quinta-feira, 23 de abril de 2015

BRASIL: MST, JORNADA DE LUTAS MARCA 19 ANOS DO MASSACRE DE ELDORADO DOS CARAJÁS


Movimento promove ações em vários estados por reforma agrária; dia de jornada marca 19 anos de massacre

Do MST

A Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária do MST se soma neste ano ao conjunto das mobilizações da classe trabalhadora em defesa dos direitos conquistados. Foram feitas ações como marchas, ocupações de terra e prédios públicos e trancamento de rodovias em estados como Alagoas, São Paulo, Paraíba e Mato Grosso. O Dia Nacional de Luta é marcado em 17 de abril, dia do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quando 155 policiais militares reprimiram manifestação de sem terra e deixaram 19 mortos. 

Além da defesa da reforma agrária, o MST também participou dos protestos contra o projeto de lei das terceirizações (PL 4330) e a redução da maioridade penal e em defesa da reforma política, do fim do financiamento privado de campanhas e pela taxação de grandes fortunas.


De acordo com Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, é necessário pressionar o governo para garantir o cumprimento do seu papel na garantia da função social da terra.

"As bandeiras levantadas pelo Movimento dialogam diretamente com as necessidades de mudanças para o avanço da Reforma Agrária, como por exemplo, a Reforma Política.Temos clareza que frente a um congresso extremamente conservador e reacionário, que não representa o povo brasileiro, somente com uma reforma política que impulsione a mudança de sua forma e conteúdo é possível avançarmos, também, na realização da Reforma Agrária", afirmou.

Até o momento foram realizadas 46 ocupações de terras, 17 trancamentos de rodovias, a interdição de 2 praças de pedágio, além de ocupações nas sedes do Incra e da Caixa Econômica Federal.


Confira as ações de sexta-feira (17)

Na Suíça um grupo de militantes se reuniu em frente a Sede da Vale Internacional. A intenção dos trabalhadores foi denunciar a postura da empresa em determinar a lógica de organização do Estado e da sociedade e, sobretudo, da região de influência da exploração mineral, na perspectiva de acumular e enriquecer um patrimônio privado.

BA

Na Bahia foram realizadas 11 ocupações em latifúndios do estado na dessa sexta. As fazendas ocupadas foram: Conjunto São Rafael, situada no município de Nova Ibiá, Fazenda Santa Rita de Juazeiro, no município de Casa Nova, Fazenda Saco da Arara e Marruagem, ambas no município de Santa Brígida, Fazenda Santa Maria, município de Santa Luz, Fazenda Gameleira, município de Teodoro Sampaio, Fazenda da CEPLAC, no município de São Sebastião do Passé, Fazenda São Desidério e Fazenda São Francisco, ambas do município de São Desidério. A perspectiva é que nos próximos dias esse número se duplique, e até o final do mês totalizem mais de 30 áreas.O resultado destas ações permitiu acampar aproximadamente 2 mil famílias Sem Terra.

PE

Em Pernambuco, até o momento, foram realizadas cerca de 15 ocupações em todo o estado que mobilizaram aproximadamente 1.800 famílias.

As ocupações ocorreram em diversos municípios. Desde o Litoral Norte de Pernambuco, onde foi ocupado o latifúndio de Engenho Condadinho, no município de Condado, com cerca de 120 famílias, a Fazenda Sossego no município de Cabrobó, sertão do estado. Além desses outros latifúndios foram ocupados nos municípios de Belmonte, Palmares, Inajá, Caruaru, Itaquitinga, Cortês e Gravatá. Os sem terra também ocuparam uma área da Chesf em Petrolândia.


PR

No Paraná, 13 rodovias estaduais e federais foram bloqueadas. O objetivo da ação é exigir a punição dos responsáveis pela morte dos 21 trabalhadores rurais Sem Terra assassinados no Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, e cobrar agilidade na realização da Reforma Agrária.

