quinta-feira, 18 de maio de 2017

BRASIL: PRISÃO DE AÉCIO NEVES, STF VAI DECIDIR PEDIDO DE JANOT


O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai se reunir nesta quinta-feira 18 para analisar o pedido de prisão do senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB. A solicitação foi apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo. Fachin determinou o afastamento imediato de Aécio, mas decidiu submeter o pedido de prisão ao plenário.

Na manhã desta quinta, as residências do senador em Brasília, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, além de seu gabinete no Congresso são alvo de mandados de busca e apreensão autorizados por Fachin. Também foi expedido um mandado de prisão contra a irmã do senador, Andréa Neves. De acordo com o portal G1, a prisão foi efetiva em Belo Horizonte.

Além de Aécio, também são alvos desta operação os gabinetes do senador Zezé Perrela (PSDB-MG) e do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Este teria sido escolhido pelo presidente Michel Temer para intermediar uma negociação com a JBS, conglomerado pertencente aos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Na quarta-feira 17, o jornal O Globo divulgou detalhes da delação de Joesley, que colocam a República em polvorosa. Nas gravações, Aécio aparece pedindo 2 milhões de reais ao empresário dizendo que que precisava do dinheiro para pagar despesas com sua defesa na Lava-Jato.

Segundo informações de O Globo, o diálogo gravado durou cerca de 30 minutos. O encontro entre Aécio e Joesley foi no 24 de março no Hotel Unique, em São Paulo eAécio citou o nome de Alberto Toron como o criminalista que o defenderia. A menção ao advogado já havia sido feita pela irmã e braço-direito do senador, Andréa Neves. Foi ela a responsável pela primeira abordagem ao empresário, por telefone e via WhatsApp, mensagens que também estão com os procuradores.

O pedido de ajuda foi aceito e o empresário quis saber, então, quem seria o responsável por pegar as malas. A gravação mostra que Joesley sugere que se Aécio fosse retirar pessoalmente dinheiro a entrega seria feira por ele mesmo, mas que se Aécio fosse mandar alguém de sua confiança, Joesley faria o mesmo.

Surpreendentemente a resposta de Aécio: "Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho", respondeu Aécio segundo o jornal. 

Ainda segundo O Globo, o presidente do PSDB indicou um primo, Frederico Pacheco de Medeiros, para receber o dinheiro. Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014. 

Quem levou o dinheiro a Fred foi, prossegue o jornal, o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores. Foram quatro entregas de 500 mil reais cada uma. A PF teria filmado uma delas.

Curiosamente, as investigações apontam, afirma O Globo, que o dinheiro não foi repassado a advogado algum. As filmagens da PF mostram, diz o jornal, que após receber o dinheiro, Fred repassou, ainda em São Paulo, as malas para Mendherson Souza Lima, secretário parlamentar do senador Zeze Perrella (PMDB-MG). 

Mendherson teria levado de carro o dinheiro para Belo Horizonte, em três viagens, seguidas pela PF. O assessor negociou para que os recursos fossem parar na Tapera Participações Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo Perrella, filho de Zeze Perrella.

Fonte: Carta Capital

<<<<<Opinião NÃO QUESTIONE>>>>>
Até o momento só prenderam a irmã, parece que ninguém o informou... "Corre que a casa caiu!"



quinta-feira, 23 de março de 2017

BRASIL: IR PARA CUBA OU BENEZUELA PARECE UMA BOA LATERNATIVA AGORA COM A APROVAÇÃO DA TERCEIRIZAÇÃO - COM VÍDEO


Deputados aprovam na noite desta quarta-feira projeto de 1998 (mais extremo que o de 2015) que representa o maior retrocesso nas leis trabalhistas em décadas. Entenda o que muda.

A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 4.302, apresentado em 1998, que aprova a terceirização generalizada, em todas as atividades – inclusive na atividade-fim, o que a Justiça do Trabalho veda atualmente –, e também altera regras para o trabalho temporário.

Foram 231 votos a favor, 188 contra e oito abstenções. Representantes governistas passaram o dia repetindo que a medida permitirá criação de empregos. Representantes do Ministério Público e da Justiça do Trabalho sustentam o contrário: terceirização sem limites equivale a precarização e ameaça o emprego formal.

Em tempo recorde, o texto, originalmente de 1998 (governo Fernando Henrique Cardoso), foi retomado e teve relatório aprovado no plenário, com galerias abertas, embora com constantes ameaças de esvaziamento a cada manifestação do público.

