Atualmente, muitos cristãos sírios são forçados a deixar suas terras natais por causa de ameaças por parte de militantes. Alguns deles encontram abrigo na Síria, enquanto outros passam para o exterior. O futuro das comunidades cristãs da Síria é alarmante.
Às perguntas da Voz da Rússia respondeu o Patriarca da Igreja Católica Melquita, Gregório III. Congregações dessa igreja hoje existem numa quinzena de países, incluindo os Estados Unidos e a América Latina. Mas a maioria dos seguidores desta igreja católica de rito grego ainda vive na Síria, Líbano, Egito e Jordânia. A cátedra patriarcal se encontra em Damasco.
– Vossa Santidade, existe uma ameaça real de saída de cristãos do Oriente Médio em caso de continuação da crise síria?
– Como você sabe, a Síria juntou muitas denominações religiosas que têm sempre vivido em harmonia. Durante dezenas de séculos a vida inter-religiosa era baseada no princípio de respeito fraterno mútuo e ajuda mútua. Mesmo nas situações mais difíceis sempre nos ajudou acreditar que nós somos um só povo, apesar das diferenças de religião.
Eu não posso dizer são justamente os cristãos os principais alvos do conflito. No entanto, é indiscutível que as comunidades cristãs neste conflito são altamente vulneráveis, já que nem sequer têm armas para se protegerem de criminosos e militantes. Atualmente, os militantes na Síria, Líbano e Iraque, atacando os cristãos, tentam pintar para o mundo um retrato em que o conflito é supostamente entre denominações religiosas. Mas na verdade, este é um conflito entre os povos dos nossos países e grupos criminosos, geralmente alienígenas.
Ou seja, a Síria e os seus habitantes, incluindo os cristãos, estão agora sendo sujeitos a agressão externa. Povos de países europeus que professam o cristianismo apoiam-nos totalmente porque eles percebem que nós somos guardiões de muitos santuários cristãos. Mas a política dos países europeus é radicalmente diferente das opiniões e desejos de seus povos.
– Na imprensa surgiu um relato de que você apelou aos cristãos sírios a se armarem. Como você pode comentar isso?
– Eu nunca falei de nenhuns grupos armados e não apelei a isso. Trata-se de outra coisa. Em algumas áreas, crianças e outros civis são sujeitos a ataques diretos por parte dos militantes, eles podem ser raptados, sequestrados, mortos, etc. Armas são necessárias primeiramente para defender seus entes queridos e suas casas. É o direito e o dever de cada cidadão.
Fonte: Voz da Rússia
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