Na semana do dia 7 de setembro de 1969 um grupo de investigadores brasileiros e americanos interrogou, no Rio de Janeiro, o então embaixador dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick, recém-libertado pelos seus sequestradores na Tijuca. Elbrick tinha sido capturado, dias antes, às 14h30, na esquina da Rua São Clemente com a pequena Rua Marques, no Humaitá, zona sul da cidade, por integrantes da Ação Libertadora Nacional, a ALN.
O objetivo do interrogatório por parte dos agentes dos dois países era descobrir detalhes da operação da sua captura e também identificar o grupo de guerrilheiros que resistiam à ditadura civil-militar instalada havia cinco anos no Brasil, e que o tinha levado, como refém, para uma casa do bairro do Rio Comprido. Lá, o diplomata foi mantido em cativeiro durante alguns dias.
É óbvio que o documento com a transcrição desse interrogatório não tinha sido revelado até há pouco. Por ocasião da recente visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, foi entregue ao governo brasileiro como parte de um pacote de 538 outros papéis desclassificados pelos americanos e reveladores da vigorosa e continuada atuação da CIA, de outras agências e dos serviços secretos americanos, na época, para desestabilizar a vida política do nosso país. Os papéis, atualmente, se encontram à disposição no site do Arquivo Nacional para consulta pública e têm acesso livre.
Neste pacote, o depoimento de Charles B. Elbrick é um dos mais curiosos - se assim podemos dizer. Uma preciosidade, esses papéis recebidos em um DVD pelo escritor Mário Magalhães (autor do festejado livro Marighella – O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo/Ed. Companhia das Letras/2012). Ele selecionou a cópia de 23 páginas do interrogatório/depoimento feito a “um velho conhecido”, como diz, “o Mr. Charles Burke Elbrick”, e as enviou a quatro personagens da sua biografia de Marighella, protagonistas da história e todos eles participantes do sequestro do embaixador.
‘Mr. Elbrick’, como se pode verificar, não deu uma única pista que pudesse comprometer seus captores. Na transcrição abaixo, entregue pelo governo dos EUA ao Brasil, se percebe que ele teria escondido o jogo. “Entre a ditadura e os guerrilheiros, o embaixador ficou ao lado de vocês,” comenta, bem humorado, o excepcional biógrafo de Carlos Marighella.
*Depois de servir no Brasil, O “velho conhecido Mr. Elbrick” nunca mais ocupou posto fora dos EUA. Continuou trabalhando no Departamento de Estado, em Washington, até a sua morte, em 1983.
Segue o documento "SECRETO"
Fonte: Carta Maior
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