Não Questione

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

CLIENTE DESTRÓI PRODUTOS EM LOJA DA APPLE PARA PROTESTAR CONTRA O SUPORTE - COM VÍDEO


Funcionários de uma loja da Apple em Dijon, na França, foram surpreendidos na manhã desta sexta-feira, 30, por um cliente extremamente descontente.

Inconformado com o tratamento que recebeu do suporte da marca, o homem entrou na loja e começou a quebrar produtos. Ele aplicava golpes com uma bola de aço do tipo que se usa para jogar petanca.

iPhones, iPods e até um MacBook Air acabaram virando alvos do cliente.

Repercutindo a imprensa francesa, o The Next Web diz que a polícia levou o rapaz, que chegou a tentar escapar quando os seguranças do shopping em que fica a loja chegaram para contê-lo.





Postado por Não Questione às 09:14 Nenhum comentário:
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BRASIL: MILÍCIAS COBRAM ATÉ R$ 120 MIL PARA PERMITIR CAMPANHA ELEITORAL EM COMUNIDADES


Candidatos que quiserem fazer campanha nas áreas controladas pelos milicianos (grupos criminosos formados por ex-policiais) precisam pagar “imposto” que varia de R$ 15 mil a R$ 120 mil, a depender a densidade dos colégios eleitorais.

Candidatos às eleições municipais no Rio de Janeiro precisam pagar uma “taxa eleitoral” às milícias para conseguir fazer campanha nas áreas controladas pelos grupos criminosos. 

Reportagem do jornal O Globo revela que o valor do “imposto” vai de R$ 15 mil a R$ 120 mil, a depender da densidade dos colégios eleitorais dominados pelos milicianos.

A exploração comercial das eleições vai desde a liberação para circular nos locais até a exibição de placas e distribuição de santinhos. No início da campanha, a tabela de cobrança ia de R$ 80 mil a R$ 120 mil em comunidades da Zona Oeste do Rio – mais valorizadas por serem mais populosas. Porém, na reta final os milicianos fizeram uma “promoção” e baixaram para R$ 60 mil o valor da taxa eleitoral. Nas favelas da Zona Norte, o valor cobrado é de R$ 15 mil. Neste locais é comum ver penduradas propagandas de, no máximo, três candidatos. Já nas cidades da Baixada Fluminense os valores ficam entre R$ 50 mil e R$ 80 mil.

Além da cobrança da taxa, dirigentes partidários, lideranças locais e policiais disseram à reportagem que, em alguns casos, ainda são firmados acordos para distribuição de cargos para parentes de milicianos, caso o candidato saia vitorioso das eleições.

De acordo com o Globo, o esquema revela que as milícias mudaram de estratégia e não buscam mais ocupar cargos políticos como no passado, quando nomes como Jerônimo Guimarães, o Jerominho, e seu irmão, Natalino Guimarães; Cristiano Girão; e Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, chegaram a ser eleitos para a Câmara Municipal do Rio ou para Assembleia Legislativa. Os milicianos entenderam que a tática acabava expondo demais seus chefes, que foram presos por envolvimento com grupos criminosos.

As prisões de chefes das milícias transferiram o comando dos grupos para dentro dos presídios. O segundo escalão é responsável por controlar os negócios do lado de fora, como os transporte clandestino, “gatonet”, cobranças por serviços de gás e, mais recentemente, o pagamento da taxa eleitoral.


Fonte: Congresso em Foco



Postado por Não Questione às 04:06 Nenhum comentário:
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HOMEM SÍRIO FAZ SELFIE, MAS SE ESQUECE QUE CELULAR ERA DETONADOR DE BOMBA - COM VÍDEO


Até o momento, não sabemos da veracidade do vídeo a que você vai assistir a seguir. 

Contudo, ele mostra como um simples lapso de memória pode arruinar uma selfie entre amigos — pior, arruinar a vida.

O vídeo apresenta o que parece ser um grupo de rebeldes sírios — a indicação é uma bandeira rebelde que aparece na filmagem — se juntando em um sofá para uma foto. Acontece que, se pudermos presumir algo, havia uma bomba conectada a um celular na cena. Infelizmente, esse aparelho foi utilizado para capturar uma selfie e, talvez, o sírio tenha apertado o botão errado.

É difícil comprovar se o vídeo é real, apesar de ter diversas características que apontam para isso. Se pudermos olhar para o lado positivo, a bomba não era de "alto calibre". Isso porque a câmera se manteve intacta, assim como o ventilador no teto. Ainda é possível ouvir algumas pessoas gritando "Allahu Akbar" após a explosão.

Assim que tivermos mais informações sobre o vídeo em questão, atualizaremos a notícia.
Selfie explosiva (imagens não verificadas)


O Exército Livre da Síria tem coligação com nações ocidentais, como os EUA, Reino Unido e a França, e tem como bandeira o combate ao grupo terrorista ISIS. Ao mesmo tempo, o exército também luta contra as forças do presidente sírio Bashar al-Assad.


Fontes: Dailymail


Postado por Não Questione às 03:48 Nenhum comentário:
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BRASIL: DICA DO DIA, NUNCA VEJA PORNÔ SE SEU PC ESTIVER CONECTADO A UM OUTDOOR


Todo estagiário já fez besteira durante o horário de trabalho. Não adianta negar... A gente tenta seguir todos os ensinamentos da faculdade à risca. Leva em consideração o que os chefes nos pediram para fazer. Mas mesmo assim... Vai ter aquele momento em que um diabinho vermelho vai surgir no ombro para dizer: "Escuta, jovem! Você devia fazer alguma idiotice agora!".

E foi exatamente isso o que aconteceu no Parque Shopping Belém (Pará) nesta semana — como descobriu o Não Salvo. Por algum motivo não revelado — "grandes chances" de ser o que dissemos anteriormente —, o telão de publicidade do shopping teve as campanhas deixadas de lado.

Por causa de algum erro na transmissão do PC de controle, a pessoa que comanda todo o sistema acabou replicando o que era exibido em sua própria tela — e nem usou a navegação anônima. Aí as propagandas oficiais foram trocadas por imagens da navegação do controlador.

Ele podia estar vendo o Facebook. Ele podia estar relembrando os clássicos de Milionário e José Rico. Ele poderia até mesmo estar procurando uma receita de polenta. Mas aparentemente ele queria botar a mão em outra massa... E aí você já sabe no que deu!

A gente só espera que realmente tenha sido um estagiário. Porque, se não foi, ele tá só levando a culpa sem se divertir! Se bem que geralmente é isso que acontece com estagiário, né!?
 


Postado por Não Questione às 03:41 Nenhum comentário:
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DEU RUIM! GOVERNO DOS EUA EMITE ALERTA APÓS LAVADORAS DA SAMSUNG EXPLODIREM


Depois de toda a repercussão negativa dos Galaxy Note 7 explosivos, agora a Samsung tem que lidar com um novo problema em seus produtos. 

Dessa vez, os protagonistas não são smartphones, mas sim eletrodomésticos produzidos pela empresa e vendidos nos Estados Unidos.

De acordo com a Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos Estados Unidos (CSPC, na sigla em inglês), 21 pessoas alegaram ter suas máquinas de lavar danificadas por pequenas ou médias explosões internas — havendo ainda um caso no Texas em que a parede próxima à máquina chegou a ser destruída pela violência da explosão.

