Sem Terra dizem que só desmontarão acampamento no DF quando tiverem resultados concretos.
Por Iris Pacheco
Da Página do MST
Na tarde desta quarta-feira (29), parlamentares, movimentos sociais e sindicais participaram do ato político no Acampamento Nacional de Luta Pela Reforma Agrária e Pela Democracia, no Distrito federal, e criticaram a postura do governo federal diante da luta do povo por um novo modelo de desenvolvimento para o campo.
Para a deputada federal Érica Kokay (PT-DF), o país passa por um momento em que a ofensiva conservadora no Congresso tem afetado diretamente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, seja no campo ou na cidade.
"Enfrentamos um Congresso que não representa o povo brasileiro e sim o latifúndio. Um fundamentalismo patrimonialista que quer rasgar os direitos da classe trabalhadora conquistados a duras penas. Enquanto eles arrancam o Brasil do seu povo, nós defendemos a Reforma Agrária como um novo modelo de desenvolvimento para o país", afirmou a deputada.
Francisco Antônio Pereira, da coordenação do MST, lembrou que as promessas do governo já não convencem, e que sua morosidade com a pauta da Reforma Agrária junto com o corte orçamentário inviabilizou ainda mais esse processo.
"Até agora o governo não cumpriu sua promessa de assentar as 120 mil famílias acampadas no país. Queremos que seja feita a recomposição orçamentária para a Reforma Agrária. Por isso afirmamos que só sairemos de Brasília quando tivermos um resultado concreto."
Pereira se referiu aos cortes anunciados pela equipe econômica do governo federal em maio, que contingenciou quase R$ 70 bilhões no orçamento da união para 2015. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) teve seu montante reduzido em 49.4%, o que significa que pouca ou nenhuma verba será destinada a novos projetos de interesse da Reforma Agrária.
O deputado federal Marcon (PT-RS) ressaltou que “se não fizer luta não sai assentamento, porque o governo está contaminado pela direita que não quer sem terra ganhando terra... daqueles que acham que resolver a crise do Brasil é tirar direitos do trabalhador”, disse.
Também estiveram presentes no ato o deputado federal Padre João (PT-MG), o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), a Marcha de Mulheres Negras, além de representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF (SindiSeP).
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