O Ocidente fomentou a saída de mais de 1,5 trilhões de dólares dos países dos BRICS durante os últimos três anos, declarou o secretário do Conselho de Segurança russo (CS), Nikolai Patrushev.
Durante o Quinto encontro anual de representantes dos países membros dos BRICS para assuntos de segurança, Patrushev explicou:
"O Ocidente usa a cada vez mais as instituições financeiras internacionais como um instrumento de pressão. Nos últimos dez anos, a saída do capital das economias dos BRICS foi igual a pelo menos 3,5 trilhões de dólares. Mais da metade deste montante saiu durante os últimos três anos".
Para Patrushev, os BRICS são capazes de opor algo à infraestrutura financeira internacional vigente, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial como seus pilares. A opção do grupo integrado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul é dupla: a sua proposta inclui o Novo Banco de Desenvolvimento e o Arranjo Contingente de Reservas, instituições destinadas para ajudar os países emergentes.
O secretário do CS da Rússia destacou também o crescente papel dos BRICS como um grupo internacional com grande potencial. Não obstante as previsões negativas dos céticos, "os resultados reais do nosso trabalho são mais eloquentes que qualquer crítica", frisou.
Defesa e história
Segundo Patrushev, a parceria dentro do marco dos BRICS ajuda a fortalecer a influência dos países emergentes, o que ajuda a criar o mundo multipolar. A posição desses países é mais ouvida e mais aceitada.
"Foi precisamente graças à posição firme da Rússia e da China no Conselho de Segurança da ONU, apoiada pelos restantes integrantes dos cinco negociadores, que a comunidade mundial conseguiu parar a intervenção militar estrangeira na Síria, eliminar as armas químicas da Síria e evitar que caia nas mãos dos terroristas", disse Patrushev.
O membro do Conselho de Estado da China Yan Jiechi concordou com o seu colega russo, acrescentando que é preciso "aperfeiçoar o sistema da administração internacional". Para ele, é especialmente importante a cooperação estreita nas áreas de economia, política e segurança.
É também preciso saber a história mundial, disse Jiechi:
"É necessário conservar os resultados da Segunda Guerra Mundial. Todos os povos pacíficos levantaram-se ombro a ombro e venceram o agressor. Uma das nossas tarefas é a defesa dos resultados da Segunda Guerra Mundial, a oposição às tentativas de falsificação".
"A Carta da ONU nasceu na fumaça da Segunda Guerra Mundial", lembrou o conselheiro chinês. Portanto, se a história da Segunda Guerra Mundial for revisada, como pretende hoje o Ocidente, nem só a ONU, mas os princípios da segurança internacional seriam minados.
O representante da Índia, Ajit Kumar Doval, propôs ampliar o Conselho de Segurança da ONU para que seja mais inclusivo e abrangente. A proposta foi anteriormente mencionada pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos do Brasil, Roberto Mangabeira Unger.
O representante da África do Sul, David Mahlobo, por sua parte, acredita que o Conselho de Segurança da ONU deve ser reformado "para melhor lidar com os desafios do século XXI".
O encontro acontece três semanas depois da Parada de Vitória em Moscou, que homenageou os 70 anos da vitória sobre o fascismo e o nazismo na Segunda Guerra Mundial.
Já dentro de um mês e meio terá lugar a cúpula dos presidentes dos BRICS na cidade russa de Ufa, no Bascortostão.
Fonte: Sputnik
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