"O
protesto estava calmo e do nada eles começaram a atirar na imprensa",
disse a jornalista do PSTU Raiza Rocha, 27, que fazia a cobertura do protesto
ao lado de Cruz. "A gente gritava dizendo que éramos jornalistas, mas eles
não estava nem aí".
PROTESTO
A
polícia deteve ao menos 192 pessoas nesta quinta-feira, quarto dia de protestos
contra o aumento das tarifas no centro de São Paulo. Desses suspeitos, 161
foram encaminhados ao 78º DP (Jardins) e outros 31 para o 1º DP (Liberdade).
Segundo
policiais ouvidos pela Folha,
ao menos 14 deles foram presos em flagrante. Entretanto, a polícia não informou
sob suspeita de quais crimes eles foram indiciados.
Cerca
de cem pessoas ficaram feridas, segundo o Movimento Passe Livre, que organizou
a manifestação.
Entre
os feridos há sete jornalistas da Folha,
sendo que dois deles foram atingidos por tiros de bala de borracha na cabeça.
O
prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou na noite de hoje que a manifestação de
hoje contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trens foi marcada pela "violência policial" .
"Na
terça, a imagem que ficou foi da violência dos manifestantes. Hoje,
infelizmente, não resta dúvida, a imagem que ficou e da violência
policial", disse o prefeito. Ele disse que nesta sexta-feira avaliará as
medidas que tomará para tentar conter a escalada de violência nos protestos.
INÍCIO
Esse é
o quarto protesto contra as passagens de ônibus, na última semana. As pessoas
começaram a se concentrar por volta das 16h, quando já havia grande quantidade
de policiais, inclusive fechando o viaduto do Chá, onde fica a Prefeitura de
São Paulo, e revistando e interrogando pessoas.
Antes
mesmo do início da passeata, já havia 30 pessoas detidas. Entre os detidos está
o repórter da "Carta Capital", Piero Locatelli.
O
confronto começou quando a PM tentou impedir os cerca de 5.000 manifestantes de
prosseguir a passeata contra o aumento dos ônibus pela rua da Consolação, no
sentido da avenida Paulista. Com isso, houve bombas de gás lacrimogêneo e tiros
de borracha disparados contra os manifestantes, que atiravam pedras e outros
objetos.
Algumas
bombas atiradas pelos policiais foram parar em um posto de gasolina, no
cruzamento com a rua Caio Prado. Já a fumaça das bombas formou uma névoa que
fez "desaparecer" os carros que ficaram parados na região.
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