Em mais uma frente de problemas para o governo federal na questão
indígena, posseiros que haviam sido expulsos no fim do ano passado da terra
indígena Marãiwatsédé, no nordeste de Mato Grosso, voltaram a ocupar o distrito
de Posto da Mata, em Alto Boa Vista (MT).
Os não índios estão acampados desde domingo (2) na entrada da área de
165 mil hectares entregue aos indígenas no início deste ano, duas décadas
depois que foram expulsos. A ação teria sido motivada pela insatisfação dos
posseiros com o ritmo da realocação de suas famílias em novas áreas.
Nesta quarta-feira (5), o Ministério Público Federal encaminhou uma
petição à Justiça Federal solicitando um mandado judicial determinando a
desocupação imediata da terra indígena "com a máxima urgência".
A Procuradoria pediu que a Justiça Federal determine que a AGU (Advocacia
Geral da União) adote as medidas necessárias com Ministério da Justiça, Polícia
Federal e Polícia Rodoviária Federal e informe o efetivo policial que
permanecerá na terra indígena.
O Ministério Público Federal pediu ainda que o Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária) seja notificado para informar que medidas
foram adotadas para assentar as famílias que se enquadram nos requisitos da
reforma agrária.
Os pedidos feitos pelo Ministério Público Federal serão analisados pelo
Justiça Federal em Mato Grosso.
Os xavantes foram expulsos de suas terras na década de 1960 pelo governo
militar e lutavam na Justiça desde 1995 para voltar para a terra indígena
Marãiwatsédé.
Em 2011, o governo de Mato Grosso sancionou lei que permite ao Estado
trocar com a União a terra indígena pela área do Parque Estadual do Araguaia.
Para a Funai, a lei é inconstitucional.
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