Trata-se de uma inusitada batalha mensal entre artistas plásticos, Art Battle Brasil em que todo o processo criativo acontece ao vivo e em formato de disputa, dividida em três rounds. O vencedor da noite, de acordo com votações do público, leva um prêmio em dinheiro e as demais obras ficam num leilão silencioso no local. Assim, ninguém sai perdendo.
A 9ª edição do evento aconteceu ontem, dia 26/03, em Pinheiros, reunindo pessoas de todas as idades interessadas em arte, graffiti ou um bom espetáculo. Com música animada a noite toda, uma opção gastronômica e um bar, são os Live Paintings que realmente agregam e empolgam o público. Assim como uma luta, gera ansiedade e adrenalina, ainda mais com o cronômetro correndo para que os oito artistas se virem e esbanjem suas devidas criatividades e talentos.
“Alguns artistas dizem que está virando um vício. Porque a adrenalina que sentem ali é impressionante. Muitos deles já são conceituados mas vêm pela emoção da batalha mesmo”, contou um dos idealizadores, Ramon Sabbatini.
O primeiro e o segundo rounds contam com 8 artistas, sendo 4 de cada lado, que correm contra o tempo para se classificar para o terceiro round, quando acontece a grande final. Eles preparam suas tintas e, após o cronômetro rolar, contando apenas 20 minutos, atacam as telas enquanto a galera fica ao redor, circulando para observar os processos artísticos de cada um deles. Durante os intervalos, artistas convidados pintavam telas ao vivo no palco principal.
No caso, estavam presentes os destaques do ano passado Sergio Ricciuto, Samuel Borges eAugusto Amaral. “Neste ano trouxemos as atrações do palco, para dar oportunidade a alguns artistas que tinham uma técnica diferente, que vai além da tinta acrílica. A área expositiva serve para expor o artista campeão do evento anterior e outro convidado para mostrar o que conseguem fazer com mais tempo, nos seus estúdios”, explicou Sabbatini.
Além dos artistas convidados, há chances de todos participarem, inclusive alguém da plateia tem a chance de mostrar seu talento no dia do evento ou, simplesmente, vivenciar a experiência. “Nossa ideia é ter o público como curador. Fazemos seletivas no nosso escritório para escolher determinados estilos, mas todas as pessoas têm chance de participar, se não for nessa, na próxima edição. Temos como discurso a democratização da arte, que vai ao pé da letra: sempre sorteamos alguém da plateia para pintar no palco. Neste caso tivemos o azar do Samuel (Borges) ter colocado o nome dele no chapéu! (risos) Mas, no geral, alguém do público vive a experiência na pele.”
Para participar, não precisa ter idade mínima e o tema é livre. A organização oferece a tela e a tinta, enquanto o artista pode levar seus pincéis e demais materiais para usar. A iniciativa, inspirada em um projeto que já é sucesso em 30 cidades no mundo, é um evento onde ninguém sai perdendo. Sabbatini argumentou que a ideia do leilão é uma forma nova de exposição, além de fazer com que os participantes já vendam alguma obra. ”O projeto em si é gerar uma plataforma para novos artistas se exporem e ainda venderem. Além disso, a pessoa que compra aqui acompanhou esse processo criativo. Se o quadro não tem um lance mínimo, a organização Art Battle compra o quadro”.
O grande vencedor da noite: Thiago H. Ribeiro. Parabéns!
Todas as fotos © Brunella Nunes para o Hypeness
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