terça-feira, 20 de agosto de 2013

APÓS PRISÃO, IRMANDADE MUÇULMANA NOMEIA LÍDER RELIGIOSO INTERINO


A Irmandade Muçulmana nomeou nesta terça-feira o chefe adjunto da entidade, Mahmoud Ezzat, como líder religioso interino, após a prisão de Mohammed Badie. O então comandante do movimento foi capturado pelas forças de segurança, que o acusam de incitação à violência.

A prisão de Badie era desejada pelo governo interino e pela Justiça egípcia desde a deposição do presidente Mohammed Mursi, em 3 de julho. Desde então, a Irmandade Muçulmana convocou diversos protestos contra o que chamou de golpe, incluindo dois acampamentos em praças do Cairo.

Na semana passada, essas ocupações foram desfeitas em uma ação policial que terminou em confronto com os islamitas e levou a um massacre que deixou mais de 700 mortos. Nos três dias seguintes, a Irmandade convocou novos protestos, com novos enfrentamentos que causaram cerca de 250 mortes.

O nome do líder interino da Irmandade Muçulmana foi anunciado pelo Partido Liberdade e Justiça, braço político do movimento, em mensagem em sua página na internet. Badie foi preso durante a madrugada, em um apartamento no bairro de Nasr City, reduto islâmico no Cairo.

Em julho, após o golpe que depôs o presidente islamita Mohammed Mursi, Badie e dois de seus subalternos da Irmandade foram acusados pela Justiça de "incitação à morte" por supostamente estimular a violência contra manifestantes anti-Mursi. O início de seu julgamento estava marcado para o dia 25.

Segundo a imprensa estatal, Mohammed Badie foi levado à prisão de Tora, a mesma em que estão outros líderes da organização, como Khairat el-Shater, e o ex-ditador Hosni Mubarak, deposto em 2011.

CERCO
A detenção reforça o cerco imposto pelos militares contra a Irmandade. O governo interino propôs a dissolução da organização --que, mesmo fragilizada, ainda possui importante base social-- e o acusa de envolvimento em atos terroristas, subversão e associação com o palestino Hamas e a rede Al Qaeda.

Também nesta terça, foi anunciada nova acusação contra Mohammed Mursi, que terá detenção estendida por mais 15 dias. Acusado de homicídio e de ligação com o Hamas, ele responderá agora por cumplicidade na violência contra as manifestações.

A Procuradoria Geral egípcia pediu ainda a prisão preventiva de 360 membros da Irmandade, também por suposta incitação à violência. Nos últimos dois dias, pararam as postagens nas redes sociais desses líderes, frequentes nos dias de protestos da semana passada.

O único comunicado sobre a prisão saiu pela página oficial da Irmandade Muçulmana. "Quando a mão da opressão se estende para prender este símbolo importante [Badie], isso significa que o golpe militar está usando tudo o que está em suas mãos e se prepara para partir".

O grupo Tamarrod, que deu início aos protestos contra Mursi em junho, comemorou a prisão. "Esse é um passo importante para manter o curso da revolução, a luta contra o terrorismo e desmontar o grupo terrorista pela prisão de seus líderes".

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