O CSPC ainda diz que os problemas estão sendo vistos em máquinas produzidas entre março de 2011 e abril de 2016, mas não deu detalhes sobre os modelos que estariam sofrendo com isso. Vale dizer que essas explosões eram causadas por movimentos anormais, não havendo relatos de chamas envolvidas nos processos

Segundo a ABC News, a Samsung estaria investigando o caso. Em um comunicado, a empresa disse: "Em raros casos, unidades afetadas podem mostrar vibrações anormais que trazem risco de danos pessoais ou às propriedades quando a máquina está lavando roupas de cama, roupas pesadas ou resistentes à água. É importante notar que a Samsung completou centenas de milhões de lavagens sem incidentes desde 2011.".

A Samsung destaca que completou centenas de milhões de lavagens sem incidentes desde 2011

Por enquanto, não há informações completas do que poderá acontecer em seguida. Mesmo assim, a Samsung e o CPSC pedem para que os consumidores só lavem as peças já referidas nos modos "delicados". É importante dizer também que o número de incidentes é bem baixo, mas vem à tona em um péssimo momento para a empresa coreana.

Será que a imagem da Samsung vai passar ilesa a todo esse caos?



Postado por Não Questione às 03:32 Nenhum comentário:
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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

BRASIL: DORIA RECEBE DOAÇÃO DE FINANCIADOR DE CARTAZES ANTI-PT NA COPA DE 2014


Sócio da Multilaser repassou 120 mil reais ao tucano

Empresário Renato Feder, que mantém site com ranking de políticos "melhores e piores", já é o maior doador do tucano

O empresário Renator Feder, um dos donos da empresa de informática Multilaser, se converteu no maior doador pessoa física da campanha de João Doria à prefeitura de São Paulo. Ele repassou 120 mil reais à candidatura do tucano no dia 20 de setembro. O apoio só perde para o próprio Doria, cujo autofinanciamento atingiu 2,93 milhões. A direção nacional do PSDB repassou 1,5 milhão ao seu candidato.

Em 2014, Feder se envolveu indiretamente no polêmico xingamento coletivo à então presidente Dilma Rousseff durante a abertura da Copa do Mundo de 2014, que ganhou as manchetes da imprensa internacional.

A Multilaser pagou pela confecção de 20 mil cartazes anti-PT, distribuídos no estádio do Corinthians, na zona leste de São Paulo, com dizeres como “Na hora do Hino Nacional abra este cartaz e mostre para todos que está na hora do Brasil vencer de verdade”, “Fora incomPTtentes” e “Fora corruPTos”.

A ação acabou numa vaia que repercutiu fora do País, gerando questionamentos sobre componentes de misoginia no comportamento da torcida. “Os fãs no estádio gritavam o nome da presidente com um palavrão”, registrou o jornal americano Washington Post.

Caso de polícia

O patrocínio da Multilaser acabou virando caso de polícia investigado pelo Ministério Público Federal. A empresa mantinha contratos com a União e o governo de São Paulo. Feder e seu sócio, Alexandre Ostrowiecki, negaram ter dado ordem para o custeio dos cartazes. A Intergraf, contudo, informou ao MPF ter recebido R$ 15 mil para produzir os cartazes.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na ocasião, os proprietários da Multilaser afirmaram que não tinham qualquer vinculação partidária e negaram terem feito doações de campanha.

Cartaz anti-Dilma distribuído na abertura da Copa do Mundo de 2014 (Foto: Otavio Maia / Esporte Final)

Feder e Ostrowiecki são criadores do site Ranking dos Políticos, plataforma que se dispõe a classificar os “legisladores do melhor para o pior” e estimular o eleitor a "consertar os problemas brasileiros".

No seu site, os empresários afirmam não ser "filiados a nenhum partido político ou grupo de interesse.”

Feder, contudo, agora é responsável por 2% do total de 5,87 milhões de reais arrecadados por João Doria na disputa pela prefeitura paulistana. O empresário doou outros 3 mil ao prefeito em reeleição na cidade de Tietê, no interior paulista, Manoel David (PSD).

Em resposta a CartaCapital, Renato Feder reafirmou, por meio de sua assessoria, que não tem ligação com nenhum partido. Ele assegura que nunca havia feito doação de campanha, mas que decidiu repassar 120 mil reais a João Doria depois de conhecer o candidato e suas propostas.

“Essa doação é particular e não tem nada a ver com a Multilaser”, diz, ressaltando que a doação é de cunho pessoal conforme prevê a proibição do Supremo Tribunal Federal (STF) a contribuições de empresas. 

Feder também afirma que sua empresa não mantém contrato com a prefeitura de São Paulo, informando que a última venda ao Executivo paulistano ocorreu em 2014 no valor de 850 reais. Ele diz, ainda, que não manteve contrato de fornecimento de suprimentos de informática para o governo do estado nos últimos três anos. "A Multilaser tem seu foco total em vendas para varejo, sendo que negócios com governo são praticamente irrelevantes", afirma.


Fonte: Carta Capital




Postado por Não Questione às 04:28 Nenhum comentário:
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BRASIL: VOCÊ FICOU SABIA? - PLANALTO TIRA AUTONOMIA DE MINISTÉRIOS NAS REDES SOCIAIS


Na última sexta-feira 23, o secretário de Comunicação Social da Presidência da República, Márcio Freitas, reuniu no Palácio do Planalto os responsáveis pelas assessorias de comunicação dos 24 ministérios. Convocou também os representantes das empresas de comunicação que prestam serviço ao governo Michel Temer, além dos assessores de empresas públicas. O objetivo da reunião foi tentar integrar melhor a comunicação do governo federal, que tem sido alvo de críticas frequentes.

Mas a forma escolhida para promover a melhoria não foi o diálogo. Na reunião, os assessores ouviram da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) que terão de fornecer as senhas de todas as redes sociais para o Planalto. Mais do que isso, a equipe de comunicação de Temer entrará nos perfis de ministérios no Twitter e Facebook, entre outras redes, para fazer publicações de conteúdo sem que as assessorias de comunicação tenham necessariamente conhecimento prévio.

O aviso desagradou as empresas prestadores de serviço e os profissionais contratados pelos ministérios. Eles avaliam que a mudança significa, na prática, o fim da autonomia dos órgãos e pastas sobre seus respectivos perfis nas redes.

A mudança tem relação com a dificuldade do governo Temer em vencer debates nas redes sociais. O exemplo citado, internamente, é justamente a Medida Provisória que impõe uma reforma no ensino médio. O caso gerou repercussão negativa na web depois do Ministério da Educação anunciar a retirada da obrigatoriedade dos estudantes cursarem disciplinas como Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia.

Ao publicar o texto da MP, o governo voltou atrás e manteve a obrigatoriedade do ensino dessas disciplinas até que seja encerrado o processo de construção da Base Nacional Comum Curricular, que visa definir os conteúdos e saberes necessários para todos estudantes brasileiros. O Planalto atribui esse e outros “recuos” a um problema de comunicação e não da proposta em si.