O que se votou foi um substitutivo do Senado de 2002, de Edison Lobão (PMDB-MA). O projeto original, de 1998 (governo Fernando Henrique Cardoso), foi aprovado na Câmara em 2000. Em 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então no primeiro ano de mandato, enviou uma mensagem de retirada do PL 4.302, que não foi lida, e o projeto permaneceu “adormecido”, até ser retomado no final do ano passado.

Na votação desta quarta-feira, a oposição, que obstruiu a votação, ainda tentou retomar a leitura da mensagem presidencial e aprovar requerimento para retirada do projeto, sem sucesso.

“É um duro golpe contra a CLT, como também será o projeto de reforma trabalhista”, disse André Figueiredo (PDT-CE). “Aliás, golpe é algo comum neste país.”
O QUE MUDA?

Como não há uma lei específica para a terceirização, o tema vem sendo regulado pelo Tribunal Superior do Trabalho, através da súmula 331, de 2003.

Segundo o dispositivo, a terceirização é possível apenas se não se tratar de uma atividade-fim, o objetivo principal da empresa, por exemplo: o ato de fabricar carros é a atividade-fim de uma montadora. Pela regra atual, só atividades-meio, como limpeza, manutenção e vigilância na montadora do exemplo, seriam passíveis de terceirização.

A principal mudança se refere à permissão das empresas para terceirizar quaisquer atividades, não apenas atividades acessórias da empresa. Isso significa que uma escola que antes poderia contratar só serviços terceirizados de limpeza, alimentação e contabilidade agora poderá também contratar professores terceirizados.

O projeto também regulamenta aspectos do trabalho temporário, aumentando de três para seis meses o tempo máximo de sua duração, com possibilidade de extensão por mais 90 dias. Os temporários terão mesmo serviço de saúde e auxílio alimentação dos funcionários regulares, além da mesma jornada e salário.

A nova legislação incentivará as empresas a demitirem trabalhadores que estão sob o regime CLT para contratar terceirizados, com remuneração menor. Um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2015, mostrou que os terceirizados recebiam em média 30% a menos que os contratados diretos.




A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) considera a liberação da terceirização de todas as atividades inconstitucional. A entidade considera que o texto mais antigo (o de 1998) é ainda pior que o debatido em 2015.

“O PL de 2015, longe de ser o ideal, vem sofrendo algumas alterações e talvez já não atenda os interesses empresariais plenos de transferir renda do trabalho para o capital. O projeto de 98 é desatualizado não só do ponto de vista de seu conteúdo como de debate democrático”, diz. Os críticos também dizem que o projeto não vai frear a guerra judicial sobre o assunto.



Fonte: EL País e Ag.Câmara




sábado, 18 de março de 2017

ARTE NA PELE: A FLUIDEZ DESPREOCUPADA DA PINTURA DA AGUARELA


Wpinturas atercolor e tatuagens parecer um par improvável, mas quando eles estão juntos, os resultados são impressionantes.

Aleksandra Katsan é um artista que cria tatuagens da aguarela, e incorpora pinceladas etéreas assim como splatters impredizíveis do pigmento em seus projetos da arte do corpo.

Apesar das bordas e das linhas difundidas, criar uma tatuagem da aguarela é ao contrário da pintura com uma escova. Uma máquina de tatuagem é uma ferramenta muito diferente - usa uma agulha rígida - e geralmente requer um artista para ser muito mais exato com seu trabalho. As peças bonitas de Katsan mostram a habilidade que um deve ter ao se especializar neste estilo do trabalho do tatuagem. Seu olhar convincentemente como uma pintura real e mistura proeza técnica com delicadas abstrações.

O portfólio da Katsan apresenta principalmente formas e animais inspirados na natureza. Sua escolha de respingos e splatters oferecem algumas liberdades criativas para aves, flores e até mesmo adoráveis ​​pandas. E através dessas tatuagens de aquarela, Katsan capta a essência de seus súditos; Suas cores vivas e textura implícita é uma celebração da alegria vibrante que eles trazem para o nosso mundo.
Tattooist Aleksandra Katsan captura uma fluidez despreocupada em suas tatuagens coloridas da aguarela.

















