Indígenas que fazem a manutenção da Ponte Q’eswachaca, e o reconhecimento da Unesco. Foto: Cuzco Noticias
São mais de 27 mil km de estreitas vias construídas há centenas de anos – talvez há mais de mil, como supõem alguns estudiosos –, em rotas que seguem sinuosos contornos entre milhares de montanhas da Cordilheira dos Antes, passando por territórios que hoje são de seis países diferentes, mas que foram feitos quando a região noroeste do continente era dominada por um único e pujante império.
Em 2007, esses seis países (Peru, Equador, Bolívia, Argentina, Chile e Colômbia), iniciaram uma campanha em conjunto para o reconhecimento da rede viária inca como patrimônio da humanidade, por parte da Unesco. Algo que foi oficializado neste domingo (22/06), em cerimônia realizada na região de Quehue, no sudeste do Peru, onde está localizado um dos trechos mais conhecidos dos caminhos, a Ponte Q´eswachaca – uma estrutura feita com barbantes de fibra vegetal, de 28 metros de comprimento. Estiveram presentes no evento lideranças indígenas das comunidades Winch´iri, Perqaro, Collana e Chaupibanda.
Os Caminhos Incas são parte da herança dos povos originários do continente, escondida no maior labirinto natural do mundo. E se no Velho Mundo todos os caminhos levavam a Roma, por aqui todos os caminhos levavam a Cusco, a principal cidade do sul do Peru, próxima às ruínas de Macchu Picchu, cidade símbolo do Império Inca, também parte do que restou de uma das mais importantes civilizações pré-colombianas.
Fonte: Wikipedia
Conhecidos como Qhapaq Ñan, em seu idioma original, os caminhos vão desde o sul da Colômbia, cortam o Equador e o Peru, passam pelo lago Titicaca, pelas províncias do oeste da Bolívia e da Argentina, até o norte do Chile. Alguns trechos em regiões montanhosas do Peru, ou próximos da tríplice fronteira entre Bolívia, Chile e Argentina, chegam a lugares com altitude superior a 5 mil metros.
Um desafio digno dos grandes aventureiros, mas que requer preparo fisico para encarar o ar rarefeito, as grandes distâncias – são cerca de 5,2 mil km entre o ponto mais ao setentrional, no sul da Colômbia, e o mais austral, no norte do Chile – e as trilhas acidentadas, além da coragem de cruzar as partes mais extremas, como as antigas pontes de sisal. Essa aventura é só para as e os fortes. Seja!
Fonte: Carta Capital
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