À imprensa, após a reunião, foi divulgado que a mudança era apenas uma integração. Além disso, chegou a ser veiculado que o governo Temer lançará um novo portal de internet, no início do ano que vem, para unificar as informações do governo em um único local e incrementar o número de acessos na página. A ideia é que os ministérios funcionem como editorias desse portal.

Na verdade, o portal começou a ser feito pelas agências de comunicação que têm contrato com a Secom ainda durante a gestão da ex-presidenta Dilma Roussseff. Esse era um projeto do agora ex-ministro da Comunicação Social Edinho Silva e chegou até a ser apresentado à petista.

Outra iniciativa de Temer foi convidar o Movimento Brasil Livre (MBL), que capitaneou os protestos pelo impeachment, para ajudar a “tornar palatáveis” as reformas da Previdência e do trabalho. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Moreira Franco, secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, se encontrou com Renan Santos, um dos líderes do MBL, na semana passada. Somente no Facebook, a página do movimento tem quase 1,5 milhão de curtidas.

Além disso, o presidente convidou o jornalista Eduardo Oinegue para ocupar o cargo de porta-voz do governo, em uma secretaria especial a ser criada. Oinegue, no entanto, recursou o convite após entregar uma proposta de plano estratégico de comunicação.

A ideia era que o jornalista ajudasse justamente a afinar o discurso na Esplanada. Um levantamento interno aponta que o governo federal é acompanhado por 13 milhões de pessoas em todas redes sociais, contando ministérios, estatais e outros órgãos ligados à administração federal, mas “a interação com os seguidores é muito ruim”.


Fonte: Carta Capital




Postado por Não Questione às 04:13 Nenhum comentário:
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NOVE EM CADA DEZ PESSOAS RESPIRAM AR POLUÍDO

 

Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde revela que 92% da população mundial vive em áreas onde a qualidade do ar excede os limites estabelecidos pela entidade. Segundo a OMS, uma em cada nove mortes no mundo está relacionada ao ar excessivamente poluído em ambientes fechados ou abertos – o que contribui para derrames, problemas cardiovasculares e câncer de pulmão, entre outras doenças.

A poluição atmosférica é responsável por cerca de 3 milhões de mortes por ano. "E a poluição em ambientes fechados pode ser tão mortal quanto", diz a OMS em comunicado. Em 2012, estima-se que 6,5 milhões de mortes (11,6% do total de mortes no mundo) tenham sido associadas aos dois tipos de poluição.

O nível de partículas finas – com diâmetro menor que 2,5 micrometros – considerado aceitável pela OMS é de 10 microgramas por metro cúbico. Essas partículas incluem poluentes como sulfato, nitratos e carbono.

Alerta para países pobres

O novo modelo de qualidade de ar desenvolvido pela OMS em parceria com a Universidade de Bath, no Reino Unido, foi feito com base em dados de satélites e estações de monitoramento em solo em mais de 3 mil localidades, tanto rurais quanto urbanas.

Quase 90% das mortes relacionadas à poluição do ar ocorrem em países de baixa e média renda, e dois terços, em regiões do Sudeste Asiático e do oeste do Pacífico. O Turcomenistão tem a taxa mais alta de mortes per capita devido à poluição atmosférica, segundo a classificação da OMS, seguido por Tajiquistão, Uzbequistão, Afeganistão, Egito e China.

"Há duas coisas acontecendo. Uma é que os países ricos estão ficando melhores em termos de elevar a qualidade do ar. A outra é que os países mais pobres estão ficando piores. Essa é uma tendência geral", afirma Carlos Dora, coordenador de fatores ambientais e sociais para a saúde da OMS.

Emergência de saúde pública
O especialista aponta que a situação é melhor nos EUA do que na Europa devido à maior dependência dos europeus ao diesel e a políticas agrícolas que geram mais amônia e metano. Ele também afirma não haver evidências de que máscaras como as usadas sobre o rosto em muitas partes da Ásia ajudem a reduzir a exposição a partículas finas.

Segundo Dora, apesar de aparecer em sexto lugar no ranking de maior número de mortes per capita relacionado à poluição atmosférica, o país está fazendo um uma "quantidade incrível de coisas" para lutar contra o problema, como carros não poluentes. Mas usinas térmicas movidas a carvão, a queima doméstica de carvão e madeira para produzir energia e o transporte continuam sendo grandes geradores de poluição no país, disse o especialista.

A poluição do ar afeta praticamente todos os países do mundo. "É uma emergência de saúde pública", afirma Maria Neira, chefe do departamento de saúde pública e meio ambiente da OMS, afirmando que é preciso agir rápido contra o problema. Ela apelou para que governos reduzam o número de veículos nas ruas, melhorem o manejo do lixo e promovam combustíveis limpos para cozinhar.


Fonte: Carta Capital




Postado por Não Questione às 04:08 Nenhum comentário:
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BRASIL: VOCÊ FICOU SABENDO? - RIO-2016, A FARRA FISCAL OLÍMPICA


As primeiras competições dos Jogos Olímpicos do Rio começou na quarta-feira 3 e a grande cerimônia de abertura ocorreu na sexta-feira 5. Onde um espetáculo de repercussão planetária, mas um fato está sendo cuidadosamente ocultado das sociedades.

Uma autêntica farra fiscal garantirá às empresas multibilionárias que patrocinam os jogos isenção total de impostos. Cada espectador que consumir um refrigerante durante as disputas; cada faxineiro que usar transporte público para limpar o banheiro de uma lanchonete contribuirá com as finanças públicas.

Mas megaempresas como a Coca-Cola, o MacDonald’s, a Rede Globo, o Bradesco e a Latam foram 100% isentos. Não pagaram Imposto de Renda, IPI, IOF, Contribuições previdenciárias, nada. Só este privilégio custará ao país, em duas semanas e meia de jogos, R$ 3,83 bilhões – quatro vezes o orçamento anual do ministério da Cultura. O episódio joga luz num dos temas centrais da globalização: a injustiça fiscal aguda. Há, porém, uma alternativa.

As primeiras denúncias internacionais sobre o privilégio fiscal abusivo concedido às megacorporações “olímpicas” foram feitas em 2012. Ao examinar a documentação sobre os Jogos de Londres, a rede internacional Tax Justice Network – Rede de Justiça Tributária, ou TJN, simplesmente – descobriu algo singular. As obras olímpicas custavam, para a população, bilhões de libras.

Ainda assim, as empresas que mais lucravam com elas, financeiramente, não contribuíam em nada com a infraestrutura ou serviços públicos. O fisco inglês calculou que a perda de arrecadação da sociedade seria equivalente a 700 milhões de libras. Ou seja: o lucro das megacorporações era muito maior. E elas recusavam-se, ainda assim, a pagar impostos.

A jornalista Naomi Fowler, da TJN, conta que se trata de uma cláusula pétrea nos Jogos Olímpicos. Está relacionada às desigualdades e à alienação típicas da Sociedade do Espetáculo, um fenômeno estudado, entre outros, pelo filósofo marxista heterodoxo Guy Debord.

Na era do capitalismo imaterial, as sociedades abandonam a prerrogativa de refletir sobre si mesmas. Rendem-se a um mundo fantástico comandado pelo poder político e econômico. Os organizadores de eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos aproveitam-se disso para impor condições humilhantes aos Estados. Isenção total de impostos é cláusula pétrea exigida pela FIFA e pelo Comitê Olímpico Internacional de qualquer país candidato a sediar uma mega-evento esportivo.