TRAJES TRADICIONAIS DO CASAMENTO DE TODO O MUNDO



Toje, muitas pessoas pensam que os casamentos apresentam estritamente noivos de smoking e noivas "todos vestidos de branco." Enquanto não há nada de errado com um belo terno ou vestido marfim, nem todos os casais noivos ir por esse caminho. De fato, em inúmeras culturas ao redor do mundo, roupas de casamento tradicionais parecem muito diferentes do nosso conceito contemporâneo, ocidental do que as roupas cerimoniais deve ser semelhante.

Embora muitas mulheres em todo o mundo fazer escolher um vestido branco e você vai ver muitas vezes os homens em smokings, tradicionalmente, roupas de casamento tem olhado muito diferente ao longo da história e em todo o globo. Na Índia, as mulheres costumam usar saris carmesim. Alguns pares ganeses opt para cores brilhantes e padrões bold (realce). E os grooms escoceses tipicamente usam kilts, enquanto os homens japoneses don kimonos!

Nesta coleção de roupas de casamento tradicional, você verá a miríade de maneiras que diferentes grupos de pessoas celebram o matrimônio através de suas escolhas de roupas. Naturalmente, dentro de cada país existem muitas subculturas e tradições diferentes. Assim, estes exemplos servem simplesmente como uma maneira fascinante explorar aproximações diferentes à forma do casamento.
Índia

Crédito da foto: Rani in Silk

Na Índia, as noivas geralmente usam vermelho, o que representa o sol nascente e Marte - o planeta associado ao casamento. Esses símbolos são pensados ​​para trazer fertilidade e prosperidade.


Japão

Crédito da foto: Tim Pearse

Durante uma cerimônia japonesa tradicional, a noiva normalmente usará um quimono branco chamado uchikake. O noivo também usa um quimono, bem como hakama , um tipo de calça plissada, e haori , que é semelhante a uma jaqueta.


Gana

Crédito da foto: Impressões Akiboat

Casais do Gana costumam usar trajes cerimoniais correspondentes. Feito de kente (um tipo de tecido handwoven em Gana), os trajes apresentam padrões e desenhos brilhantes e coloridos.


Indonésia

Crédito da foto: paultenyom

Para as cerimônias de casamento tradicionais em Jacarta, indonésio noivas e noivos tendem a cobrir-se em ouro e jóias cintilantes para um olhar muito régia. A idéia é emular reis e rainhas.


Polônia

Foto enviada por Slavorum

Em Łowicz, uma cidade no centro da Polônia, trajes tradicionais de noiva incluem um véu especial / boné que tem sua própria cerimônia (chamado "oczepiny") durante o casamento.


China

Crédito da foto: Encontre Textile Blog

Em casamentos tradicionais chineses, noivas e noivos muitas vezes optam por roupas vermelhas, como a cor culturalmente sortuda representa amor e prosperidade.


Portugal

Crédito da foto: Style2Designer

Noivas portuguesas tradicionalmente usam uma túnica adornada com jóias de filigrana. Grooms normalmente usam um terno escuro, camisa branca e chapéu.


Estônia

Crédito da foto: Pulmakorraldaja


Muitas esposas-à-estar em Estónia têm uma história de usar head-wreaths emparelhado com vestidos populares coloridos.


Peru

Crédito da foto: Ile Tours

Nos casamentos peruanos, a cor é rei. As mulheres usam polleras brilhantes (saias handwoven) e os homens usam headdresses. Tanto a noiva eo noivo também pode usar capas ou ponchos.


Sri Lanka

Crédito da foto: Pierre-Emmanuel Larrouturou

Uma noiva do Sri Lanka vai usar um sari e um capacete Nalapata. O noivo usará um chapéu de 4 cantos, uma jaqueta de veludo e um mul anduma , um longo pano branco enrolado na cintura.


Havaí

Crédito da foto: Leo A.

Ambas as noivas e noivos no Havaí usam leis coloridas ao redor de seus pescoços. Além disso, esposas-a-ser geralmente usam vestidos longos e brancos, enquanto os noivos costumam usar camisas brancas soltas e calças.


Escócia

Crédito da foto: Captivating Photography

Na Escócia, um noivo costuma usar um saiote, coberto com uma jaqueta, camisa e gravata. Para compensar a sua falta de bolsos, ele também vai desporto um sporran , ou bolsa.


Nigéria

Crédito da foto: nigerianwedding

Na Nigéria, as noivas e os noivos costumam vestir trajes de casamento coordenados por cores. Uma noiva tradicional vestirá um gele envolvido em torno de sua cabeça, quando um noivo desporto um ae do abeti do fila, ou um tampão de pano do "cão-orelhudo".


