quarta-feira, 10 de junho de 2015

MÉXICO: JUSTIÇA PRIMEIRO, DEPOIS ELEIÇÕES


Com protestos e boicote eleitoral, os pais dos 43 estudantes desaparecidos conseguiram a suspensão das eleições em Tixtla, Guerrero.

Nesse 7 de junho, as eleições parciais do México (para eleger deputados federais e locais, prefeitos e em algumas localidades, também governadores) foram marcadas pelos protestos em Guerrero. Em Tixtla, município mais próximo a Ayotzinapa, os pais dos normalistas desaparecidos convocaram um boicote eleitoral e se organizaram para impedir o processo eleitoral.

Nos muros, foram grafadas frases como "Nem PAN, nem PRI, nem PRD" ou "Perdemos 43. Justiça". A ação de boicote consistiu em ir até os colégios eleitorais para retirar as urnas e cédulas instaladas pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE). Ao recolherem cerca de 28 dos 54 depósitos eleitorais, reuniram-se numa praça na região central do município e fizeram das cédulas uma fogueira.

Tendo em vista o cenário de confrontos, visto que o Governo mobilizou tropas militares - incluindo a Marinha e Aeronáutica - para garantir o processo eleitoral, o INE suspendeu as eleições no município por volta do meio dia.

Está aberta uma crise em que os pais e simpatizantes de sua causa não se sentem representados pelo atual governo, talvez sequer confiem na estrutura de sua democracia. De acordo com o INE, o Partido Revolucionário Institucional deteve algo em torno de 30% dos votos no Congresso federal, o que representa um número absoluto menor de legisladores com as eleições anteriores. O nível de abstenção acima dos 50% é histórico. Por quais saídas Enrique Peña Nieto irá enveredar?

O que pode ser feito quando alguém é sequestrado pelo Estado?
Essa mesma pergunta, tão pertinente aqui em tempos ditatoriais, volta a ser uma questão para os pais dos 43 estudantes normalistas de Ayotzinapa. A resposta dada por eles é clara: se organizar para fazer de seu luto uma luta coletiva.

Para isso, contam com o apoio da chamada Caravana 43: uma rede organizada por coletivos e movimentos sociais autônomos atuantes na América do Sul. No Brasil, participam dessa articulação as Mães de Maio, Coletivo DAR, Casa Mafalda, Rede 2 de Outubro, Movimento Passe Livre, entre outros.

Viajando por este continente desde maio deste ano, já passaram por Córdoba, Rosário, Buenos Aires, Montevideo e nesta semana chegaram a São Paulo. Seguem ainda para Porto Alegre entre os dias 5 e 8 de junho e encerram a jornada entre 9 a 12 na cidade do Rio de Janeiro.

A proposta dos eventos é tornar público e denunciar os crimes cometidos pelo Estado mexicano: “Foi o Estado! O Estado tem nossos companheiros e tem que nos devolver. Não estamos em uma ditadura no México, mas parece que sim, com tantos desaparecimentos forçados e tantos crimes de Estado. Se globalizaram a violência, os crimes, temos que globalizar a resistência e a luta. Queremos os nossos companheiros, e só queremos vivos!”, diz Francisco Sánches Nava, um sobrevivente aos acontecimentos em Ayotzinapa.

Fonte: Carta Maior

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