No Brasil Olímpico, este privilégio abusivo – idêntico ao da aristocracia, que jamais pagava impostos até a Revolução Francesa – foi consagrado pela Lei 12.780, de janeiro de 2013, jamais levada ao debate público.

A isenção fiscal ao Comitê Olímpico e todos os seus patrocinadores estende-se por cinco anos, até 2017. Inclui tudo: das competições, treinos, seminários, entrevistas coletivas e até “banquetes” – assim denominados na lei. Beneficiam-se empresas ou pessoas físicas, os dirigentes, com sede no Brasil ou no exterior.

A lógica é a mais típica do neoliberalismo, muito estudados por Pierre Dardot e Christian Laval, num livro essencial. Segundo tal lógica, cada participante da vida social deve agir da maneira mais egoísta possível, sem nenhuma preocupação com a comunidade. Os impostos, sob esta ótica, não são vistos como algo indispensável para criar o mundo coletivo – mas como um obstáculo a evitar.

Quem paga o pato somos nós. Enquanto os dirigentes da Fiesp sonegam, alegremente, bilhões em impostos, cada passagem de ônibus urbano tem embutida 20% de tributos. É da própria Receita Federal o cálculo segundo o qual os privilégios fiscais oferecidos aos patrocinadores dos Jogos Olímpicos cortam a arrecadação fiscal brasileira em 3,83 bilhões de reais..


As sociedades rendem-se a um mundo fantástico comandado pelo poder político e econômico

No entanto há, como sempre, brechas, alternativas – inclusive de curto prazo. A Rede de Justiça Fiscal, cuja expressão mais pública no Brasil é o Instituto de Justiça Fiscal, IJF – identificou uma. Significa revelar o privilégio, escancarar seu caráter injusto e inaceitável.

Em 2012, durante os Jogos Olímpicos de Londres, a Rede de Justiça Fiscal promoveu intensa pressão sobre as empresas que se beneficiavam da isenção fiscal imposta. Após intenso debate público, reivindicou que renunciassem aos privilégios insultantes. Descobriu que, tanto na Inglaterra quanto agora no Brasil, é possível renunciar a tais mamatas.

O resultado foi revelador. Pelo menos dez mega-corporações patrocinadoras dos Jogos Olímpicos de 2012 incomodaram-se com a campanha, que revelava sua atitude eticamente inaceitável. Aceitaram o desafio da TJN. Comprometeram-se a abrir mão dos privilégios.

Há algo muito relevante nessa atitude. Ela indica que, embora sejamos todos parte da Sociedade do Espetáculo, os que a comandam temem a luz do dia. Uma vez revelados os abusos, eles recuam – porque sabem que não podem suportar a hostilidade da opinião pública.

A Tax Justice Network está retomando a campanha agora. Ela vai questionar as dez empresas que aceitaram renunciar aos privilégios. Perguntará a elas se efetivaram a promessa. Indagará, neste caso, quanto imposto acabaram efetivamente recolhendo. As respostas deixarão claro o absurdo da renúncia fiscal. A TJN perguntará, também, corporações: vocês estariam dispostos a manter a mesma atitude nos Jogos Olímpicos do Rio. Pagarão impostos sobre os lucros bilionários recebidos?

Outras Palavras é parceiro da Rede de Justiça Fiscal nesta iniciativa. Nos próximos dias e semanas, você poderá acompanhar, em nossas matérias, a posição das corporações questionadas. Mas repare: este debate está totalmente interditado na velha mídia.

Nenhum jornal ou TV parece ter julgado importante debater um rombo fiscal de 3,8 bilhões de reais – embora falem tanto em “ajuste fiscal”. Alguns atores sociais parecem interessados em fazer da globalização algo cada vez mais obscuro, mais inatingível pelas sociedades. Nós não. É ótimo contar com disposição para construirmos, juntos, outro discurso.


Fonte: Carta Capital




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A XENOFOBIA SEMEIA CENAS DE VIOLÊNCIA E DE INTOLERÂNCIA. NO MUNDO, MAS TAMBÉM NO BRASIL


Setembro de 2015. Em Santa Maria, Rio Grande do Sul, Cheick Oumar Diba, refugiado do Senegal, dormia num dos vagões abandonados na gare da Viação Férrea, depois de ser recusado no abrigo dos sem-teto, quando três pessoas atearam fogo em seu colchão.

Com queimaduras em todo o corpo, Cheick tentou esconder o ataque por ele sofrido, mas, uma hora e meia depois, na padaria onde foi buscar o que comer, não resistiu às dores, chorou convulsivamente e acabou socorrido pelos atendentes.

Tinha menos raiva do que vergonha – o suplício de ser um pária, um estrangeiro, de dormir na rua. Vergonha de provocar nas pessoas o pior que pode existir dentro delas. Ninguém foi indiciado. 

Dia 26 de agosto de 2013, desembarca em Fortaleza, Ceará, o primeiro contingente local de médicos cubanos recrutados pelo governo Dilma e pelo Programa Mais Médicos. Quando se esperava que fossem recebidos com entusiasmo pela população carente, o que se viu foi, no aeroporto da capital, uma ruidosa manifestação de médicos locais contra os cubanos. Xingamentos racistas coroaram a desconfiança rasteira de que os estrangeiros viriam inocular a saúde pública brasileira com o vírus do comunismo – seja lá como isso fosse acontecer. A patrulha raça-pura de Fortaleza, com suas becas, seus apitos e seu nariz de palhaço, deixou claro, porém, que o que incomodava mesmo era a cor da pele dos cubanos.

Haitianos diante da Igreja do Glicério, SP: acolhimento e, de vez em quando, tiros (Foto: Nelson Antoine/Fotoarena)

Noite de 1º de agosto de 2015. Um grupo de imigrantes haitianos reúne-se diante da Igreja do Glicério, no Centro de São Paulo. Ali funciona a Missão da Paz, ligada à Pastoral do Migrante, que tenta oferecer abrigo a todos os refugiados que chegam à metrópole. Passa um carro cinza com quatro passageiros. Para, e os insultos começam: “Por que vocês não voltam para casa? Vocês não sabem que estão roubando os empregos dos brasileiros?” De repente, passam a atirar. Com balas de chumbinho ferem cinco homens e uma mulher. Outros três ataques contra haitianos já haviam acontecido naquele mesmo dia e naquela mesma região, no espaço de menos de duas horas. 

Em fevereiro de 2012, chegou às mãos do Ministério Público, em São Luís, a denúncia, por ofensas racistas e xenofobia, contra o professor Clóvis Saraiva, da Universidade Federal do Maranhão. A vítima dos insultos era o estudante nigeriano Nuhu Ayuba, do curso de Engenharia Química. A perseguição a ele era implacável. Certa vez, incapaz de responder a uma pergunta do professor, ouviu dele: “Se você não sabe, pode voltar para a África de navio negreiro”. O deboche recorrente era o de perguntar ao aluno “com quantas onças você lutou lá na sua terra?” Ayuba chegou a pensar em abandonar o curso, mas os colegas o demoveram e o caso chegou à Polícia Federal. Saraiva publicou uma “retratação” em que não se retratava de nada e continua alegremente dando suas aulas de preconceito. 