Serão fechadas ao longo do dia as rodovias federais e estaduais de Cascavel, Alto Paraíso, Guairaçá, Cruzeiro do Sul, Imbaú, Faxinal, Lerroville, Porecatu, Jacarezinho, Congoinhas, Carlópolis, Ribeirão do Pinhal e Laranjeiras do Sul.

Além das paralisações nas rodovias, os Sem Terra fecharam, por 21 minutos, também duas praças de pedágio, em São Miguel do Iguaçu e Imbaú. As cancelas foram abertas para os carros.


PA

As as 300 famílias que ocupam a Fazenda Peruano, área grilada distante apenas 12 km de onde ocorreu o Massacre, receberão o assentamento Lorival Santana, após 11 anos debaixo da lona preta. A entrega contará com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário Patrus Ananias e um grande ato ecumênico e político marcam o nascimento do assentamento Lorival, uma homenagem a um dos mortos do Massacre.


MG

Mais de 100 famílias ocuparam a Fazenda Capão Quente, de 4.250 hectares, localizada no município de Guapé, região Sul do Estado. A fazenda foi arrendada pela Hortifruty Mallmman que vêm utilizando de forma indiscriminada agrotóxicos na produção de soja e tomate, contaminado e assoreando várias nascentes na principal área de recarga de água do município. Além disso, a fazenda fica ao lado do Assentamento Santo Dias, uma área de Reforma Agrária reconhecida por sua produção orgânica e agroecológica.

A outra área ocupada hoje pelos trabalhadores fica no município de Campo do Meio. Mais de 300 famílias ocuparam os 52 hectares do parque industrial da antiga Usina Ariadnópolis.


SP

Cerca de 200 famílias pertencentes ao MST e a FERAESP (Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo), ocuparam na madrugada dessa sexta-feira (17), no município de Lucianópolis, São Paulo, a Fazenda Paraíso. A área pertence a uma das maiores transnacionais da cadeia produtiva da laranja, na região centro oeste paulista, a empresa francesa Louis Dreyfus Commodities Agroindustrial S/A.

A Louis Dreyfus Commodities Agroindustrial S.A., uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo, está sendo acionada na Justiça do Trabalho de Bauru por não oferecer condições de segurança e saúde aos trabalhadores, em três fazendas da região.

Cerca de 50 famílias montaram acampamento em frente à fazenda Caximba, no município de Apiaí, na manhã desta sexta-feira (19). A área de 1878 hectares faz divisa com o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar). As terras pertencem à família Stecca, mas parte da área está hipotecada para o falido Banco América do Sul. Hoje a fazenda está sob “responsabilidade” de um posseiro. O Movimento reivindica a vistoria da fazenda Caximba e da vizinha Peralta e exige que as terras sejam destinadas para a Reforma Agrária.

Em Teodoro Sampaio, no estado, a sede da Caixa Econômica Federal foi ocupada por cerca de 100 Sem Terra. O bjetivo é cobrar agilidade e o destravamento na execução dos Projetos de construção, ampliação e reforma de casas nos assentamentos rurais. São 500 projetos em toda a região contemplados dentro do programa Minha Casa Minha Vida Rural, mas até agora, já com mais de um ano, nenhum projeto teve seu início.


AL

Cerca de 120 famílias ocuparam a fazenda Flor da Serra, no município de Olho D’Água do Casado. Um oficial de justiça do município de Piranhas esteve na ocupação, acompanhando pelo Pelotão de Operações Especiais – PELOPES, a mando da viúva do dito proprietário da fazendo, segundo o oficial, com a liminar de despejo expedida pelo juiz de Piranhas,Giovanni Alfredo de Oliveira Jatubá, sem o documento ter passado pela Vara Agrária. Os trabalhadores afirmam que vão continuar na área.

Na manhã de hoje, 300 Sem Terra ocuparam a fazenda Santa Fé, na divisa entre os municípios de Delmiro Gouveia e Água Branca, no Sertão de Alagoas.

