Há 70 anos nos Estados Unidos ocorreu a conferência de Bretton Woods, na qual foram discutidos problemas de desenvolvimento econômico do pós-guerra. Na altura foi assinado um acordo que se tornou a base do sistema monetário moderno.
A principal moeda internacional se tornou o dólar norte-americano. Na altura tal ordem econômica mundial era eficaz, mas em novas realidades outras moedas vem substituindo o dólar.
O sistema financeiro de Bretton Woods, onde a principal moeda é o dólar dos Estados Unidos, deve o seu nome à respectiva conferência. Em julho de 1944, de fato, foi feita uma decisão histórica que mudou completamente o desenvolvimento da economia mundial, nota o economista Serguei Khestanov:
“O significado do sistema de Bretton Woods foi que ele permitiu estabilizar as taxas de câmbio das principais moedas dos países participantes, atrelá-las ao dólar dos EUA. E o dólar na altura estava atrelado ao ouro. Nas condições em que foi criado esse sistema, quando a maior parte dos países da Europa estava em ruínas na sequência da Segunda Guerra Mundial, ele desempenhou um papel positivo muito grande na reconstrução da Europa pós-guerra. E, em geral, no desenvolvimento da Europa, literalmente até a estagflação dos anos 70”.
Na década de 1970 aconteceu a desvalorização do dólar, o que levou a uma crise do sistema de taxas de câmbio fixas e à erosão do sistema de Bretton Woods. Os novos princípios de regulação monetária, acordados em 1976, foram chamados de “Sistema monetário jamaicano”. Ele supunha uma transição gradual para um sistema de taxas de câmbio flutuantes, um abandono total do padrão-ouro, mantendo o ouro o papel de fundo de ativos líquidos. O analista Igor Nikolaev acredita que na altura o sistema simplesmente ficou desatualizado:
“Os países abandonaram o padrão-ouro e a manutenção da moeda. Isso era adequado às realidades do novo tipo. E com o tempo tornou-se evidente que mesmo este sistema precisa melhorias, ele evolui. E o dólar já não é tão forte em relação a outras moedas.”
Naquela altura começaram a se desenvolver ativamente instituições financeiras internacionais que forneciam empréstimos em dólares norte-americanos. O papel crucial no sistema coube ao Fundo Monetário Internacional. As realidades da década de 2000 mostraram que o dólar já não conseguirá se tornar a única moeda internacional e que nesse pedestal surgiram outros. Comenta o economista Serguei Khestanov:
“Atualmente, o papel do dólar é um pouco menor do que era duas ou três décadas atrás. Isto é em parte devido ao acesso à arena internacional de uma tal moeda como o euro. Além disso, a economia da China cresceu significativamente. Segundo estimativas de muitos economistas, ela se aproximou muito perto da economia dos EUA. Obviamente, estes dois rivais terão um impacto notável sobre o papel do dólar norte-americano. Não há dúvida de que o dólar vai manter a sua posição de liderança ainda durante muito tempo, mas essas duas moedas vão lhe pisar os calcanhares”.
O dólar não garantido por nada e o avanço de outras economias rumo ao nível de desenvolvimento do sistema financeiro norte-americano levaram muitos países a mudar na circulação de dinheiro-mercadoria para outras moedas nacionais. Nelas, por exemplo, são realizadas muitas das operações na América Latina. A China está promovendo ativamente o uso do yuan. Muitas operações no território da União Aduaneira e da antiga União Soviética são realizadas em rublos russos. Tais pagamentos são mais eficazes, e os países economizam significativamente em transações.
Fonte: Voz da Rússia
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