Grécia (Ortodoxa)

Crédito da foto: Dana Photo

Nos casamentos gregos ortodoxos, o presbítero coloca coroas (chamadas stefana ) nas cabeças dos noivos. O stefana são juntados frequentemente por uma fita, representando a unidade entre o casal recentemente wed.


Sardenha

Crédito da foto: Revista Itália

Em Sardinia, uma noiva que procura emular o vestido popular tradicional desgastará um vestido elaborado, uma jaqueta de veludo, e um véu longo.


Coreia do Sul

Crédito da foto: chaerinjin

Na Coréia do Sul, os casais usam trajes tradicionais conhecidos como hanbok. O hanbok da noiva inclui uma saia wrap-around e uma jaqueta curta com mangas compridas (conhecido como um "chima-jeogori"). O hanbok do noivo é composto por uma jaqueta curta ("durumagi") e calças espaçosas ("baji").


Noruega

Crédito da foto: Saim Lunde

Embora muitas noivas na Noruega optam por modernos, vestidos de noiva branco, muitos ainda usam bunads , ou vestidos populares tradicionais.


Kosovo

Crédito da foto: Faton Ademi

O povo nômade Gorani, que são muçulmanos eslavos, costumava passar uma semana inteira para comemorar um casamento, mas agora é dito para durar apenas cerca de 3 dias. Naquele tempo, várias celebrações tradicionais que giram em torno de "identidade étnica ."


Mongólia

Foto através do Pinterest

Noivas e noivos em casamentos tradicionais Mongolian desgaste o que é chamado um "deel". Embora existam deels para o desgaste diário, estes trajes personalizados, usados ​​desde séculos atrás, são normalmente reservados para casamentos e feriados.




BRASIL: ODEBRECHT PAGARÁ R$ 30 MI PARA ENCERRAR AÇÃO POR TRABALHO ESCRAVO


O Grupo Odebrecht pagará R$ 30 milhões para encerrar a maior ação por trabalho escravo da história do Brasil. O acordo firmado na noite dessa quinta-feira (16) põe fim à ação civil pública ajuizada em 2014 pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Campinas, que comprovou que o grupo submetia brasileiros a trabalho degradante em Angola. Os empregados haviam sido contratados na cidade de Américo Brasiliense (SP). 

Além da indenização por danos morais coletivos, o grupo deverá cumprir as obrigações impostas na sentença de primeira instância. Constam como rés as empresas Construtora Norberto Odebrecht S.A., Odebrecht Serviços de Exportação S.A. (antes denominada Olex Importação e Exportação S.A.) e Odebrecht Agroindustrial S.A. (antes denominada ETH Bioenergia). Os valores serão pagos em 12 parcelas de R$ 2,5 milhões, a serem destinados para projetos, iniciativas ou campanhas que revertam em benefício da coletividade, mediante aprovação conjunta do MPT, autor da ação civil pública, e do TRT da 15ª Região. 

Consta da conciliação as seguintes obrigações, a serem cumpridas pelas rés: deixar de realizar, promover, estimular ou contribuir para a submissão de trabalhadores à condição análoga a de escravo, sob pena de multa de R$ 100 mil por trabalhador; jamais realizar, promover, estimular ou contribuir com o aliciamento nacional ou internacional de trabalhadores, sob pena de multa de R$ 100 mil por trabalhador; não utilizar em seus empreendimentos no exterior mão de obra contratada no Brasil mediante contrato de trabalho enviado ao país estrangeiro sem o visto de trabalho já concedido pelo governo local, sob pena de multa de R$ 60 mil; e não realizar, promover, contribuir ou se aproveitar da intermediação de mão de obra (merchandage), inclusive com o envolvimento de aliciadores, intermediadores ou “gatos”, em desacordo com a lei, salvo em caso de trabalho temporário, sob pena de multa de R$ 50 mil.

A sentença foi dada em 2015 pela 2ª Vara do Trabalho de Araraquara representou a maior condenação de um grupo por trabalho escravo na história da Justiça do Trabalho, no valor de R$ 50 milhões de dano moral coletivo.

