Para a CPT, este é um momento estratégico para que se ouça os trabalhadores a partir de suas próprias demandas, para construir e fortalecer seu trabalho pastoral nos próximos anos.
da Página do MST
Camponeses, indígenas, agentes pastorais, militantes de movimentos sociais. Estas são as cerca de mil pessoas, de Norte a Sul do Brasil, que participam do 4° Congresso Nacional da CPT, que está sendo realizado no campus da Universidade Federal de Rondônia (Unir), na capital Porto Velho.
As atividades começaram nesta segunda-feira (13) e vão até o dia 17. Para a CPT, este é um momento estratégico para que se ouça os trabalhadores a partir de suas próprias demandas, anseios e lutas, para construir e fortalecer seu trabalho pastoral nos próximos anos.
Serão cinco dias intensos de debate em torno da conjuntura atual do país e das Igrejas, de celebração, de convivência e de troca de experiências.
Na abertura das atividades desta segunda, Dom Enemésio, presidente da CPT e bispo da diocese de Balsas (MA), parafraseou o Papa Francisco ao dizer “que o clamor dos excluídos seja escutado na América Latina”.
“Reconhecemos que algumas coisas não andam bem no mundo, onde há tantos camponeses sem terra, tantas famílias sem teto, tantos trabalhadores sem direitos, tantas pessoas feridas em sua dignidade? Reconhecemos, nós, que o sistema capitalista impôs a lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza? Queremos uma mudança, uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suportam as comunidades, não o suportam os povos... E nem sequer o suporta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia São Francisco”, disse Dom Enemésio ao recordar as palavras do pontífice.
Memória, Rebeldia e Esperança
Inspirado no poema de Thiago de Mello, o tema escolhido para o Congresso da CPT é: “Faz escuro, mas eu canto! Memória, Rebeldia e Esperança dos Pobres da Terra”.
O lema representa o compromisso da pastoral que, mesmo em tempos obscuros pelo qual passam as comunidades tradicionais, diante do descaso político em reconhecer os territórios a que povos e comunidades têm direito, da impunidade que marca a (in)justiça brasileira, a organização segue ao lado dos excluídos.
Os próximos dias serão dedicados a análises de conjuntura. Também haverá tendas que funcionarão enquanto espaços de discussões e trocas de experiências. O resultado da reflexão em cada tenda será socializado na grande plenária. Cada tenda terá a contribuição de um relator e de assessores, que ajudarão na reflexão e na coleta de elementos importantes para a síntese na grande plenária.
No quarto dia, serão debatidas nas tendas as prioridades da ação da CPT para os próximos anos, que serão definidas e aprovadas na manhã do último dia.
Fonte: MAB
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