Às margens do Canal do Sertão, as terras da região já são reivindicações antigas do MST, que vem lutando para que as terras que margeiam o Canal sejam destinadas à Reforma Agrária. 

Confira as ações de quinta-feira (16)

RS

Em Porto Alegre, manifestantes se reuniram em frente à Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) para protestar contra o lobby feito por empresários na última semana, quando a Câmara Federal aprovou a lei das terceirizações (PL 4330). Na madrugada desta quinta-feira (16) cerca de 1500 famílias ocuparam uma fazenda da área rural de Tapes, na Região Sul do Rio Grande do Sul.O objetivo é transformar a área de mais de 7 mil hectares em um local de produção. 

SP

Na madrugada de quinta-feira (16), cerca de 700 sem terra ocuparam a Usina Nova União e, pela 13ª vez, a fazenda Martinópolis, em Serrana, interior de São Paulo. As famílias exigem a adjudicação imediata da fazenda que deve cerca de R$ 300 milhões em ICMS para o governo do estado. Atualmente, 400 famílias organizadas pelo Movimento vivem no acampamento Alexandra Kollontai e, há sete anos, lutam pela arrecadação da fazenda, que pertence à Usina Martinópolis.


PA

Cerca de 300 Sem Terra ocuparam na manhã de quinta-feira (16) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no bairro do Souza, em Belém. Uma reunião com o representante nacional do instituto para discutir a destinação de terras da região para a Reforma Agrária está marcada para o início dessa noite.


Confira as ações de quinta-feira (16)


AL

Em Alagoas as rodovias a BR 316, BR 101, em Flexeiras e a BR 104 na cidade de União dos Palmares, estão bloqueadas desde o início dessa manhã pelos Sem Terra. Já no Agreste, cerca de 400 trabalhadores e trabalhadoras ocupam a sede da Águas do Agreste em Arapiraca (CAB), empresa responsável, através de Parceria Público-Privada, pela gestão de abastecimento de 10 cidades da região. Os Sem Terra denunciam que o destino da água está à serviço da mineração, beneficiando a empresa Vale Verde. 

SP

Cerca de 200 pessoas trancaram a rodovia que liga São Paulo ao Pontal do Paranapanema. Os Sem Terra exigem a criação de mais assentamentos, maior agilidade do poder judiciário para liberar a desapropriação de terras, infraestrutura para os assentamentos, mais créditos, construções de casas, entre outros assuntos.


PB

Cerca de 1.500 famílias ocuparam a sede do Incra na manhã dessa quarta-feira. Os Sem Terra pedem o encaminhamento da pauta agrária no estado e o fim da PL 4330. Os manifestantes seguiram em caminhada até a sede da Caixa Econômica Federal aonde, nesse momento, tentam uma reunião para discutir a liberação de recursos para os assentamentos.


ES

Na capital Vitória, Sem Terra protestaram nas proximidades da Rodoviária de Vitória, em frente ao acesso que liga a capital à Ilha do Príncipe. A polícia militar do estado reprimiu os manifestantes com bombas de efeito moral e balas de borracha. Às 14h, um novo ato contra a Lei da Terceirização acontecerá em frente a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).


RS

Em Porto Alegre, manifestantes se reuniram em frente à Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) para protestar contra o lobby feito por empresários na última semana, quando a Câmara Federal aprovou a lei das terceirizações (PL 4330).

MT

Na terça (14), cerca de 600 integrantes do MST ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cuiabá. Eles relembraram o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, quando 21 trabalhadores sem terra foram assassinados e mais de 60 ficaram feridos durante uma operação da Polícia Militar para reprimir uma marcha dos trabalhadores, no Pará.

Fonte: Caros Amigos

Gostaria de adicionar uma sugestão, colabore com o NÃO QUESTIONE

Este Blog tem finalidade informativa. Sendo assim, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). As imagens contidas nesse blog foram retiradas da Internet. Caso os autores ou detentores dos direitos das mesmas se sintam lesados, favor entrar em contato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário