda patina na implementação prática de normativos referentes a transparência, como a Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de Acesso à Informação.
Outras Avaliações
Por mera coincidência, no mesmo dia de divulgação do ranking da corrupção, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA, na sigla em inglês).
E para desalento, o Brasil, que se tornou este ano membro do conselho diretor do PISA, apesar de registrar progresso desde a última avaliação, em 2009, continua abaixo da média da OCDE em matemática, leitura e ciências. No entanto, a OCDE nota em seu relatório que o Brasil foi o país que mais progrediu em matemática.
Quanto à corrupção, o presidente da Transparência Internacional foi categórico: “É hora de acabar com os atos de corrupção. As brechas legais e a falta de vontade política dos governos facilitam tanto a corrupção interna e além das fronteiras dos países, e exigem que intensifiquemos nossos esforços para combater a impunidade desses corruptos", disse Huguette Labelle.
Fonte: Voz da Rússia
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