Num programa político-analítico popular dinamarquês DEAD LINE, transmitido no sábado passado, o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Martin Lidegaard, chamou as milícias do Sudeste da Ucrânia de “provocadores da tranquilidade” ou, simplesmente, de “delinquentes”.
O ministro foi convidado para o programa na ocasião de seu, digamos assim, aniversário de cinco meses de desempenhar as funções de chefe do Ministério das Relações Exteriores do país.
Cinco meses são um prazo não muito grande, mas suficiente para se entender um pouco daquilo que acontece de fato na Ucrânia e do que são na realidade as milícias denominadas pelo ministro tão depreciativamente.
Entretanto, muitos deles falaram à televisão e deram entrevistas a jornalistas da Dinamarca e de outros países ocidentais, explicando as razões que os obrigaram a fazer frente às autoridades de Kiev. Denis Pushilin, um dos líderes da autoproclamada Republica Popular de Donetsk declarou, por exemplo, que Kiev atacou primeiro a língua russa e a identidade russa, proclamando o ucraniano como única linguagem oficial.
Destaque-se que, segundo pesquisas, mais de 40% da população da região de Donetsk se considera como russos étnicos, 20% - como ucranianos e russos e 5% - como representantes de outras nacionalidades. Contudo, quando aos entrevistados foi proposto responder à pergunta “Que língua prefere para entrevistas?”, 99% das pessoas escolheram o russo. Está claro nesse contexto que a degradação forçada do estatuto da língua russa tem provocado, falando tenuemente, uma irritação e a atitude arrogante das autoridades para com os russofalantes – uma indignação aberta.
Lembrando que a maior parte da região de Donetsk nunca havia entrado na parte histórica da Ucrânia. Em diferentes épocas ela era habitada por povos diferentes. Cossacos do sul da Rússia começaram a explorar o território ainda nos séculos XVII-XVIII. Portanto, os russos na região de Donetsk não são quaisquer imigrantes que haviam se mudado para a terra da Ucrânia.
No fim do século XIX, começou um desenvolvimento industrial impetuoso na região de Donetsk, que então fazia parte do Império Russo e à qual se dirigiram pessoas de diferentes províncias, inclusive da Ucrânia vizinha. A região de Donetsk entrou em sua composição em resultado da marcação arbitrária das fronteiras entre as repúblicas durante a formação da URSS em 1922. Isso não teve especial importância naquela altura, porque todos viviam num grande país, na União Soviética. Os problemas começaram após o desmembramento da URSS, agravando-se sobretudo nos últimos tempos.
A exigência de renunciar à sua língua e à sua identidade é uma séria causa para discordar da Kiev oficial. Mas a ideologia estatal oficial acabou com a paciência das pessoas. Denis Pushilin reconheceu que não podia ver e ouvir como a propaganda estatal começou a difamar os veteranos da Grande Guerra Patriótica entre os quais era o seu próprio avô, chamando-os de ocupantes e nazistas e o nacionalista Bandera – de herói e libertador.
Durante a Segunda Guerra Mundial todos os povos da Ucrânia ofereceram uma resistência decisiva à Alemanha nazista e não apenas nas fileiras do Exército Soviético. Um movimento de guerrilha de envergadura desdobrou-se na Ucrânia.
Contudo, na Ucrânia ocidental, algumas pessoas (minoria ínfima) seguiram Stepan Bandera que propagava a ideologia de nacionalismo: a Ucrânia – só para os ucranianos. Os restantes deveriam ser expulsos ou aniquilados. “Incursões libertadoras” de adeptos de Bandera atingiram duramente polacos, judeus, russos e pessoas de outras nacionalidades, inclusive alemães, causa pela qual este movimento tinha problemas com nazistas.
Agora, seus seguidores tentam representar os combatentes da Bandera como lutadores contra o nazismo, embora utilizassem com prazer símbolos e métodos nazistas e dominassem perfeitamente a ideologia nazista.
É esta ideologia que se põe cada vez mais na categoria de ideologia estatal das autoridades de Kiev e provoca a não-aceitação decisiva da população, sobretudo no Sudeste da Ucrânia.
Em palavras de Denis Pushilin, primeiro as pessoas expressavam protesto pacificamente, mas a recusa das autoridades em encetar um diálogo agravou gradualmente a situação. Em resultado, em vez de um diálogo, Kiev desencadeou uma guerra com a utilização de armas proibidas: bombas de fósforo e minas incendiárias. Entretanto, o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca não quer reprovar tal “democracia à Kiev”, censurando pateticamente as pessoas obrigadas a pegar em armas para proteger a si e seus familiares, que são para ele simples “delinquentes”.
Fonte: Voz da Rússia
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