Inquérito

O inquérito contra a Odebrecht foi instaurado pelo procurador do Trabalho Rafael de Araújo Gomes a partir da publicação de uma série de reportagens veiculadas pela BBC Brasil, mencionando a existência de inúmeras condenações judiciais reconhecendo a submissão de brasileiros a trabalho degradante em Angola. Os empregados haviam sido contratados na cidade de Américo Brasiliense (SP).

As obras pertenciam à Companhia de Bioenergia de Angola – Biocom, empresa angolana da qual eram sócios a Odebrecht Angola, empresa do grupo multinacional brasileiro Odebrecht; a Sonangol Holdings, vinculada à estatal petrolífera de Angola; e a Damer Industria S.A, companhia privada que tem como sócios dois generais e o vice-presidente de Angola, substituída pela Cochan S.A. Provas produzidas na ação demonstraram que, em um momento após o início das obras, a Odebrecht Agroindustrial assumiu a gestão do empreendimento, tornando-se a usina angolana, na prática, uma de suas unidades.

As provas produzidas nas dezenas de reclamações trabalhistas movidas contra a Odebrecht e a Pirâmide Assistência Técnica, uma prestadora de serviços da Biocom, revelam que os operários envolvidos em montagens industriais trabalhavam em condições análogas às de escravo, particularmente no que se refere a instalações sanitárias, áreas de vivência, alimentação e água para beber.

Vários trabalhadores adoeceram em razão das condições a que foram submetidos. Na obra havia, em média, 400 trabalhadores registrados em Américo Brasiliense pela Pirâmide. Resultados de exames médicos de trabalhadores que retornaram de Angola, encaminhados pelo Departamento Municipal de Saúde da Prefeitura de Américo Brasiliense, mostram que vários operários apresentaram febre, dor de cabeça, dor abdominal, diarreia, náuseas, fezes com sangue, emagrecimento, e alguns apresentaram suspeita de febre tifoide.

Trabalho escravo

Em depoimentos prestados à Justiça, os trabalhadores relataram que os ambientes na obra eram muito sujos e os banheiros, distantes do local de trabalho, permaneciam sempre cheios e entupidos, obrigando-os a evacuar no mato. Os relatos revelam ainda que a água consumida era salobra e a comida, estragada.

Outros depoimentos deram conta de que era consumida uma carne vermelha que se imaginava ser bovina. No entanto, a partir de informações do próprio cozinheiro, os trabalhadores descobriram tratava-se de carne de jiboia. Dentro da cozinha do refeitório era comum a presença de baratas e ratos; depoentes alegaram ter visto um rato morto entre os pratos. Quando um dos operários se deparou com um macaco na cozinha, desistiu de comer no local, pois sabia que o animal seria morto e servido aos trabalhadores como refeição.

Provas reunidas pelo MPT demonstram que os trabalhadores brasileiros foram também submetidos ao cerceamento de sua liberdade, inclusive mediante a apropriação de documentos com o propósito de serem mantidos confinados no canteiro de obras. Chegando a Angola, o procedimento adotado pela Biocom/Odebrecht era de imediatamente tomar todos os passaportes, documento de identificação indispensável à salvaguarda dos direitos do estrangeiro. Além disso, não era disponibilizado aos trabalhadores qualquer transporte para sair do canteiro de obras, ainda que aos finais de semana e nas folgas.

Audiência

Na audiência de conciliação participaram, pelo Ministério Público do Trabalho, os procuradores Rafael de Araújo Gomes, Ronaldo Lira e Fábio Vieira. Pelo TRT participaram o relator do processo, desembargador Edison dos Santos Pelegrini, o presidente da Corte, Fernando da Silva Borges, o vice-presidente judicial, Edmundo da Silva Lopes, e o presidente do Comitê de Erradicação do Trabalho Escravo do TRT-15, Eduardo Benedito de Oliveira Zanella.

Outro lado

A assessoria de imprensa da Odebrecht encaminhou uma nota de esclarecimento ao Justificando, afirmando que a Biocom (Companhia de Bioenergia de Angola, Lda.) nega todas as acusações feitas pela reportagem e esclarece que, na data de ontem, a Ação Civil Pública iniciada em 13 de junho de 2014 na 2ª Vara do Trabalho de Araraquara foi extinta definitivamente por meio de acordo celebrado com o Ministério Público do Trabalho perante o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.

