quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

SÉRIE IMPRESSIONANTE RETRATA MULHERES E SEUS BANHEIROS AO REDOR DO MUNDO


Todos os dias você acorda, toma um banho antes de ir para o trabalho e faz as suas necessidades tranquilamente no banheiro de casa, sem esquecer de lavar as mãos antes de sair. Mas, para algumas pessoas, essa ainda é uma realidade distante de seu cotidiano. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 2,5 milhões de pessoas ainda não possuem acesso ao saneamento básico. Isso inclui 526 milhões de mulheres que são obrigadas a fazer suas necessidades a céu aberto.

É esse o tema de uma impressionante série fotográfica, que mostra as condições sanitárias de mulheres ao redor do mundo e conta a história por trás de cada uma delas. Para estas mulheres, a falta de um banheiro adequado representa também o risco de exposição a agressões e violência sexual.

O trabalho foi criado pelos fotógrafos da Panos Pictures em parceria com a ONG Water & Sanitation for the Urban Poor e marca o World Toilet Day (Dia Internacional do Banheiro), celebrado em 19 de novembro.

Foto © Frederic Courbet/WSUP/Panos

Vanessa é uma estudante de 17 anos que vive em Antananarivo, Madagascar. Sua maior preocupação é quando está naqueles dias e precisa ir à escola. Em casa, ela possui um chuveiro na parte externa e consegue se manter limpa, mas na escola não há onde se trocar e ela tem medo que seu absorvente vaze caso fique muito tempo sem trocá-lo.

Foto © Petrut Calinescu/WSUP/Panos

Ghita, de 48 anos, vive em Buzescu, na Romênia, e é uma das proprietárias de um dos maiores banheiros da região, com 20m². Apesar disso, não há água corrente ou esgoto em seu povoado.

Foto © Eduardo Martino/WSUP/Panos

O Brasil também faz parte da lista – Lorena, de 16 anos, é brasileira e se mudou há pouco para uma favela no Rio de Janeiro. “Um dia eu gostaria de ter um banheiro com água corrente”, diz ela, que até o momento usa o banheiro de sua mãe. O local só possui água corrente às quintas e sábados.

Foto © Atul Loke/WSUP/Panos

Saritadevi vive na vila de Ittava, em Uttar Pradesh, na Índia. Ela usa os campos locais como banheiro, mas sofre com a falta de dignididade e privacidade, sendo humilhada por homens que jogam pedras nela, gritam e fazem gestos vulgares.

Foto © GMB Akash/WSUP/Panos

Rubina tem 38 anos e vive em Shaka, Bangladesh. Ela usa um banheiro compartilhado situado a 20 metros de sua casa. Um dia, quando foi ao banheiro no meio da noite, alguém bateu tão forte na porta que parecia que ia quebrá-la. Depois disso, ela passou a ter medo de usar o banheiro após as 21h.

Foto © Tim Dirven/WSUP/Panos

Rosalie tem 9 anos e frequenta a escola em Bruxelas, na Bélgica. Na escola eles possuem banheiros separados para meninos e meninas em cada andar. Ao todo são 22 toaletes, divididos entre 230 alunos e 20 adultos. Os professores permitem que ela vá ao banheiro sempre que precisar.

Foto © James Oatway/WSUP/Panos

Assucena tem 14 anos e vive em Moçambique com sua mãe, avó, irmã e dois primos. Assucena divide o banheiro com mais de 30 pessoas de outras famílias. “Quando chove, o banheiro alaga e cheira realmente mal”, diz ela.

Foto © Patrick Brown/WSUP/Panos

A tailandesa Sineha, de 71 anos, usa o banheiro público do templo que visita. Há banheiros separados para homens e mulheres que são limpos diariamente e a presença de guardas 24 horas garante a segurança do local.

Foto © Steve Forrest/WSUP/Panos

June é Secretária de Loteamentos no Reino Unido e conta que o local possuía apenas um banheiro portátil que precisava ser limpo com alguma frequência e cheirava muito mal. Agora eles possuem um banheiro seco que permite que as mulheres passem o dia nos loteamentos, caso precisem.

Foto © James Oatway/WSUP/Panos

Susan tem 46 anos e é fundadora de uma escola comunitária para crianças com problemas físicos ou mentais na Zâmbia. Para ela, que teve poliomelite com apenas 2 anos, usar o banheiro é um desafio, principalmente nas estações chuvosas, já que ela precisa rastejar até o sanitário usando as mãos.

Foto © Shiho Fukada/WSUP/Panos

Mary vive em Nova York, nos Estados Unidos, e divide a casa com duas pessoas. Para ela, é importante programar o horário do banho e se revezar durante a limpeza. Mary já viveu em Pequim, quando precisava usar banheiros públicos já que não havia um banheiro em seu apartamento. Apesar de serem limpos e seguros, ela odiava ter que se vestir apenas para ir ao banheiro no meio da noite durante o inverno.