Em junho do ano passado, Daniel Barbosa, que se apresentava como “gerente de vendas”, postou no Facebook um vídeo em que orgulhosamente hostilizava dois haitianos que trabalhavam como frentistas num posto em Porto Alegre. Um deles está enchendo o tanque quando o indivíduo, trajando roupas militares, ironiza o fato de, num quadro de desemprego, ele “ter sorte” de estar ali trabalhando. Culpa o “governo comunista de Dilma” e denuncia uma “invasão bolivariana”. Daniel Barbosa é um velho conhecido da polícia gaúcha, que abriu mais um processo contra ele, dessa vez por racismo. O agressor retirou o vídeo da rede, mas continua solto.

A cinegrafista Petra Laszlo mostra o que a ultradireita húngara pensa dos refugiados (Foto: Reprodução)

Terça-feira, 9 de setembro de 2015, na fronteira entre a Sérvia e a Hungria. Centenas de refugiados das guerras na Síria e no Iraque, precariamente abrigados no campo de Roszeke, conseguem furar a barreira policial e ingressar em território húngaro, lugar de passagem para países mais amigáveis para com os imigrantes, como a Alemanha e a Inglaterra. Um homem, de jeans, tênis e mochila às costas, corre em desespero carregando nos braços o filho pequeno. Passa ao lado de um grupo de jornalistas. A cinegrafista Petra Laszlo, que trabalha numa emissora ligada ao partido de ultradireita Jobbit, estica a perna e derruba propositalmente o homem e seu filho. Não satisfeita, chuta uma menina que também corria em meio ao caos. Petra virou celebridade em seu país.

Casos como esses, no Brasil e no mundo, se multiplicam aos milhares na direta proporção em que as guerras, a fome, as perseguições e as intempéries vão lançando nas trilhas atrozes da desumanidade os novos desclassificados da Terra.

Que são hoje 54 milhões de pessoas, segundo a Acnur, a agência das Nações Unidas encarregada de amainar o calvário dessa avalanche humana em fuga – 54 milhões em movimento, a esmo, que tiveram de deixar forçosamente seus lares. Só de um ano para outro, de 2013 para 2014, 8 milhões tornaram-se novos passageiros de uma involuntária e sofrida diáspora. 

Esperam por eles, numa travessia arriscada em que a morte espreita, na mira dos mercenários ou no berço traiçoeiro do doce Mediterrâneo, como aconteceu com o menino Aylan, um eventual prato de comida, a lona precária de um campo provisório e o que pode ter restado de solidariedade entre aqueles que, no entanto, são seus semelhantes.

Mas a verdade é que, chamem-se refugiados, ou exilados, ou imigrantes, ou dissidentes, ou hereges, ou infiéis, ou divergentes, ou clandestinos, ou ilegais, ou invisíveis, ou intocáveis, serão sempre estrangeiros, no difícil acolhimento, malvistos e quase nunca bem-vindos, rejeitados sistematicamente pelo olhar do racismo e da xenofobia. 

O papa acusa a 'globalização da indiferença', em Lampedusa, e chora os que sucumbem na travessia entre a África e a Itália (julho de 2013)

“São corpos estranhos”, define o professor Durval Muniz de Albuquerque Júnior, doutor em História Social pela Unicamp, professor de História na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e autor de Xenofobia, que a Cortez Editora acaba de lançar. Corpos estranhos no sentido simbólico, mas também literal. “O corpo estrangeiro não nos causa apenas medo e rejeição”, escreve ele, nas pegadas de Michel Foucault e de sua biopolítica.

“O corpo exótico é também motivo de desejo e sedução. O mesmo corpo que amedronta, fascina, atrai pela diferença. Muitas vezes a atitude de recusa e rejeição do corpo estranho está na ordem direta da intensidade do desejo, da atração, da comoção que ele provoca.” A ambiguidade inquietante do fetiche obriga que, para aplacar o desconforto, o outro seja aniquilado. A violência pode ser uma das faces do desejo.

A sina milenar dos ciganos é a de serem estrangeiros onde quer que estejam. Nômades, são por definição desterrados desde que seus antecessores deixaram a Índia ainda na Idade Média. Em 2010, o governo Nicolas Sarkozy decidiu a expulsão de 700 ciganos tidos como ilegais e decretou o desmantelamento de 51 precários acampamentos que, num país como a França, lembravam favelas do Terceiro Mundo.

Acampamento na fronteira entre Grécia e Macedônia, em março de 2016 (FOto: Dimitar Dilkoff/AFP)

O então primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi chamou os ciganos de “horda de bárbaros” (os gregos da Antiguidade intitulavam de “bárbaros” todos aqueles que não fossem gregos de berço). Em 2013, François Hollande repetiria Sarkozy. Pressionado pela maré montante da extrema-direita, encarnada no Front National, o premier socialista abria nova safra de desmonte dos acampamentos rom. 

O estorvo com os ciganos assemelha-se com o longo ciclo histórico de perseguição aos judeus: a sedimentação de uma cultura sólida e de hábitos próprios, contrastantes com o meio ambiente em que provisoriamente se alojam (no caso dos judeus, cultura embasada em religião), impede a absorção nas sociedades locais.

Os judeus, sempre acusados de serem estrangeiros em terras que, no entanto, habitavam por séculos a fio, pagaram, em pogroms sucessivos e no Holocausto nazifascista, o preço de não abrirem mão de sua própria identidade. Por ironia, o Estado de Israel persegue hoje os palestinos pelas razões pelas quais os judeus foram no passado perseguidos.

Resgate de fugitivos na costa da Líbia, em agosto deste ano (Foto: Soeren Bidstrup/AFP)

A xenofobia cresce, num cenário de cercas, muros e campos de concentração. Muros como o que Israel ergueu, para se isolar do contágio dos sinistros vizinhos, e que Donald Trump, no calor marqueteiro da campanha, anunciou que ia construir, de forma a barrar a migração ilegal dos latinos através da fronteira com o México – muro que, anunciou o candidato republicano, em requinte de desfaçatez, teria de ser bancado pelo próprio México.

Por aquela fronteira, disse Trump, só entram “traficantes, criminosos e estupradores”. Acabou visitando, dias atrás, o presidente Peña Nieto. O discurso do gringo viejo não foi exatamente um pedido de desculpas.

Ao acervo de intolerância e racismo veio se juntar recentemente, com a quebradeira que se seguiu à crise financeira internacional, a dissimulação de um argumento econômico: o migrante é aquele que ameaça o emprego do trabalhador local.

O rancor que os haitianos suscitam nos brasileiros selvagens – aqueles poucos haitianos, bem entendido, que conseguem sobreviver em meio ao ambiente de cega e truculenta hostilidade – pode trazer o mesmo substrato que levou tradicionais redutos eleitorais dos comunistas franceses a se jogarem nos braços da direita xenófoba.

Afegãos buscam abrigo em Lesbos, Grécia, em junho (Foto: AFP)

O sociólogo Michel Simon, da Universidade de Lille, observa que o novo mapa político da França atesta essa sinistra migração do voto trabalhador – assustado com a presença de um estrangeiro disposto a tudo pelo emprego – em direção aos partidos cujo nacionalismo viceja no racismo. 