“A empresa reafirma que zela pelo cumprimento estrito da legislação e respeito às pessoas. Por isso, a premissa para celebração deste acordo foi justamente o fato de que ele não implica em qualquer reconhecimento de prática de trabalho escravo, nem de violação de direitos humanos ou de princípios que regem as relações de trabalho pela empresa. Embora nenhuma instituição brasileira, ainda que formalmente convidadas, tenha comparecido às instalações da Biocom para fiscalizá-la, as condições de trabalho na empresa sempre foram fiscalizadas e atestadas positivamente por autoridades angolanas (equivalentes ao Ministério do Trabalho e Emprego).“

Processo nº 0010230-31.2014.5.15.0079. Informações do MPT.


Fonte: Carta Capital



BRASIL: MULHERES LATINO-AMERICANAS SÃO ALVOS FREQUENTES DE TRÁFICO HUMANO NA EUROPA


Aliciamento, falsificação de passaportes, tortura e DST são realidade para vítimas de exploração sexual no exterior.

No mês do Dia Internacional da Mulher, as flores e homenagens disparadas incessantemente por meio das redes sociais, passam quase despercebidas diante dos fatos que comovem e assustam o mundo. Neste mês de março, a história da colombiana, encontrada em Londres em uma situação deplorável, ascendeu os holofotes para a questão do tráfico humano, sobretudo de #mulheres latino-americanas.

Pendurada e com graves ferimentos, a mulher havia sido estuprada ao mesmo tempo em que sofria um aborto. O caso foi relatado em detalhes para a reportagem da BBC Mundo. A mulher que não teve o nome revelado, com o intuito de proteger sua identidade, foi enganada e conduzida até a Europa no ano de 2000, sob o desejo de se desvencilhar das lembranças assustadoras dos abusos sexuais que recebera durante parte de sua vida.
A caminho do inferno

O tráfico humano é uma prática silenciosa que apanha mulheres em todo o mundo (relembre o caso da ex-bailarina que aliciava mulheres no Brasil). Na maioria das vezes, elas são enganadas com propostas de trabalho falsas ou, através de uma tática mais atual de aliciamento: relacionamentos com pessoas de outros países. ‘Os namorados’ têm por único objetivo enganá-las e conduzi-las ao exterior, para que então, a prática de exploração sexual, seja de fato, consumada.

De acordo com Yenny Aude, Diretora de uma Ong que presta total apoio a mulheres latino-americanas vítimas de tráfico no Reino Unido, elas geralmente não entendem que foram padecentes, e pedem ajuda por outros motivos, em função da ausência de informação sobre tais crimes.

Yenny, ainda em entrevista a BBC Mundo, disse que atualmente, mais do que com propostas falsas de emprego, as mulheres levadas ao tráfico na Europa, são colocadas em uma situação de relacionamento com homens estrangeiros. Eles iniciam um suposto namoro, e depois de ganhar a confiança, sugerem que as vítimas venham a seu encontro em outro país. Depois da decisão de ir em direção ao falso namorado, elas se veem diante da realidade do tráfico humano, tendo que enfrentar por consequência, a prostituição forçada.

Falsificação de documentos

Julián Chávez Lemos, advogado que prestou assessoria jurídica em imigração e direitos humanos em consulados latino-americanos no Reino Unido, afirma que há uma dificuldade em estabelecer números mais precisos com relação as estatísticas de tráfico humano: a falsificação de documentos. Os passaportes de muitas dessas mulheres latino-americanas são alterados e elas simplesmente desaparecem, depois de capturadas pelas redes de tráfico.

Em entrevista concedida a BBC Mundo, o advogado Julián Chávez disse que Espanha, Holanda e França, estão na rota utilizada com mais frequência pelos traficantes, e que muitas mulheres não informam a nacionalidade por medo de serem deportadas aos países de origem.
Relações com o tráfico de drogas

Sim, infelizmente algumas mulheres condenadas à prostituição forçada, também abastece o mercado do narcotráfico. Chávez relembra o caso de uma garota equatoriana, sequestrada e levada inicialmente à Espanha, aos 16 anos de idade. Depois de dois anos de exploração sexual e vários deslocamentos entre países europeus, ela passou por dois abortos e contraiu HIV.

Os sequestradores/traficantes, portanto, a direcionaram para o universo das ‘mulas’ do tráfico. A garota foi presa numa das mal sucedidas atividades de transporte de drogas. De acordo com Chávez, quando são deportadas aos respectivos países nativos (dentro das condições de mulas), podem sofrer consequências muito mais sérias, envolvendo inclusive, suas famílias. #Violência


Fonte: Blastingnews