Ausente da convenção que lançou ontem o ex-ministro Alexandre Padilha como candidato do PT ao governo de São Paulo, o que irritou a cúpula da campanha, a presidente Dilma Rousseff gravou um vídeo de apoio ao petista no qual fez seu primeiro grande gesto na campanha paulista, ao afirmar que o Estado "não pode mais confiar em volume morto" e que Padilha "é o volume vivo de tudo o que São Paulo precisa".
A fala da presidente fazia referência à crise de abastecimento de água no Estado. O volume morto do Sistema Cantareira, água do fundo do reservatório, começou a ser utilizado pela Sabesp na distribuição no dia 15 de maio após o chamado volume útil chegar a menos de 10%.
A medida, inédita no Estado, foi necessária para impedir que o sistema secasse antes do próximo período de chuvas, previsto para ter início entre outubro e novembro. A utilização do volume morto é usada pelos petistas para apontar falta de planejamento da gestão tucana.
Ao trazer o tema, Dilma não apenas se insere na disputa como tenta desgastar o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
No Planalto e em setores do PT predomina um pessimismo em relação à campanha de Padilha, que tem 3% de intenções de voto e deve enfrentar dificuldades em um Estado conservador e em um momento em que Dilma e o prefeito Fernando Haddad não estão bem avaliados.
Presente à convenção, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também usou a crise de água para rebater fala do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de que "um tsunami vai varrer" o PT do poder, dita anteontem no evento que oficializou a candidatura do tucano à Presidência. "Por que não colocam o tsunami pra trazer de volta a água do Cantareira?" Padilha também se referiu ao comentário de Aécio. "Eles falam em tsunami, mas de água o PSDB não entende. O tsunami deles não leva água para a casa do povo paulista".
Em nota, o PSDB-SP afirmou que "releva a citação grosseira da presidente Dilma Rousseff, que vive um momento de desgaste perante a opinião pública, enquanto o governo de São Paulo enfrenta suas adversidades com êxito apoio da população."
Segurança. Lula criticou diretamente Alckmin pela gestão da segurança pública e das penitenciárias do Estado. "Os bandidos tomaram conta e o governador não consegue sequer tirar o celular?", indagou, em referência à promessa não cumprida de instalar bloqueadores de celulares nos presídios.
Padilha, por sua vez, afirmou que "não se faz a mudança real e necessária para os paulistas ouvindo apenas os patrões e quem sempre defendeu os interesses dos mais ricos".
O slogan de campanha será "para mudar de verdade o Estado de São Paulo". O candidato a vice ainda não foi escolhido. Padilha tem o apoio de PP e PC do B, e negocia com PR e PSD. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Info Abril
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