“O Brasil é esta merda por causa disso. Essa empresa está assim pois agora só contrata macaco para trabalhar”. A passageira foi liberada após pagar fiança de R$ 800. O cobrador, que diz ter se sentido humilhado, revela que não pretende processá-la, mas diz esperar arrependimento da agressora
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a conduta de uma passageira de transporte público que, irritada por causa de uma janela aberta, teria cometido injúria racial contra um cobrador negro: “o Brasil é esta merda por causa disso. Essa empresa está assim pois agora só contrata macaco para trabalhar”.
Passageira e cobrador foram parar na delegacia e a mulher foi liberada após pagar fiança de R$ 800.
De acordo com Aderbaldo dos Santos Ribeiro, 27 anos, cobrador do ônibus, a ofensa aconteceu por volta das 7h40. Ele conta que a mulher fechou a janela do coletivo na altura do Parque da Cidade e que ele decidiu abri-la novamente para manter a circulação de ar.
“Ela começou a brigar comigo, me xingar, não quis deixar abrir. Aí foi me agrediu, falando que a empresa estava contratando macaco”, lembra. “É ruim, né, nunca esperei que fosse acontecer comigo. Fiquei muito chateado. Fiquei bem ruim, um policial até perguntou se estava tudo bem comigo.”
O marido da agressora também xingou Aderbaldo e o chamou para “sair para brigar lá fora” por conta da janela aberta. Ele diz que não tinha escutado a injúria [racial] no momento, mas percebeu o ato de racismo pela reação do motorista e dos passageiros.
Após as ofensas raciais, o motorista do ônibus interrompeu o trajeto e parou o veículo.
“Eu teria até deixado pra lá, nem iria levar isso adiante se ela tivesse pedido desculpas, se tivesse dito “olha, me perdoe, eu sei que errei, não deveria ter dito aquilo”. Só que ela nem mostrou arrependimento. A discussão já tinha terminado, eu já tinha aberto uma janela diferente, e ela continuou me insultando. Chegou na delegacia e confirmou que me chamou de macaco. Isso é ter um coração muito ruim”, afirma o cobrador.
Aderbaldo conta que está com medo de reações futuras do marido da passageira. “Fico preocupado porque ele é agressivo, e ficou tirando foto de mim pelo celular lá na hora, tenho medo de encontrar com ele de novo”. O incidente ocorreu há dez dias.
Injúria Racial
Aderbaldo diz que não pretende processar a mulher além da esfera criminal, mas a advogada do Sindicato dos Rodoviários, Marília Fontenele afirma que está conversando com o homem e estudando a possibilidade de pedir indenização.
“É uma situação, infelizmente, normal. As pessoas não conseguem internalizar valores democráticos. Não sei dizer quantos são de cabeça, mas já são pelo menos quatro ou cinco situações do tipo neste ano”, diz.
Segundo a advogada, a ideia é que, por meio do processo, as pessoas entendam que a injúria racial é crime e evitem este tipo de prática. Marília afirma que incidentes do tipo afetam até mesmo o trabalho dos rodoviários.
“Eles ficam muito constrangidos, é realmente uma situação sem parâmetros, eles ficam muito constrangidos, e muitas vezes abala o rendimento no dia a dia”, explica.
De acordo com o Código Penal, a pena por injúria varia entre 1 e 3 anos de prisão. Se a investigação apontar que houve racismo, a suspeita pode responder pelos crimes previstos na Lei 7.716, de 1989. Há várias penas possíveis, entre elas prisão e multa. O crime de racismo não prescreve e também não dá direito a fiança.
Fonte: Brasília é Aqui, R7 e G1
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