"Não vi nada que se compare ao sofrimento que estou testemunhando agora". Em artigo no New York Times, Angelina Jolie desabafa após visitar campos de refugiados onde sírios e iraquianos estão abrigados.
Embaixadora da boa vontade a ONU, a atriz Angelina Jolie visitou, no último domingo (25), campos de refugiados de onde sírios e iraquianos estão abrigados em razão dos conflitos que atingem a região, e resolveu se pronunciar sobre o assunto em um artigo publicado no jornal The New York Times, na quarta-feira (28).
“Visitei o Iraque 5 vezes desde 2007, e não vi nada que se compare ao sofrimento que estou testemunhando agora. Vim visitar os campos de refugiados onde iraquianos e sírios estão procurando desesperadamente por proteção contra os combates que atingem suas regiões”, contou.
“Por muitos anos visitei acampamentos, e todas as vezes, eu me sento em uma barraca para ouvir histórias. Eu tento fazer o meu melhor para dar apoio. Para dizer algo que vai mostrar solidariedade e dar algum tipo de orientação. Nesta viagem eu fiquei sem palavras”, diz.
“O quê dizer a uma mãe com lágrimas correndo pela face, que diz que a sua filha está nas mãos do Estado Islãmico, e diz que desejaria estar lá também? Mesmo que tivesse que ser torturada e estuprada, ela diz, seria melhor do que não estar com sua filha”, conta ela que, ao lado de Brad Pitt, é mãe de seis crianças.
“O quê dizer a uma criança de 13 anos que descreve os armazéns onde ela e outras viviam, em que, três de cada vez, eram chamadas para ser estupradas por homens?”, indagou Angie. “Quando o irmão dela descobriu, se matou”. Ela continua: “Como você pode falar quando uma mulher da sua idade te olha nos olhos e lhe diz que toda a sua família foi morta em frente a ela, e que ela agora vive sozinha em uma barraca e tem rações alimentares mínimas?”.
“Na tenda seguinte, conheci uma família de 8 crianças. Sem pais. Pai assassinado. Mãe desaparecida, provavelmente raptada. O garoto de 19 anos é o ganha pão. Quando comentei que era uma grande responsabilidade para sua idade, ele apenas sorriu e abraçou a irmã mais nova. Ele diz ser grato pela oportunidade de trabalhar para ajudá-los. Ele realmente quer dizer isso. Ele e sua família são a esperança para o futuro. Eles são resistentes contra o impossível”.
A atriz conclui pedindo ajuda das autoridades e a comunidade internacional. “Não é o suficiente defender os nossos valores em casa, em nossos jornais e em nossas instituições”, escreve ela. “Nós também temos que defendê-los nos campos de refugiados do Oriente Médio, e nas cidades-fantasma em ruínas da Síria.”
Fonte: New York Times
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