terça-feira, 20 de maio de 2014

REVOLUÇÃO QUE LEVA À VIDA VEGETATIVA


Cadeia das chamadas revoluções coloridas no espaço da antiga União Soviética demonstrou a seriedade das intenções do Ocidente de rodear a Rússia por uma “faixa de alienação” e a incapacidade de elites nacionais de pensar geoestratégica e historicamente.

Em resultado, como sempre, foi o povo que ficou o mais prejudicado, que recebeu a pobreza e a instabilidade permanente em vez da democracia e a prosperidade prometidas.

A Moldávia, Quirguistão, Geórgia e agora Ucrânia experimentaram plenamente aquilo que se costuma chamar de influência externa. Às ocultas, a Europa e os EUA proclamaram esses países como zona de especiais interesses, não sendo com certeza interessados em desenvolver ou reformá-los, mas criar elites em seu território com ânimos abertamente anti-russos.

Parceiros ocidentais de Moscou alcançaram progresso nesse caminho, embora os êxitos não sejam eternos. Afinal, nada é eterno… No fundo, a aposta foi feita no suborno político ou até financeiro de políticos e círculos empresariais e públicos que, segundo o projeto de roteiristas euro-atlânticos, retirariam definitivamente seus países da influência de Moscou.

São inúmeros programas eufônicos que perseguiam este objetivo. Vale a pena mencionar a Parceria Oriental ou o avanço rumo à associação com a UE. Durante muito tempo ainda a Ucrânia estará a braços com as consequências da entrada fracassada na família europeia unida. Esta atividade, naturalmente, foi completada por esforços da OTAN.

Entretanto, em resultado da parceria com o Ocidente, a mesma Geórgia, por exemplo, perdeu irremediavelmente a Ossétia do Sul e Abkházia. Alexei Martynov, politólogo e diretor do Instituto Internacional de Novos Estados, disse a respeito do assunto:

“O Departamento de Estado dos EUA e Condoleezza Rice, pessoalmente, supervisionavam esses projetos a partir de 2004 na Ucrânia e, posteriormente, na Geórgia e no Quirguistão. Mais tarde, o semelhante golpe de Estado “colorido” fracassou no Uzbequistão, sendo esmagado duramente. O projeto de exportação de revoluções coloridas para os países da CEI elaborava-se durante alguns anos.

O caldo nutritivo era preparado com a ajuda de diferentes fundos americanos e europeus, sendo dispensados enormes meios e formadas as chamadas instituições de sociedade civil. Especialmente para este objetivo eram criados líderes desses golpes”.

Por exemplo, o ex-presidente da Ucrânia Viktor Yuschenko, um dos dirigentes da “revolução laranja”, foi notado pelos serviços de inteligência americanos muitos anos antes daqueles acontecimentos e até foi casado com uma americana. O presidente georgiano Mikhail Saakachvili estagiou nos Estados Unidos e regressou à pátria com orientações nitidamente formatadas.

Entretanto, na Moldávia e no Quirguistão, os adeptos de revoluções coloridas não conseguiram manter o poder por longo tempo. Mas, como se diz, a semente da revolução foi lançada. Tecnólogos políticos do Ocidente não tencionam ainda hoje renunciar a seus planos, transformando protestos políticos em sociais.

A tarefa, contudo, continua a mesma: semear na sociedade a incerteza no dia de amanhã, convencer de que a culpa é da Rússia “imperial” e propor seus serviços na qualidade de garantes do futuro brilhante.

Houve de tudo durante longos anos desse trabalho – conflitos civis, pauperização da população, relações tensas com vizinhos e desavenças interétnicas e religiosas. Não houve apenas o principal, aquilo que estrategas ocidentais tinham prometido tão zelosamente. Habitantes de países pós-soviéticos não conseguiram aproximar-se dos padrões europeus ou americanos do nível de vida. Confiaram simplesmente nos políticos que por razões mercantis tinham elegido um parceiro no qual não se pode confiar.

Fonte: Voz da Rússia

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