Em seu enciclopédico e detalhado livro, dedicado não por acaso aos professores que exercem “a indispensável tarefa de combater todas as formas de preconceito, de discriminação e intolerância”, Durval Muniz de Albuquerque Júnior aponta, na enumeração dos episódios de xenofobia que assolam o Brasil, uma ironia dolorosa: são os estados do Sul, de São Paulo até o Rio Grande, que mais exercitam hoje o ódio ao outro e insistem na perseguição aqueles que estão fora do padrão.

Exatamente os estados que recepcionaram no passado aquele tropel de migrantes sem destino, famintos, desterrados, quase sempre analfabetos, de mãos calejadas, desesperados e muitas vezes desqualificados, assim como os refugiados da Síria de hoje, do Iraque, do Afeganistão, da Somália, da Nigéria, do atroz Haiti. 

O Sul do Brasil, ou pelo menos parte dele, que se ergueu com a mão de obra italiana, alemã, japonesa, ucraniana, polonesa, constrói agora sua ojeriza a partir do pigmento da pele dos refugiados que aqui buscam asilo e segurança. Se isso não é racismo, o que é então?


Fonte: Carta Capital



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BRASIL: AS MULHERES NEGRAS NÃO CABEM NA “DEMOCRACIA” BRASILEIRA



Mulheres negras compõem são cerca de um quarto da população, mas são apenas 1,3 em cada mil candidatos a prefeito

Marcha das Mulheres Negras em novembro

A análise do perfil das candidaturas para as eleições 2016 revela, mais uma vez, o sexismo e o racismo das estruturas de poder no Brasil. Das 493.534 candidaturas em todo o Brasil, sendo 156.317 candidaturas do sexo feminino, apenas 14,2% (70.265) são mulheres negras concorrendo ao cargo de vereadora e 0,13% (652) ao cargo de prefeita – considerando-se “negra” a somatória das variáveis ‘pretas’ e ‘pardas’.

Se considerarmos somente as candidatas que se auto-declararam ‘pretas’, o número é ainda menor: 0,01% (60) para prefeitura, 0,03% vice prefeitura (135), 2,64% (13.035) se candidataram ao cargo de vereadora.

Com relação aos homens negros (‘pretos’ + ‘pardos’), eles representam 28,8% das candidaturas para prefeitura, 30,1% para vice prefeitura e 33,4% para vereador. Os partidos que mais têm candidaturas de mulheres negras (pretas + pardas) são o Partido da Mulher Brasileira (PMB) e Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU): 23,6% e 20,4% respectivamente.

Entre os grandes partidos, a proporção de candidaturas de mulheres negras (pretas + pardas) é a seguinte: 16,4% no PT, 13,8% no PSB, 13% no PDT, 12,3% no PSDB e 12,1% no PMDB. Considerando apenas as candidatas que se auto-declaram ‘pretas’, os números são ainda menores: 4,5% no PT, 2,4% no PSB, 2,3% no PDT, 2,2% no PSDB e 2% no PMDB.

O estado que tem mais candidatas negras (pretas + pardas) é o Amapá (25,2%), seguido do Acre (25%) e Pará (24,9%).

De acordo com o IBGE, São Paulo, Bahia e Minas Gerais são os estados que mais têm mulheres negras em sua população: nestes, a proporção de mulheres negras candidatas, para todos os cargos em disputa nas eleições 2016, é de 7,8% em São Paulo (6.678), 24,0% na Bahia (8.759) e 15% em Minas Gerais (11.724).

Os dados também demonstram a tendência à sub-representação de mulheres em geral(brancas, pretas, pardas, amarelas e indígenas): em todo o País, temos 12,6% para candidaturas ao cargo de prefeita, 17,4% para vice-prefeita e 32,9% para vereadora – ou seja, 87,4% das candidaturas a prefeituras de todo o país é composta por homens. É importante ressaltar que as mulheres representam 51,04% da população brasileira e que cota mínima obrigatória para os partidos para candidaturas femininas é de 30%. Embora nenhum partido tenha atingido 50%, quase todos cumpriram a cota legal (exceto pelo PCO, que possui 29,4% de suas candidatas mulheres).

Mas quando observada a distribuição entre os cargos, esse comportamento se mantém somente para o cargo de vereador. Para prefeitura, somente os partidos PMB, PSTU e Novo têm 30% ou mais de candidatas mulheres, e para a vice-prefeitura, apenas o PMB atingiu essa cota.

No que se refere aos indígenas, foram 1.702 candidatos em todo o Brasil (0,3% do total de candidatos), dos quais 29 para o cargo de prefeito e 1.613 para os cargos de vereador. Candidatos que se declararam indígenas às prefeituras estão no Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Roraima e Rio Grande do Sul.

Contexto

As mulheres negras (pretas + pardas) experimentam os piores indicadores sociais hoje no Brasil, apesar de grandes avanços recentes como a diminuição da pobreza extrema por meio de políticas de segurança alimentar e nutricional, de transferência de renda, de elevação real do salário mínimo e de aumento da formalização da mão de obra, entre outras. Neste grupo, as pretas ainda são as mais vulnerabilizadas pela desigualdade social brasileira.

O Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil, produzido pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), a pedido da ONU Mulheres, demonstrou que as negras também são as maiores vítimas da violência doméstica e violência letal: o índice de homicídios cresceu 54,2% entre 2003 e 2013, ao passo que o das mulheres brancas caiu 9,2%.

Tratamento da base de dados do TSE: Luciana Guedes

A população carcerária de mulheres no Brasil também tem crescido aceleradamente (567% entre 2000 e 2014), e as mulheres negras representam 68% das mulheres encarceradas hoje no Brasil (Fonte: Conselho Nacional de Justiça, 2015).

Outro dado dramático de contexto das relações raciais no país é o fato de que convivemos com uma média de 25 mil jovens negros homens mortos ao ano por arma de fogo (fonte: Mapa da Violência, 2014) – a morte do jovem negro impacta diretamente a vida de suas mães, filhas, esposas. A boa notícia neste cenário é que as jovens negras também conquistaram espaços sociais positivos. A partir de políticas públicas afirmativas e de inclusão social, a presença das jovens negras aumentou nas universidades nos últimos anos.

O mundo do trabalho é uma das dimensões mais importantes da vida social, especialmente do ponto de vista da autonomia econômica e de realização individual. O racismo e o sexismo também operam nessa dimensão da vida social: estudo recente do Ipea revela que as mulheres negras ganham, em média, 40% da remuneração dos homens brancos.

Em 2015, as mulheres negras demonstraram para o País que seguirão com suas demandas nas arenas de participação na vida política: a Marcha de Mulheres Negras, que contou com mais de 30 mil mulheres, trouxe a Brasília a agenda anti-racista, contra a violência e pelo bem viver. Na ocasião, marcharam em direção a um Congresso Nacional que tem apenas 56 mulheres, sendo 12 negras (11 eleitas para a Câmara e 1 para o Senado).