Foto © Eric Miller/WSUP/Panos

Nombini tem dois banheiros portáteis que divide com 12 pessoas que vivem em sua casa. A moradora da África do Sul conta que antes disso precisava fazer suas necessidades no mato. Seu sonho é ter um banheiro com descarga.

Foto © Petrut Calinescu/WSUP/Panos

Aos 49 anos, Pana vive em Buzescu, na Romênia, onde não há água corrente ou esgoto. Ela tem um banheiro em casa que é usado apenas por seus sobrinhos quando eles a visitam. Pana usa um banheiro externo, mesmo no inverno.

Foto © James Oatway/WSUP/Panos


Flora, de 19 anos, vive em Maputo, Moçambique, com sua mãe, sua irmã e sua sobrinha. Ela compartilha o banheiro com várias outras famílias da redondeza. “Eu odeio usar o banheiro. Às vezes os homens espiam por cima do muro. Não há nenhuma privacidade”.

Foto © Frederic Courbet/WSUP/Panos

Eunice é uma das fundadoras da Kasarani Academy, em Naivasha, Quênia. Antes a escola tinha dois banheiros que serviam 25 alunos, além de pessoas vivendo nas redondezas. Isso deixava os banheiros em um péssimo estado, o que fazia com que as crianças defecassem publicamente. Junto com seu marido Paul, Eunice investiu em banheiros infantis, evitando que os adultos os utilizassem.

Foto © Noriko Hayashi/WSUP/Panos

Aos 61 anos, Eiko vive em Tóquio, no Japão. Ela frequenta uma loja de departamentos perto de sua casa e, sempre que usa o banheiro no local, se sente muito relaxada. O banheiro da loja é um ótimo exemplo de saneamento e tem até mesmo música ambiente e assentos aquecidos, além de uma sala próxima onde as pessoas podem carregar seus telefones celulares, assistir televisão e até receber uma massagem nos pés. 

Foto © Shiho Fukada/WSUP/Panos

Martine tem 27 anos e vive no Haiti próximo a um rio em Cayimithe. Seu banheiro é um buraco no chão próximo a sua casa que se tornou muito perigoso. Ela o utiliza apenas durante a noite, quando tem privacidade. De dia, Martine prefere usar um banheiro comunitário que fica a 15 minutos de distância de sua casa.

Foto © Atul Loke/WSUP/Panos

Sangita vive atualmente em Nova Déli, na Índia. Antes disso, ela vivia em uma vila onde costumava fazer suas necessidades nos campos e se sentia envergonhada por isso.

Foto © Nyani Quarmyne/WSUP/Panos


Ima é a atendente de um banheiro público em Kimasi, Gana. Ela vive em um quarto alugado com seu marido e quatro filhos, mas não possui banheiro em casa. Durante o dia, usa o banheiro onde trabalha, mas à noite ela precisa utilizar sacolas plásticas em casa para fazer suas necessidades já que não é seguro caminhar longas distâncias no escuro.

Foto © Petterik Wiggers/WSUP/Panos

Meseret vive em Addis Ababa, na Etiópia, onde divide um quarto com seus dois filhos, suas duas irmãs e com a mãe. O banheiro compartilhado mais próximo exige uma longa caminhada. Por segurança, a família usa o quintal de casa para suas necessidades.

Foto © Karla Gachet/WSUP/Panos

Aos 69 anos, Fabíola vive em Cumbayá, no Equador. Durante um longo tempo ela dividia o banheiro com outras 20 pessoas que viviam no mesmo condomínio. Hoje ela mora em um grande apartamento, com cinco banheiros – o dela é o maior de todos.

Foto © Eduardo Martino/WSUP/ Panos

Isabela, de 33 anos, é brasileira e vive no Rio de Janeiro. Com um MBA em direito ambiental, ela acredita que o banheiro é sinônimo de conforto, mas sabe que por trás disso há fatores que devem ser pensados, como abastecimento de água, esgoto e a poluição dos lagos e oceanos.

Foto © Warren Clarke/WSUP/Panos

Renee vive próximo a Sydney, na Austrália. Ela constriu seu lar em 10 acres de terra e incluiu um banheiro externo. Ironicamente, ela pode desfrutar de privacidade total, já que a área é cercada por florestas e longe de outras residências.

Foto © GMB Akash/WSUP/Panos

Sukurbanu vive em Bangladesh. Aos 65 anos, ela utiliza um banheiro suspenso construído sobre a água, de onde caiu recentemente. Ela sofre de doenças frequentes, que acredita serem causadas pelo uso destes banheiros.

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