Uma nova tragédia assolou o futebol egípcio no último final de semana e forçou a suspensão de todos os jogos do campeonato local. O incidente trágico, porém, está longe de ser novidade no país. As confusões e brigas de torcida que resultam em mortes são frequentes no Egito e têm se repetido quase todo ano.
Pelo menos 22 torcedores morreram na confusão deste domingo no estádio do Cairo e outras 20 ficaram feridas, segundo autoridades locais. As pessoas acabaram esmagadas ou sufocadas depois que a polícia utilizou gás lacrimogêneo contra os torcedores do Zamalek, que estavam tentando forçar sua entrada na partida contra o rival ENPPI.
O Ministério do Interior do país, que comanda a polícia, diz que muitos torcedores estavam tentando entrar no estádio sem ingresso, mas testemunhas alegam que a maioria deles tinha comprado ingressos.
Essa é a segunda vez em três anos que o Campeonato Egípcio é suspenso – a última vez que isso havia acontecido foi em 2012, quando 74 torcedores morreram em uma briga entre as torcidas do Al Masry e do Al Ahly em uma partida regular da competição em Port Said.
Depois desse incidente, algumas coisas mudaram no futebol do país. Foram impostos limites no número de torcedores que poderiam ir ao estádio nos jogos. As restrições impostas, porém, foram suspensas algumas semanas atrás. Agora, após o novo episódio de violência, elas devem voltar a vigorar.
No caso da confusão de domingo, os torcedores culparam as autoridades, por terem aberto somente um portão do estádio, e as forças de segurança, pela resposta truculenta com o gás lacrimogêneo em um espaço confinado - um corredor repleto de pessoas. Por enquanto, um líder da torcida "organizada" do Zamalek, os White Knights, foi preso.
Política e futebol
O Egito tem uma longa e tensa história de confrontos entre as forças de segurança pública e os torcedores fanáticos – chamados "ultras". Muitos deles estavam envolvidos na revolução política pela qual o país passou em 2011.
Torcedores tentam entrar em estádio, e polícia usa gás lacrimogêneo para dispersá-los
Os torcedores fanáticos no Egito, inclusive, costumam ter relações bem próximas com partidos políticos, e muitos deles tiveram grande participação na derrubada do ex-presidente Hosni Mubarak, durante a Primavera Árabe. Isso derivou em um clima de tensão com as forças de segurança em partidas de futebol.
Muitos acreditam que a tragédia no estádio em Port Said, três anos atrás, foi orquestrada em retaliação aos torcedores do Al Ahly, que tiveram participação nos protestos contra Mubarak.
Quando o campeonato foi retomado, em fevereiro de 2013, após alguns meses suspenso pelo incidente em Port Said, houve muitas críticas nas redes sociais. Muitos achavam que era muito cedo para acabar com a suspensão e que o país ainda não estava preparado, pois passava por um clima político tenso, ainda com muitos protestos acontecendo.
Agora, após a nova confusão, a competição pode levar mais tempo para voltar, e o país que recentemente dominou o cenário do futebol africano pode ficar de novo por um tempo sem ver a bola rolar em seus gramados.
Fonte: BBC Brasil
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