Atualmente, convivemos com um ministério com uma única mulher, em um governo que cortou o orçamento da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e para direitos humanos, tornando o Ministério da Justiça um órgão voltado somente para a ação policial. Os dados das candidaturas às Eleições 2016 demonstram, mais uma vez, que os espaços de poder institucionalizados continuam fechados para as mulheres negras no Brasil.


Fonte: Carta Capital




Postado por Não Questione às 03:37 Nenhum comentário:
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SNOWDEN PEDE PARA QUE USUÁRIOS REJEITEM O NOVO APLICATIVO GOOGLE ALLO

O ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA), Edward Snowden, se pronunciou contra o recém-lançado aplicativo inteligente de mensagens Google Allo.

Por meio do seu Twitter, Snowden, que ficou conhecido mundialmente em 2013 por revelar o esquema de espionagem dos EUA com a NSA, pediu para os usuários não utilizarem o novo app.

“Disponível para download gratuito hoje: Google Mail, Google Maps e Google Surveillance. Esse é o Allo. Não usem o Allo”, publicou o ex-funcionário da NSA, juntamente com uma reportagem do The Verge sobre as mudanças feitas pelo Google na forma como o app lida com a privacidade dos usuários.

Em maio, quando anunciou o Allo pela primeira vez durante sua conferência I/O, o Google prometeu que o aplicativo seria criptografado e totalmente seguro para os usuários. O problema é que a empresa de Mountain View acabou voltando atrás em algumas coisas importantes e não anunciou isso publicamente.

Por padrão, o Allo usa HTTPS, como muitos outros apps de mensagens, mas não cumpre mais o prometido pela empresa em maio. O problema é que, ao menos que você habilite o Incognito Mode (Modo Privado, em tradução livre), todos os seus dados ficarão prontamente disponíveis (e “legíveis”) nos datacenters do Google.



Postado por Não Questione às 03:10 Nenhum comentário:
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ESTUDANTE FOI SUSPENSA DE ESCOLA POR POSTAR FOTO DE TORNEIRA JORRANDO ÁGUA SUJA



Quando jovens se metem em problemas por postagens na internet, geralmente envolve algum tipo de comportamento ofensivo, pessoas alcoolizadas ou atividade criminal. Porém, para uma aluna do ensino médio nos Estados Unidos, só foi necessária uma foto da torneira de água da escola para ser punida.

Hazel Juco, uma veterana da John Glenn High School em Westland, Michigan, recentemente postou no Facebook e no Twitter uma foto que mostra a situação da água em um dos banheiros da escola. A água que saia da torneira estava bem suja.

Que belo dia para ser um foguete [em referência à coloração da água que lembra combustível]

Um pouco depois da postagem, a garota foi suspensa pela escola, pois a foto foi considerada inapropriada — de acordo com as regras da escola “é inapropriado usar eletrônicos do banheiro”, disse ela ao WXYZ, uma rede de televisão ligada à ABC. Hazel também disse ter tentado avisar as pessoas do jornal de sua classe sobre o problema.

A garota argumentou que seus colegas de classe tiram fotos a toda hora nos banheiros da escola — um fato facilmente comprovável com uma busca no Twitter que mostra selfies aparentemente tiradas nos banheiros da escola — e nunca foram punidos.

“Toda garota tira selfies no banheiro e coloca a imagem em seus perfis”, disse ela ao canal WXYZ. “Nunca ninguém teve problemas por isso.”

“É tão legal o fato de eu não ter sido suspenso por isso”

Quando a rede de TV entrou em contato com a escola, a superintendente Michele Harmala — provavelmente levando em consideração a repercussão que o incidente tomaria — disse que a suspensão foi despropocional. “A punição foi inapropriada. Vou assegurar que esta suspensão seja retirada dos registros da estudante”, disse ela.

O que pode ser pior do que a suspensão, no entanto, é o fato de os diretores do colégio aparentemente não fazerem nada em relação à água suja. Michele teve de reportar o problema — no caso, um cano que precisa ser substituído — para a manutenção. Segundo a WXYZ, a falha está sendo resolvida. Então, pelo menos por isso, Juco deverá receber desculpas pelo seu post mostrando a água suja — aliás, o problema vai ser resolvido.

De acordo com a superintendente Michele Harmala, informar erros diretamente é uma solução melhor que postá-la online, pois isso provavelmente levaria a uma correção muito mais rápida. Além de evitar que a escola passe por este constrangimento.




Postado por Não Questione às 03:08 Nenhum comentário:
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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

BRASIL: COMO O NORDESTE ESTÁ TENTANDO RESOLVER O PROBLEMA DOS JEGUES SOLTOS NAS ESTRADAS


Dois anos após um promotor do Rio Grande do Norte ter feito um churrasco de jumento para incentivar o uso do animal como alimento, o Nordeste ainda tenta resolver o problema de jegues abandonados pelas estradas.

Jumento solto em estrada no RN, ação de captura no Piauí e animais recolhidos para abate na Bahia: problema de segurança viária ainda sem solução definitiva.

Doações, abate legal, produção de queijo nobre, transporte de bananas, atração turística e até "jegueterapia": não faltam alternativas, mas nenhuma emplacou até agora.

O lombo do jumento perdeu espaço no Nordeste para motos e máquinas agrícolas. A frota de duas rodas (?) no Brasil cresceu quase 600% desde 2003: 1,2 milhão para 6,9 milhões de veículos.

Sem utilidade, o bicho foi sendo abandonado. Passou a circular solto em estradas, agravando o problema dos acidentes na região, que concentra 90% dos asininos (que incluem ainda burros e mulas) do Brasil.

Não há estatísticas precisas sobre acidentes com jumentos no Nordeste. Os dados são organizados como "acidentes com animais", mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) assegura que a maioria envolve asininos.


Símbolo da região, jumento foi sendo abandonado no Nordeste e passou a circular solto em rodoviasFoto: DIVULGAÇÃO/PRF

Somente nas estradas federais que cortam a região houve 8.050 acidentes com animais de 2012 a agosto deste ano, com 1.647 feridos graves e 259 mortes. E desde 2015 foram mais de 27 mil apreensões de animais.
Convênios com prefeituras

Diante da situação, a PRF em alguns Estados busca soluções para ao menos diminuir o número de asnos nas rodovias.

No Maranhão, por exemplo, a polícia e a Aged (Agência Estadual de Defesa Agropecuária) celebraram um convênio no ano passado para que o governo abrigasse animais apreendidos.

De lá para cá, porém, a agência ainda não disponibilizou espaços para receber os bichos.

"Ficamos, assim, 'espremidos' entre dois crimes: a prevaricação, por não retirar os animais das rodovias, e maus tratos aos animais, por não ter condição de abrigá-los de forma apropriada", informou, em nota, a PRF no Maranhão.

A agência diz que o convênio não andou por falta de dinheiro e parceiros, e porque falta aprovar uma lei que permita "a expropriação e doação dos animais a terceiros".

"Não dispomos de recursos financeiros para custear exames necessários e obrigatórios à manutenção desses animais em qualquer propriedade ou mesmo à doação", informou.
Recorrendo a Jesus

Convênios com prefeituras também não deram certo no Rio Grande do Norte. Mas lá jumentos encontram abrigo na fazenda de Jesus, apelido do agricultor Eribaldo Nobre, 52 anos.

