Aproximadamente dois mil manifestantes da ocupação Copa do Povo, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no Parque do Carmo, zona leste de São Paulo , ocupam, neste momento, a sede da incorporadora Inpar S/A, proprietária do terreno. Segundo o militante Josué Rocha, os motivos da mobilização são reivindicar a retirada do pedido de reintegração de posse e que a empresa reconsidere a negativa de negociar a possível venda da área para que seja destinada à construção de moradias populares.
Os manifestantes se concentraram na estação Vila Olímpia da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na zona sul da cidade. De lá, caminharam até a sede da incorporadora, na rua Olimpíadas -a cerca de dois quilômetros da estação de trem. Está marcada uma reunião de conciliação, proposta pela Justiça paulista na decisão que adiou a reintegração de posse da área, para a próxima sexta-feira (23).
Em nota, o MTST ressalta que "os moradores (da ocupação) não estão dispostos a sair do terreno sem garantias claras da conquista da moradia e "estão dispostos a resistir", caso a decisão de reintegração venha a ocorrer. "A construtora Impar é dona de R$ 3,9 bilhões em terras e paga R$ 57 de imposto pelo terreno de 1,5 milhão de m2. Isso explica como o mercado imobiliário age e lucra nas grandes metrópoles em detrimento da construção de moradias populares", destaca o texto.
Ainda hoje, à tarde, o lideranças do movimento têm reunião na Assembleia Legislativa de São Paulo para discutir a reivindicação de que o terreno seja adquirido pelo poder público e destinado à moradia popular.
A ocupação Copa do Povo foi iniciada no dia 3 deste mês. Cerca de 4 mil pessoas estão alojadas no local, que fica a quatro quilômetros de distância da Arena Corinthians, o Itaquerão, estádio que receberá a abertura da Copa do Mundo de 2014.
No dia 7, a Justiça paulista concedeu liminar de reintegração de posse, determinando a desocupação da área em 48 horas. No entanto, por volta das 22h do dia 8, a liminar foi suspensa e marcou-se a reunião de conciliação.
No mesmo dia 8, uma comissão do movimento foi recebida pela presidenta Dilma Rousseff e colocou em pauta a demanda pelo terreno, além de reivindicar a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida em São Paulo . No entanto, não houve avanço na questão da área ocupada.
Fonte: Passeiaki
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