Candidatos que quiserem fazer campanha nas áreas controladas pelos milicianos (grupos criminosos formados por ex-policiais) precisam pagar “imposto” que varia de R$ 15 mil a R$ 120 mil, a depender a densidade dos colégios eleitorais.
Candidatos às eleições municipais no Rio de Janeiro precisam pagar uma “taxa eleitoral” às milícias para conseguir fazer campanha nas áreas controladas pelos grupos criminosos.
Reportagem do jornal O Globo revela que o valor do “imposto” vai de R$ 15 mil a R$ 120 mil, a depender da densidade dos colégios eleitorais dominados pelos milicianos.
A exploração comercial das eleições vai desde a liberação para circular nos locais até a exibição de placas e distribuição de santinhos. No início da campanha, a tabela de cobrança ia de R$ 80 mil a R$ 120 mil em comunidades da Zona Oeste do Rio – mais valorizadas por serem mais populosas. Porém, na reta final os milicianos fizeram uma “promoção” e baixaram para R$ 60 mil o valor da taxa eleitoral. Nas favelas da Zona Norte, o valor cobrado é de R$ 15 mil. Neste locais é comum ver penduradas propagandas de, no máximo, três candidatos. Já nas cidades da Baixada Fluminense os valores ficam entre R$ 50 mil e R$ 80 mil.
Além da cobrança da taxa, dirigentes partidários, lideranças locais e policiais disseram à reportagem que, em alguns casos, ainda são firmados acordos para distribuição de cargos para parentes de milicianos, caso o candidato saia vitorioso das eleições.
De acordo com o Globo, o esquema revela que as milícias mudaram de estratégia e não buscam mais ocupar cargos políticos como no passado, quando nomes como Jerônimo Guimarães, o Jerominho, e seu irmão, Natalino Guimarães; Cristiano Girão; e Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, chegaram a ser eleitos para a Câmara Municipal do Rio ou para Assembleia Legislativa. Os milicianos entenderam que a tática acabava expondo demais seus chefes, que foram presos por envolvimento com grupos criminosos.
As prisões de chefes das milícias transferiram o comando dos grupos para dentro dos presídios. O segundo escalão é responsável por controlar os negócios do lado de fora, como os transporte clandestino, “gatonet”, cobranças por serviços de gás e, mais recentemente, o pagamento da taxa eleitoral.
Fonte: Congresso em Foco
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