Numa fazenda de 500 hectares em Apodi, na divisa com o Ceará, Jesus planta melancia, milho e sorgo e há três anos recebe animais abandonados - a fazenda é sede de uma associação de proteção animal.

Ele cuida de cerca de 400 jumentos, sendo 150 fêmeas, e de mais de cem cachorros e gatos. O local chegou a abrigar 1,2 mil jumentos, mas reduziu o acolhimento por causa da seca que atingiu a região e matou centenas de animais.


Área de criação de jumentos em Carpina (PE) para produção de leite; investidores estrangeiros visam produto para produção de queijo nobreFoto: Divulgação

"Perdi mais de 700 fêmeas ano passado", disse Jesus, hoje animado com o recente anúncio da instalação, na cidade vizinha de Felipe Guerra , de uma empresa para beneficiamento do leite de jumenta.

O objetivo do negócio é produzir queijo pule, uma iguaria com mercado cativo na Europa e na Ásia, onde o quilo do queijo chega a valer R$ 3.000.

"Estou planejando comprar maquinário para fazer a ordenha e vender meu leite. Mas o que vou fazer com tantos machos, que sustento sozinho?", questiona ele, para quem os machos deveriam ser abatidos - sem sofrimento - para aproveitar carne e couro.
Bacias leiteiras

Quem toca o projeto do queijo pule - o que anima Jesus - são investidores chineses e ingleses.

A empresa Green Building quer criar uma bacia leiteira na região de Felipe Guerra para fornecimento do insumo. "Queremos mudar o pensamento do nordestino, mostrando a eles o valor dos asininos", declarou a firma em nota.

A empresa diz que irá incentivar a criação dos animais e organizar pontos de coleta do leite, com câmaras de resfriamento.

O governo promete apoiar. "Vamos buscar linhas de financiamento e queremos aproveitar fazendas que tiveram problemas de seca nos últimos cinco anos. Muitas estão vazias, e vamos colocar jumentos soltos nas estradas nelas", disse o secretário de Agricultura, Guilherme Saldanha.

Segundo um estudo de 2015 de pesquisadores da Universidade Federal e do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, o leite de jumenta é alimento seguro, similar ao leite humano e com menor teor de gordura.
Churrasco de jumento

Outra possibilidade ligada ao consumo envolve a própria carne do animal.

A solução ganhou fama em 2014, quando o promotor Silvio Brito, que atuava em Apodi (RN), organizou um churrasco com carne do animal para sensibilizar autoridades e imprensa para a alternativa.

A ideia revoltou alguns defensores dos animais, que chegaram a ameaçar o promotor nas redes sociais.


Churrasco de jumento organizado em março de 2014 pelo promotor Silvio Brito (no alto à dir., de terno); tentativa de mostrar potencial como alimento gerou reação de ambientalistas.

Houve também resistência na cidade - o prefeito teve que ir a uma rádio negar que a carne de jumento fosse ser incluída na merenda escolar.

"O jumento pode fornecer até 100 kg de carne de primeira qualidade, uma peça de couro de alto valor (cerca de R$ 120 a peça) e um leite que pode salvar a vida de milhões de pessoas que sofrem com intolerância à lactose ou deficiência nutricional", diz Brito.

Diretora da ONG Bicho Feliz, que atua no Nordeste, Gislaine Brandão critica o uso de jumentos para consumo da carne, couro ou leite.

"É um animal que vem sofrendo há décadas. Eles devem ser aposentados, livres, sem trabalho. O Estado brasileiro deveria cuidar melhor desses animais", afirma.
Abate controlado

Alegando alto risco de acidentes nas estradas com jumentos, o governo da Bahia anunciou que pretendia abater 2.000 desses animais até outubro deste ano. A carne seria usada para fabricação de ração animal, a ser doada ao zoológico de Salvador.

O Ministério Público, contudo, não viu a solução como "adequada e ética" e recomendou a paralisação dos abates, interrompidos em julho.

A Promotoria diz que 978 animais chegaram a ser abatidos em um frigorífico no interior do Estado que não tinha licença para essa atividade - o local acabou multado em R$ 50 mil pelo órgão ambiental estadual.


Jumentos reunidos para abate em frigorífico em Miguel Calmon (BA); atividade autorizada pelo Estado foi suspensa a pedido do Ministério PúblicoFoto: DIVULGAÇÃO/AGORA NA BAHIA

A Secretaria de Agricultura do Estado diz que o frigorífico tinha licença quando recebeu autorização para abate e que atua "sem omissão e negligência diante das mortes dos jumentos nas estradas ou nos abates clandestinos".
Outras alternativas

Um estudo de 2014 da comissão de meio ambiente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Mossoró (RN) concluiu que o consumo da carne de jumento "não tem amparo cultural, comercial e econômico".

Como alternativa para conter o número de animais abandonados, cita a introdução dos bichos em parques ecológicos, em projetos turísticos, reintrodução em atividades rurais e até "jegueterapia", em tratamentos para pessoas com problemas locomotores e psicológicos.

"O jumento, por ser muito dócil e de porte pequeno em relação ao cavalo, vem sendo utilizado em muitas clínicas com resultados positivos", diz a comissão em relatório.

Para uma associação que trabalha com jumentos da raça "pêga", mais presente em Minas Gerais e São Paulo (mas com 6,2 mil animais registrados no Nordeste), o custo de criação do jumento é "muito alto para destinar ao consumo humano de sua carne, pele e leite".

Para que a produção do leite se tornasse viável economicamente, diz a associação, seria preciso investir em melhoramento genético, para aumentar o volume produzido.


Uso de jumento na praia de Genipabu, no Rio Grande do Norte; OAB local sugere emprego do animal em projetos turísticos.

"Devido à pouca quantidade de leite produzido pela jumenta, o mesmo é destinado apenas às crias. Contudo, os animais que não tem mais utilidade e representam um problema social poderiam ter essa destinação (abate)."

Numa região na fronteira do Rio Grande do Norte com o Ceará, três empresas agrícolas exportadoras de banana usam há quatro anos o jumento como animal de tração.

Em cada empresa, de 25 a 35 animais ajudam no transporte dos cachos da área de produção até a casa de embalagem, por meio de um sistema chamado "cabo-via", em que frutas são enfileiradas no ar, dependuradas em um fio e puxadas pelo animal com a ajuda de um carrinho.

Muito usado na América Central, o sistema é uma exigência de importadores, para que a fruta não tenha contato com o chão.

Numa dessas empresas, a Agrícola Famosa, de Russas (CE), os animais transportam de 30 a 40 cachos por viagem - são seis viagens por dia.

O técnico agrícola da fazenda, Odirley Fernandes, disse que só não tem mais animais por causa da seca, que tem prejudicado a plantação. "Há dois anos eram 400 hectares de banana, hoje temos pouco mais de 200 hectares."

Enquanto nenhuma alternativa decola de vez, o promotor que com um churrasco trouxe o assunto para a vitrine nacional lamenta a situação.

"Acredito firmemente no potencial econômico do jumento. Causa-me frustração o fato de as demais pessoas não verem isso. Todos os estudos e nossa experiência apontam que o jumento é um animal de qualidades extraordinárias", afirma.


Fonte: BBC Brasil



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