Os jogos de azar não estão ameaçados pela crise. Nestes tempos em que grandes empresas são encerradas, bancos vão à falência e milhões de pessoas perdem seus empregos, a indústria do jogo floresce, enquanto a sociedade corre sérios riscos. Cada vez mais pessoas estão sofrendo de uma forma praticamente incurável de dependência psicológica – a ludomania ou jogo patológico.
A Inglaterra está preocupada. Devido à crise económica, os rendimentos da população caíram significativamente, muitas pessoas ficaram mesmo privadas de qualquer rendimento estável. Numa ânsia de colmatar a sua situação financeira, muitos britânicos procuram fontes de rendimento alternativas. É aqui que surge, como num passo de magia, o “bandido maneta”.
Só no ano passado as máquinas de jogo produziram no Reino Unido lucros no valor de 1,5 bilhões de libras (quase 2,5 bilhões de dólares). Isso sobretudo à custa dos pobres e dos desempregados. É que as slot machinessão preferencialmente instaladas nos bairros menos prósperos. Os britânicos, desesperados por encontrar trabalho, gastam nelas as suas últimas moedas na esperança de enriquecer, ou pelo menos melhorar um pouco a sua vida. Mas normalmente acontece o oposto.
No princípio de novembro, o Conselho Municipal de Liverpool aprovou a completa proibição das máquinas de jogos de azar. Uma medida semelhante está sendo discutida na Irlanda. Muitos esperam que o problema comece a ser combatido a nível governamental. Londres, contudo, não tem pressa em reagir. Segundo declarou a ministra do Esporte e Turismo do Reino Unido, Helen Grant, não há provas evidentes de que as máquinas de jogo tenham provocado um aumento dos jogadores compulsivos, tendo apelado para que não fossem tomadas medidas radicais.
Segundo a opinião do diretor da Clínica de Adaptação Psicológica Alexei Magalif, a reação das autoridades britânicas é compreensível, eles têm de distrair as pessoas com alguma coisa dos seus problemas quotidianos:
“Essa manobra é bem conhecida. Com recurso aos jogos de azar é possível ocupar os tempos livres das pessoas que ficaram sem trabalho, mantendo simultaneamente a sua esperança de uma vida melhor. Porém, regra geral, essa possibilidade de mergulhar no mundo da diversão é uma medida provisória. No fim os problemas ainda se agravam mais".
Além disso, esses problemas são extremamente sérios. Frequentemente é tão difícil fazer regressar uma pessoa que se viciou no jogo à vida normal como curar um toxicômano, sublinha Alexei Magalif:
“Se falamos apenas da participação num jogo de azar, isso ajuda, evidentemente, a reduzir o cansaço, a tensão e a obter sensações de felicidade. Mas há pessoas que não se conseguem satisfazer com o jogo e elas são muitas. Elas mergulham no jogo de azar e adquirem uma adição patológica. Os seus sintomas correspondem aos existentes nos doentes com alcoolismo e com drogadição. A dependência patológica dos jogos de azar, se ela já foi adquirida, se torna num grave distúrbio psicológico”.
Simultaneamente, os dependentes do jogo são um filão para a indústria do jogo e, em última instância, do Estado. Por isso, o Reino Unido não se apressa a fechar os salões de jogo e está a preparar uma lei para a tributação dos lucros dos casinos online. É também por isso que, na Alemanha, cada ganho mais ou menos elevado é largamente difundido pela mídia. É por isso que o presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, incluiu no seu plano para a saída do país da crise a abertura de estabelecimentos de jogo na parte sul da ilha. Por isso o Japão se apressa a aprovar a lei que autoriza os casinos.
Há já quatro anos que na Rússia os jogos de azar estão proibidos em toda a parte excepto em quatro zonas do país. É evidente que as finanças públicas passaram a receber muito menos rendimentos do negócio do jogo, mas também há menos vidas destroçadas. Temos de escolher o que é mais importante – o rendimento para o Estado ou o bem-estar da maioria da sua população, considera a conceituada perita da Escola Superior de Economia Natalia Karpova:
“Se este ou aquele ramo de negócio está orientado para a obtenção de lucro, os riscos para os que consomem um determinado produto se mantêm. Se nós quisermos eliminar esses riscos, isso significa que queremos liquidar esse tipo de negócio. Assim, o Estado só tem duas opções: ou liquidar o negócio, ou manter o círculo de consumidores adeptos dos jogos de azar. Claro que aqui também existe um determinado risco”.
Neste momento na Rússia foi elaborado um projeto-de-lei que permite às autoridades regionais introduzir no seu território a proibição do negócio de apostas. Anteriormente, as agências de apostas tinham ficado de fora da lei do jogo, mas agora isso será corrigido.
Fonte: Voz da Rússia
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