Uma transação de resgate em 2010 entre um grupo terrorista e o governo afegão usou dinheiro de doações dos EUA, descobre investigação do New York Times.
Cerca de 1 milhão de dólares da Agência Central de Inteligência dos EUA, dado a um fundo secreto do governo afegão em 2010, acabou caindo em posse da Al Qaeda depois de ter sido usado para pagar parte do resgate de um diplomata seqüestrado por um grupo terrorista, relatou o NY Times no sábado.
A CIA regularmente financiou este cofre com entregas mensais de dinheiro ao palácio presidencial em Kabul, como tem feito por mais de uma década. Junto com outros U$ 4 milhões fornecidos por muitos outros países, o governo Afegão pagou U$ 5 milhões como resgate por ordem da Al Qaeda em troca da libertação do conselheiro geral Afegão Abdul Khaliq Farahi, seqüestrado no Paquistão em 2008.
Como uma investigação anterior do Times revelou em 2013, a CIA fornecia entregas mensais de dinheiro para apoiar os parentes e assessores do então presidente Hamid Karzai e para obter influência sobre a política domestica – mas como sempre, “impulsionava a corrupção e empoderava os senhores da guerra.”
Cartas a respeito do pagamento foram encontradas na invasão de 2011 pela Marinha, na qual matou o líder da Al Qaeda Osama Bin Laden. Foram registradas como evidência durante o julgamento de Abid Naseer, que foi condenado esse mês por apoio ao terrorismo e ter planos de plantar uma bomba em um shopping Center em Manchester, Inglaterra.
De acordo com aqueles diálogos, a Al Qaeda planejou usar o dinheiro para comprar armas, apoiar os membros familiares dos guerrilheiros que estavam detidos no Afeganistão e outras necessidades operacionais.
O fluxo de caixa foi somente só mais um exemplo de como os EUA regularmente “financiaram os próprios militantes que estão lutando contra.”
As entregas mensais da CIA ao palácio de Karzai, as quais contavam de dezenas de milhares de dólares até mais de um milhão, também foram usadas para financiar “a lealdade dos senhores da guerra, legisladores, e outros proeminentes – e potencialmente problemáticos – afegãos, ajudando o palácio a financiar uma rede de segurança vasta que protegia a base poderosa do Sr. Karzai,” continuou o Times.
O fluxo de caixa diminuiu desde a tomada de poder pelo presidente Ashraf Ghani em setembro – mas não parou. E representantes afegãos não elaboraram sobre quais restrições, se é que existem, os EUA determinaram para o uso do dinheiro.
A CIA se recusou a fazer declarações sobre o tema.
Fonte: Carta Maior
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