Em protesto contra a intolerância religiosa, Emicida veste branco e recorda caso de menina candomblé apedrejada na cabeça. Rapper também abordou em seu discurso a violência contra a mulher, a violência policial, o racismo, a redução da maioridade penal e a greve dos professores em São Paulo
O rapper Emicida e o sambista Martinho da Vila transformaram o palco Julio Prestes numa grande roda de samba na tarde do último domingo, 21, na Virada Cultural. Juntos, eles homenagearam o cantor e compositor Jair Rodrigues, que morreu em maio do ano passado, com uma versão emocionante de “Deixa Isso para lá”. Clássicos do samba não faltaram. “Casa de Bamba”, “Mulheres” e “Madalena do Jucu” colocaram o grande público para sambar.
Emicida fez ainda um discurso incisivo. O rapper usou branco e passou uma série de mensagens importantes. Ao lado do grupo religioso As Águas de São Paulo, ele pediu o fim da intolerância que vem assolando o País.
“Não viemos de branco à toa. Viemos de branco porque uma menina tomou uma pedrada ao sair de um culto de candomblé (no Rio). Nós viemos de branco porque tem gente que, para falar de jovem, fala mais de cadeia do que de escola”, afirmou.
Emicida disse também ser contra a maioridade penal e ainda afirmou que o Brasil, há tempos, não discute educação. O paulistano ainda falou sobre estupro: “Quer dizer então que a mulher é estuprada e a culpa é dela?”, cravou.
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